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Círio 2025: BR-316 tem grande movimentação de romeiros a caminho de Belém nesta quarta-feira

Devotos de municípios do interior do estado já iniciaram a peregrinação

Dilson Pimentel e Ayla Ferreira*
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Às vésperas do Círio de Nazaré, a Rodovia BR-316 teve grande movimentação de romeiros a caminho de Belém na manhã desta quarta-feira (8.10). Movidos pela fé e pelo pagamento de promessas, vários grupos se deslocam a pé, partindo de diversos municípios em todo o estado. É o caso do lavrador João Justino de Oliveira, de 62 anos, que saiu com o grupo Caminhada da Fé do município de Santa Luzia do Pará, nordeste paraense, por volta das 16h na última sexta-feira (4). A emoção é tanta que ele não segurou as lágrimas ao relatar a preparação para a festividade.

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“São 35 pessoas, eu mesmo estou completando 13 anos na caminhada. Muitas coisas aconteceram na minha vida, coisa boa”, relembra. João conta que a preparação começa ao longo do ano, com a prática de caminhada para preparar os pés e o corpo, além de se acostumar com as altas temperaturas.

Para o lavrador, mesmo com as dificuldades ao longo da procissão, tudo é bom, porque a fé está em primeiro lugar. É em Jesus que o devoto encontra forças para continuar. “Para mim, tudo é bom. Tudo é maravilha. Só bênção”, afirma.

Já a manicure Patrícia de Lima Pardal, de 38 anos, é de Santa Maria do Pará, também nordeste paraense, e participa da procissão há 8 anos. Ela paga uma promessa por conta de recuperação de sua saúde e partiu, acompanhada pelo grupo Unidos pela Fé, às 14h de segunda-feira (6), com a previsão de chegada em Belém na sexta-feira (10). 

“Essa caminhada foi uma promessa que eu fui, passei por uma cirurgia e foi muito difícil, um susto. Eu prometi para Nossa Senhora que eu vinha, se saísse bem da cirurgia, até a Basílica para o encontro dela”, compartilha.

Patrícia conta que o trecho mais crítico é de Santa Maria para Castanhal, o que requer forças para não desistir. “Busco forças na fé, a gente tem que ter muita fé, senão a gente desiste.”

A autônoma Darlene Samara, de 35 anos, também do grupo Unidos pela Fé, concorda com a dificuldade do trecho citado por Patrícia. Ela destaca que não há apoio nessa parte do trajeto, o que afeta o trajeto. 

“O apoio que a gente tem é o nosso mesmo, mas depois que a gente passa Castanhal é bem mais tranquilo”, diz. “Eu vim para Belém para uma cirurgia e se desse tudo certo na biópsia eu viria até a Basílica agradecer, por não ter dado nada na biópsia”, complementa.

Fé e saúde mental

A devota Luciana Souza, de 22 anos, é psicóloga e participa pela primeira vez da peregrinação. Ela também veio de Santa Luzia do Pará e destaca que, para além do preparo físico, é preciso cuidar do psicológico, para conseguir estar bem durante a caminhada. 

“Eu como psicóloga e romeira, digo com toda certeza que a ansiedade vem, o medo vem. E se a pessoa não estiver com a saúde mental boa, ela acaba caindo, porque a fé é muito importante, mas a gente tem que se cuidar psicologicamente para estar aqui bem”, diz.

Luciana conta que já sofreu com calos ao longo do trajeto. Ela também sofre com displasia troclear, uma condição que afeta uma parte do fêmur, osso da coxa. “Meu joelho sai com muita facilidade do lugar. Antes de vir, fui no ortopedista e pedi a liberação, mas ele não liberou. E eu falei desse jeito: você não me liberou, mas Deus me liberou e eu vou assim mesmo. E eu vou chegar lá”, relata.

“A gente pensa em desistir, não podemos mentir. Mas Deus fortalece assim, é a fé, é inexplicável. É inexplicável, é como aquela música, nenhuma explicação é de explicar. É muito mais do que ver um mar de gente”, afirma a psicóloga.

Para a devota, caminhar é demonstrar gratidão a Deus pelas bênçãos obtidas na própria vida e também na vida dos pais. “Eu não estou aqui só por mim, mas, sim, pela minha família, pelos meus pais. Meu pai, ele vive muito doente às vezes. Uns anos atrás passou por um processo de um uns tumores que deu no intestino dele e ele graças a Deus está curado hoje em dia. Estou pelas minhas primas, minhas irmãs. Então eu não estou aqui só por mim, eu estou por eles e é isso que me fortalece”, enfatiza Luciana Souza.

*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades

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