Círio 2022: Motorromaria reúne milhares de fiéis na penúltima procissão deste sábado (8)

Milhares de fiéis de Nossa Senhora de Nazaré participaram da motorromaria, uma das procissões oficiais do Círio de 2022. Os amantes do motociclismo se reuniram nas imediações da Estação das Docas, no início da tarde deste sábado (8), para aguardar a imagem que chegou à Romaria Fluvial.

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Assim foi retirada do navio Garnier Sampaio, responsável por conduzir a Romaria Fluvial, a imagem foi recebida pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. Em seguida, o gestor municipal entregou Nossa Senhora para a Guarda de Nazaré, que posicionou a imagem em uma nova berlinda.

A partir disso, a imagem foi conduzida até o Colégio Gentil Bittencourt, na Motorromaria, pela avenida Presidente Vargas. A Romaria foi composta por milhares de motociclistas, que seguiram a berlinda homenageando a padroeira dos paraenses.

A Motorromaria é uma das romarias mais rápidas entre as procissões oficiais, com um trajeto de 2,5 km sendo cumprido em uma hora. E é a penúltima romaria do sábado que antecede o Círio.

Tradição e promessa: os "Mega da Moto"

Os "Mega da Moto", grupo que acompanha a motorromaria há sete anos (Caio Maia/ O Liberal)

Durante a Motorromaria é comum que clubes de motociclistas se reúnam e façam homenagens coletivas para Nossa Senhora. Um exemplo desses grupos foram os "Mega da Moto", que foram criados no município de São João da Ponta, no nordeste do Pará.

De acordo com o coordenador do clube, o repositor de supermercados Elvis Gomes, a equipe existe há sete anos. De acordo com ele, o Círio de 2022 será o mais especial do grupo, que ficou longe das procissões por dois anos, devido à pandemia de covid-19.

"Esse é o Círio mais esperado, porque ficamos dois anos sem procissão. Acho que de todos os que eu já participei, essa será a procissão mais especial, melhor ainda do que aquela de 2015. Muitas pessoas estavam com saudades disso daqui", disse.

História e homenagem juntas

André Peixoto e Joseana Silva, participantes da motorromaria (Caio Maia/ O Liberal)

Outra tradição nas motorromarias são motocicletas que levam imagens de Nossa Senhora estilizadas. Quem levou uma delas foi o casal André Peixoto e Joseana Silva. Na frente do veículo, eles levavam uma pequena imagem, rodeada por uma berlinda e manto estilizados.

De acordo com André, a ideia de fazer a homenagem foi da esposa. O casal tinha como objetivo, inicialmente, agradecer as graças alcançadas durante o ano. No entanto, as idas à Motorromaria passaram a ocorrer por causas familiares. Uma delas, inclusive, muito ligada à história do Círio.

"Fazemos isso há dez anos. Eu vinha antes muito pela minha sobrinha, mas infelizmente ela partiu, faz dois anos. Agora eu homenageio meio avô, João Pinto Martins, a pessoa que confeccionou a berlinda", explicou

João Pinto Martins é uma das pessoas que criaram a berlinda que transporta a imagem de Nossa Senhora de Nazaré nas procissões da Trasladação e do Círio. André, neto do artesão, conta como foi o processo de confecção de um dos símbolos máximos do Círio de Nazaré.

"Meu avô construiu a berlinda em 1964, no quintal de casa, na Domingos Marreiros. Ela foi construída com cedro vermelho, que meu pai trouxe de Ourém. A berlinda passou cinco meses sendo confeccionada. Quando ela ficou pronta, os vizinhos tiraram as cercas e berlinda foi apresentada na frente da escola de samba Quem São Eles", disse.