Na treta entre Harden e Antetokounmo, ninguém tem razão

James Harden e Giannis Antetokounmpo entraram em uma discussão, no mínimo, inesperada, mas que sacudiu as redes sociais na última semana. Capitão no All Star Game, o grego do Milwaukee Bucks brincou, em rede nacional, quando selecionou o armador Kemba Walker, do Boston Celtics, ao invés de Harden que, segundo ele, não passava a bola. A declaração não teve muita repercussão, mas Giannis revelou que o plano ofensivo de seu time, no último quarto, era passar a bola para quem estivesse sendo marcado por Harden - ala-armador do Houston Rockets tem a pecha de não ser um bom marcador.

“Não sei onde está a piada, tenho mais assistências do que ele (Walker). Queria eu ter 2,10m e somente correr e enterrar. Isso não requer nenhuma habilidade”, disparou o jogador dos Rockets, em entrevista à jornalista Rachel Nichols. A resposta de Harden viralizou mais do que as brincadeiras de Giannis, que preferiu abafar o caso. “Não sou este tipo de jogador, mas se ele acha que é isso, é o que ele acha”, diminuiu. A rivalidade entre os dois vem do ano passado, quando Giannis venceu o “Barba” na disputa pelo prêmio de MVP. Harden teve média de mais de 36 pontos por jogo e falou que não havia o que fazer quando a mídia criava uma narrativa (no caso, a do grego) desde o início da temporada, o que talvez tenha criado o problema entre ambos.

As críticas dos dois lados são facilmente aproveitadas por seus fãs e haters, mas, na verdade, não passam de trash talk, como as corriqueiras provocações são conhecidas na NBA. Harden não é um grande exemplo na marcação, mas tem evoluído durante os anos, exatamente porque é um estudante do jogo, sempre tenta criar novas jogadas e explorar ao máximo as brechas nas regras, que o fazem ser letal ofensivamente, porque ninguém é tão bom – e criticado - quanto ele na hora de cavar faltas, produzindo vários pontos, até mesmo em noites ruins. Na atual temporada, tem 35 pontos, 6.5 rebotes e sete assistências de média.

Giannis, por outro lado, trabalha muito duro desde que chegou à NBA, em 2013. Desconhecido e ridicularizado pela dificuldade em se pronunciar seu nome, o grego evoluiu fisicamente de forma impressionante. Com 2,11m e braços longos, o ala é privilegiado, mas estamos cansados de ver jogadores com o mesmo biotipo que são desengonçados e não duram na liga. Antetokounmpo se movimenta com muita velocidade, sabe jogar como pivô e a cada temporada trabalha para melhorar seus arremessos. O resultado são verdadeiras explosões nas partidas, que proporciona ao ala médias aproximadas de 30 pontos, 14 rebotes e seis assistências.

O problema da rivalidade entre os dois é que, muito provavelmente, não haverá um tira-teima em uma final de NBA - único caminho para que as equipes se encontrem na pós-temporada -, pois os Rockets correm por fora na disputa pelo título. Teremos, no entanto, um pequeno tira-gosto no próximo dia 25, quando os Bucks recebem os Rockets. Na primeira partida, em Houston, o time da casa perdeu por 117 a 111, com show de Giannis (30 pontos, 13 rebotes e 11 assistências) e um Harden “neutralizado”, com 19 pontos e apenas duas cestas de quadra, apesar das 14 assistências.