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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Eles têm a força

Linomar Bahia

Como era típico do estilo mandão de Magalhães Barata, houve uma frase, incorporada à história política do Pará, que bem se aplica a todos os tempos, em particular na atualidade. Quando interventor, depois governador, numa das diversas "redemocratizações" do país, teria ele decretado, em decisões em favor ou contra algo ou a alguém, que "para os amigos, os favores da lei; para os inimigos, os rigores da lei". Seria uma forma com que se ateria aos limites da legalidade, assim simulando suposta "segurança jurídica" aos atos e práticas que considerava necessários a cada momento administrativo e político. 

Rememorações dessa natureza fazem sentido numa época em que as instituições parecem apenas convenientemente chamadas, ou apelidadas, de "democráticas". Quem sabe, revolvam o túmulo de Montesquieu certas interpretações e reinterpretações circunstanciais de dispositivos, reescrevendo fundamentos da teoria do filósofo francês sobre a separação dos poderes, tanto e quanto tem sido vilipendiada, conforme as conveniências de cada ocasião, como tem ocorrido no Brasil, onde já estamos tentando fazer valer dispositivos da sétima versão, rotulada de "cidadã" por Ulisses Guimarães. 

Análises dos contornos decisórios, deveriam considerar a detenção da chave do cofre como a mais importante arma do exercício do poder. Mesmo no ambiente familiar, onde predomina a harmonia, ninguém pode ser considerado "independente" se não auto provém do básico, dependendo de quem produz ou arrecada o necessário à manutenção dos dependentes. Igualmente, o Legislativo e o Judiciário podem até criar problemas e dificuldades, inclusive aparentando chantagem, mas não podem prescindir da dependência dos repasses governamentais, mesmo os obrigatórios, carentes de boa vontade. 

Para o exercício e manutenção do poder, estão lições básicas ensinadas por Maquiavel em seu "Príncipe", como fazer o bem aos poucos, para prolongar seus efeitos e, o mal, fazer de uma vez, para logo ser esquecido. Lições como esta, juntamente com a "Arte da Guerra", do general chinês Sun Tsu, orientam os movimentos de poderosos, como "proceder de forma equilibrada, com prudência e humanidade, mas que não tenha muita confiança e nem demasiada desconfiança nos homens. Também ele deverá saber se utilizar do seu lado bom e do seu lado mau, deve saber punir tanto com as leis, quanto com a violência". 

Tem escapado aos observadores e analistas o "entorno" das palavras e das ações, geralmente concentrando o foco no centro das questões, quando o principal está "nas bordas", como dizia o mago da tecnologia Steve Jobs, fixando os olhares no que está exposto, enquanto o principal está por traz.  Nisso se inclui solidificar as bases do poder e, ao mesmo tempo, procurar inviabilizar os concorrentes, a exemplo de Barata, na prática de apoiar os amigos e liquidar os adversários. Afinal, a experiência mostra verdadeiro que o mais difícil não é chegar ao topo, mas permanecer lá, pelo que usam as forças de que dispõem.

 

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