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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

"Balanços", uma questão de "deve" e "haver"

Linomar Bahia

Transição de ano também é universalmente consagrada como tempo de balanço de negócios e das realizações que se fizeram nos doze meses passados e quantos passaram a compor o calendário dos novos dias que se iniciam. Ensinam os dicionaristas que o termo "balanço" se origina dos registros de ativos, passivos e outras anotações, assim configurados a partir de 1923 e passar a integrar o que passou a ser definido como contabilidade, numa história que se confunde com a história da própria civilização. Existem "balanços" em incontáveis aplicações, em brinquedos, oscilações de navios sob as ondas e nas atividades humanas, buscando evidenciar, quantitativa e qualitativamente, a pendência dos componentes.

Há históricos exemplos de que, através dos tempos, sempre existiram procedimentos fraudulentos, distorcendo os elementos contábeis para forjar resultados diversos da realidade. Têm sido mais visíveis, particularmente, no âmbito dos negócios, razão da criação dos órgãos de controle e de fiscalização de atividades corporativas, produzindo frequentes punições dos responsáveis e respectivas corporações, inclusive em exclusões das bolsas de valores e prisões de envolvidos. Mecanismos são criados e aperfeiçoados, capazes de detectar as manipulações de números e as demais formas de escamotear e camuflar ilícitos, responsáveis por denúncias e constatações de balanços transformados em engenhosas obras de ficção contábil.

Há quem gostaria que tudo quanto foi desagradável fosse deixado para trás, na conta do ano que passou e somente se transferissem para o novo ano o que fosse positivo. Desejariam que os prejuízos dos negócios e as mazelas da pobreza humana fossem carregados pelos papéis picados em que foram transformados papéis indesejáveis lançados ao vento na virada de ano. Mas, quiseram os mandamentos bíblicos, que punem os pecadores e glorificam os justos, fazer prevalecer a pregação apostolar de que "... não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz. Porque não há coisa encoberta que não haja de manifestar-se, nem coisa secreta que não haja de saber-se e vir à luz".

Na política e na vida pública, os "balanços" costumam ser adversos aos seus praticantes, com as colunas do "deve" mais pesadas do que as colunas do "haver", sem poderem debitar ao ano velho ações não efetivadas, promessas não cumpridas e falcatruas nunca esquecidas, passíveis de repercussão eleitoral. Belém, por exemplo, está na expectativa de que se concretizem, no novo ano, as "novas ideias" proclamadas no ano velho, embora comprometidas pelo covid-19, que acometeu o próprio gestor. Também continuarão vivos, herdados das contas negativas do ano que passou, os desvios de recursos do combate à pandemia. Flagrados nos bolsos de presos e "sub-judices", estão inscritos nos débitos do "balanço" do Ano Novo. 

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