Reunidos na alegria: Famílias mantêm o Círio de Nazaré vivo mesmo em tempo de pandemia

Passar o período do Círio em distanciamento foi possível na esperança do reencontro das multidões

Alinne Morais
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"Quando foi decidido que teria o Círio este ano, foi uma alegria para todos nós”. A afirmação é da devota de Nossa Senhora de Nazaré Sandra Nascimento. A empreendedora, junto com o marido, Eder Nascimento, tem a tradição de vivenciar o Círio em família. Ao lado dos filhos e netos, eles sempre têm um encontro marcado todo segundo domingo de outubro. Neste ano, será ainda mais especial.

“A expectativa é de muita emoção, de muita graça”, conta Sandra. “A emoção realmente toma conta da gente neste momento. A ausência do Círio em dois anos causou uma tristeza muito grande no nosso coração, mas a retomada dele, vai ser algo que eu não sei explicar, só sentir”, diz ela.

Após um período morando em Brasília, Sandra e Eder retornaram a Belém em dezembro de 1994. Desde lá, eles, junto aos filhos, netos e demais familiares, mantêm a tradição de se reunir para o Círio. Inicialmente os encontros ocorriam na residência do casal, mas, nos últimos anos, passaram para a casa de um dos filhos, em um prédio próximo à Basílica.

image Sandra e Eder aguardaram com ansiedade a retomada do Círio, após dois anos de interrupção das procissões (Arquivo Pessoal)

“Durante o almoço do Círio, antes de cearmos, fazemos nossas orações”, explica Sandra. “Todo mundo dá as mãos e ali fazemos os nossos agradecimentos, pelo dom da vida, pelas coisas que aconteceram, pelas graças recebidas. Esse é um momento muito importante que a gente nunca deixa de fazer. Sempre finalizando com uma Ave Maria e com um Pai Nosso”, detalha.

Até 2018 a família também possuía um comércio na avenida Almirante Barroso e, durante o traslado da imagem para Ananindeua, tinha o costume de reunir familiares, amigos e clientes para acompanhar a passagem. Sandra lembra que esse momento também era muito especial para eles e ficará sempre na lembrança.

Reinventar a experiência da Festa

Durante os dois últimos anos a família precisou se reinventar para manter, mesmo que de forma mais reduzida, a tradição. “Não tivemos a procissão em nossas vidas, mas nosso domingo do Círio, com exceção de não existir a procissão, sempre foi muito presente”, diz Sandra Nascimento.

No período da pandemia, o casal lembra que realizava, dentro da própria casa, um pequeno “minicírio”. As netas levavam uma imagem de Nossa Senhora e eles, junto aos filhos, acompanhavam com alguns cânticos marianos. Dessa forma, conseguiram
manter viva no âmbito familiar, mesmo em tempos difíceis, a tradição do Círio.

Eder lembra ainda que durante esse período de restrição ele vivenciou novas experiências. “Devido à tradição sentiu-se falta do clima que se cria no período que antecede o Círio, como as novenas e todas as preparações para a festa. Mas, tivemos a oportunidade de viver outras experiências, como a que vivi no ano passado vendo a imagem passar bem próximo do prédio onde meu filho mora. Foi uma emoção bem marcante e diferente”, conta.

Já neste ano, o casal segue nos preparativos. A decoração da casa, os detalhes para o almoço do segundo domingo de outubro e a oportunidade de mostrar para algumas das netas - que nasceram pouco antes da pandemia - todos os momentos da festividade, são aguardados com alegria. “Eu posso imaginar que a alegria do retorno do Círio, de poder fazer a caminhada com Maria, vai ser inesquecível”, diz Sandra.
 

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