Somente um flash! Mayara Domont 26.06.25 8h00 Eternizar momentos, guardar memórias e lembranças. Registrar, fornecer fontes históricas - e, quem sabe, ser autor de uma imagem premiada ou aclamada pelo público. As fotografias de antigamente eram charmosas, sem edições e únicas! Sim! Únicas por que só tínhamos uma chance naquele filme de 12, 24 ou 36 poses. Lembro bem que, se tivesse um aniversário, o ideal era comprar o de 36 poses. Era um “pára pra acertar”, para se ter a melhor pose, senão, adeus a película! Cada momento vivido, como festas, viagens, nascimentos e casamentos, tinha a possibilidade de ser guardado em preto e branco ou em fotos coloridas. Decerto eu já cheguei na época das cores. E se a foto fosse instantânea? Era uma alegria ver aquele momento revelado na hora! Mas nem sempre as coisas saíam tão bem. Borradas, flash estourado... Alguém movimentou sem querer... e lá se vai uma foto! Entendam que não dava pra revelar apenas uma foto. Todas iam para aquela loja da antiga Kodak que ficava no centro da cidade. Às vezes se esperava dias pra buscar. A fila era grande. Muitos momentos reduzidos a um pequeno rolo, e ele não era barato, não! Selfies?! Nem se sabia o que era isso. Imagina pegar uma câmera imensa e virar pra si... Doeria, com certeza, o punho - e o antebraço. Apesar da primeira selfie ter sido feita em meados de 1839 – essa eu pesquisei -, nem de longe lembraria o que é a selfie de hoje. Na época, quem corresse mais rápido pra frente da câmera teria algo como uma boa imagem, ou quem sabe um vulto. Não era tão simples. Até chegarmos às câmeras digitais, foram muitos álbuns empilhados na estante da sala. Duvido que não te chamaram para aquelas reuniões de família, pra tomar um café e ver as fotos do álbum de casamento... Dos 15 anos da filha ou da formatura do primogênito. E haja maquiagem pra sair bem na foto! Alguns álbuns hoje estão amarelados, com fotos indefinidas pelo tempo, mas carregadas de memórias e bons sentimentos. Seja amador ou profissional, o saudosismo pelas câmeras analógicas ainda sobrevive nesse mundo de faz e refaz. Hoje, a melhor foto que vai para o feed do Instagram não se revela - e muito menos é de flash único. Atualmente uma foto bonita é feita após milhares de cliques, retoques, clareamentos, mudança de luzes. E, às vezes, apela-se para apps de edição. Saudade do rolo de filme? Nem todos têm. A oportunidade agora é infinita. Se saiu triste, pode apagar e sorrir. Se saiu muito sério, basta fazer de novo e arquitetar um sorriso. O natural se tornou artificial em sua essência. O que se vê nem sempre é o que se é. Uma imagem superficial que a analógica jamais deixaria passar. Confesso a vocês que adentrar no mundo de fotos reveladas traz uma paz e tranquilidade de momentos que vivemos de verdade. Os álbuns do Facebook e do Instagram podem ser arquivados ou excluídos a qualquer momento, mas aquela foto do álbum apenas o tempo pode destruir. Mayara Domont é Especialista em Negócios e Redes Sociais Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas Descomplic@ descomplica COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Descomplica . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!