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Círio 2022: expectativa é que vendas de comidas típicas para a época tenha o dobro de fluxo

A baixa saída dos produtos foi sentida durante os anos mais difíceis da pandemia da covid-19, entre 2020 e 2021, mas comerciantes não desanimaram e já esperam a alta demanda

Camila Azevedo
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As vendas de maniva, maniçoba e tucupi devem começar a ferver para o Círio 2022 a partir da segunda quinzena de setembro. A expectativa dos comerciantes é que o dobro do fluxo seja registrado, em comparação com o período normal, e que a quantidade arrecadada seja suficiente para o ano todo - até as festas de dezembro, quando a movimentação é baixa. Os preços médios variam a partir de R$10 e dependem dos quilos adquiridos pelos clientes. O que foi visto durante a pandemia da covid-19, em 2020 e 2021, não desanimou os feirantes, que sentiram a baixa saída dos produtos. 

As comidas típicas fazem parte da tradição do paraense e passam por longos dias de preparo para que a mesa do almoço do Círio, momento considerado de reunião em família, seja completa. São consideradas parte do cardápio mais consumido e típico do período e da região: pato no tucupi, maniçoba, tacacá, caranguejo e tudo mais que refletir a história e a cultura do povo. 

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Dinair Barros, de 60 anos, é uma das vendedoras de maniva cozida que aguardam com ansiedade pela melhora no movimento. Há 32 anos ela trabalha com a comercialização do produto no Mercado do Ver-o-Peso e afirma que a partir de 20 de setembro, quando se aproxima mais da festa religiosa, os clientes começam a aparecer com mais frequência. “Ainda está tudo normal por aqui, como a gente vende o ano todo. A gente já espera o povo procurando a maniçoba, que é o nosso prato favorito do Círio”, diz.

É com os valores arrecadados durante os meses que antecedem a comemoração que a economia da família de Dinair ganha um fôlego. Isso porque o montante é suficiente para que o resto do ano seja tranquilo. “No Círio é bom, a venda é boa. O que a gente ganha agora serve pro nosso natal, ano novo. Não temos esse fluxo de vendas em outra época, então a gente já se prepara”, explica a comerciante. 

Mesmo com as atividades suspensas no período de maior contaminação do coronavírus, ela conta que a movimentação não parou, ainda que a quantidade não tenha atendido às necessidades. “Na época da pandemia foi bom, porque a mercadoria era pouca, mas todo mundo vendia bem vendido e um respeitava o outro”, pondera.

Já para o Adenilson Trindade, vendedor de maniva pré-cozida e cozida desde os 18 anos, também no Ver-o-Peso, a esperança é que o retorno da versão tradicional do Círio seja acompanhada de duas vezes mais vendas que em outros momentos. “Já está começando a ficar movimentado, mas pro dia 15 acelera o fluxo. Ficar dois anos parado fez a gente perder aquele ritmo, então estamos na expectativa mesmo. A gente pede que isso [as vendas] venha a ser maior devido a pandemia”, destaca.

População já começa a preparação

A cabeleireira Wanilda, de 50 anos, mantém firme a tradição de reunir a família para o almoço do segundo domingo de outubro. Ela já está fazendo os ajustes, comprando o material e começando a preparar os pratos que serão servidos. O primeiro da lista: maniçoba. Foram mais de 10kg adquiridos. “Já vou fazer minha maniçoba para o Círio, vou cozinhar durante esse mês todo, para outubro já estar pronto. Estou esperando a filha chegar de Marabá, vou comprar camisa, já estou no clima da nossa santinha.”, destaca.

O modo de preparo segue uma receita fiel e especial para que o gosto das comidas fique apurado. “Eu cozinho no carvão, na lenha, um pouco de cada que fica mais gostoso. Vou começar a cozinhar amanhã, dia 7, no feriado, e tiro de 7 do outro mês. No sábado [antes do Círio], eu tempero”, finaliza. 

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