Cortar a corda do Círio de Nazaré é crime? Qual a pena? Veja aqui!
A disputa por um pedaço da corda é, para o devoto, uma busca por um objeto sagrado, um troféu de fé e gratidão. Contudo, o corte antecipado pode gerar diversos problemas.

A corda do Círio de Nazaré é um dos principais símbolos da procissão. É a manifestação da devoção e do sacrifício para milhões de fiéis na maior romaria do Brasil e Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Contudo, uma prática perigosa e cada vez mais arriscada — o corte antecipado e desordenado da corda — tem levantado debates sobre fé, segurança pública e as possíveis consequências legais para quem pratica tal ato.
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Apesar do perigo, não há um artigo no Código Penal que tipifique especificamente o ato de "cortar a corda do Círio" como crime. Não há previsão legal com essa exata descrição. No entanto, o ato, praticado de maneira abrupta e em meio a uma multidão, pode desencadear uma série de eventos que configuram ilícitos civis e penais graves. Ou seja: o perigo não está no corte em si, mas no que ele pode causar em outras pessoas e na dinâmica da procissão.
Riscos
A implicação mais séria reside no risco iminente de segurança. O corte e a disputa que ocorre antes, durante e depois, podem romper a coesão da massa humana que se agarra à corda, gerando quedas, ferimentos e até mesmo pisoteamentos. Em um evento que reúne mais de dois milhões de pessoas, tais acidentes podem ter consequências graves.
Dependendo da gravidade dos ferimentos causados a outros fiéis, a pessoa responsável pelo corte que iniciou o tumulto pode ser responsabilizada civil e penalmente por lesão corporal ou, no extremo, até por homicídio (culposo ou doloso, a depender da análise da intenção e do risco assumido). As penas variam conforme a intensidade do dano e a comprovação de dolo ou culpa.
Diante dos riscos, a Guarda de Nazaré e a Polícia Militar do Pará sempre realizam campanhas de conscientização, visando manter a tradição e preservar a segurança dos milhões de romeiros, garantindo que a corda, em sua plenitude, cumpra sua função protetora e simbólica até o fim da procissão.
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