Praças públicas proporcionam práticas de lazer, esporte e impulsionam comércio em Belém

As praças públicas são espaços essenciais para a vida em sociedade, esses lugares propiciam convivência, recreação e muitas outras possibilidades aos seus frequentadores. Em Belém, as práticas de atividades físicas, passeio em família e comercialização de produtos são comuns nesses lugares, seja no centro ou nas periferias da cidade, durante a semana ou aos domingos. Alguns desses pontos turísticos se destacam pela importância histórica vividas nesses locais. 

Em Belém, há 241 praças espalhadas por diversos pontos da cidade. As praças da República, Batista Campos e Brasil, localizadas no Centro da capital, são as mais frequentadas pelos belenenses aos finais de semana. Para Mayara Reis, 33 anos, visitar esses espaços públicos é uma tradição familiar que ela quer levar para as próximas gerações. Assim como ocorria em sua infância, ela decidiu levar seu filho Israel Reis, 1 ano, na companhia do marido Fernando Reis, 33 anos, para um passeio na Praça Batista Campos.

“Nós [Família Reis] moramos no bairro do Umarizal, então para a gente a Praça Brasil é a que possui a melhor localização. Temos o hábito de sempre levar o nosso filho para passear nas praças, aproveitamos que o meu marido tinha uma consulta às proximidades da Praça Batista Campos e decidimos vir para cá. Esses espaços são muito importantes para o lazer em família e realização de práticas esportivas, por conta disso, acho importante que recebam os cuidados e atenção do poder público”, disse Mayara Reis, 33 anos.

Localizada entre os bairros da Sacramenta e da Pedreira, a praça Eduardo Angelim, na travessa Alferes Costa, é um logradouro público que oferece uma vasta oportunidade de lazer aos frequentadores do espaço. O local conta com uma quadra de esportes, anfiteatro com arquibancada, além de um playground, com gangorra e balanços, e mesas de jogo de xadrez e dama. As partidas de futebol na quadra esportiva não param mesmo debaixo de chuva, conta Cauã Paiva, 18 anos.

O jovem reside no bairro da Sacramenta há três meses. Para ele, a praça é um dos seus lugares prediletos na cidade. “Se eu pudesse estaria aqui o tempo todo. Gosto bastante de jogar bola com meus colegas na quadra. Às vezes dividimos espaço com a turma que joga basquete ou esperamos eles saírem”, disse Cauã. O morador conta que as pessoas usufruem do espaço de diversas formas. “Por aqui, sempre vejo a galera do vôlei e os grupos de dança fazendo seus ensaios. Acho que todo mundo se diverte de algum jeito”, diz.     

As praças públicas também impulsionam o comércio local, pois esses lugares abrigam feiras livres, vendedores ambulantes, bancas de revistas entre outros negócios. Raquel Lopes, 50 anos, trabalha há dez anos em uma barraca que comercializa água de coco na Praça Batista Campos. Ela conta que quase toda a família já trabalhou na barraca e, atualmente, conta com a companhia da tia Marta Santos, 63 anos, que iniciou tudo em 1988.     

“Minha tia sempre diz que a Batista Campos é a praça da vida dela. Aqui foi o seu ganha pão há 33 anos, aliás, não só o dela mas dos seus filhos e netos. Hoje, muitos deles já constituíram família, possuem outros empregos, porém tudo começou aqui nesta praça”, contou Raquel Lopes. “Tenho um neto que pede aos pais para visitar a ‘praça da tia Marta’ aos finais de semana”, relembrou sorrindo Marta Santos.

Cultura nas praças 

O presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Michel Pinho, conta que um dos desejos da atual gestão da Prefeitura de Belém é que eventos culturais estejam cada vez mais presentes nas praças públicas em 2022. “Nós já temos a possibilidade de levar música, dança e contação de histórias para as praças do município ainda neste ano. A execução desses deve ocorrer após o período das chuvas, então a partir de março devemos dar andamento para esses procedimentos”, prevê o titular da Fumbel.

Michel Pinho informou também que as praças públicas localizadas em lugares pouco povoados devem receber atenção especial da Prefeitura de Belém. Ele afirmou que a Praça Dom Pedro II, no bairro da Cidade Velha, estava historicamente desabitada antes de uma reforma realizada pela gestão municipal no local. O titular da Fumbel explicou que um acordo entre a Fundação Cultural e Guarda Municipal  estabeleceu uma ronda que abrange a Cidade Velha e o Centro Histórico da cidade, tornando o espaço mais seguro e devolvendo mais um lugar de lazer para as famílias. 

“Se você for à Praça Dom Pedro II no final da tarde é possível encontrar crianças passeando, casais comendo pipoca e outras pessoas aproveitando esse espaço público. Para as outras praças que possuem pouca movimentação a prefeitura pretende levar eventos menores como shows de chorinho, música infantil e contação de histórias para que a população dos bairros possam aproveitar melhor esses lugares", afirmou o presidente da Fumbel.

Manutenção das praças 

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), órgão ligado à Prefeitura de Belém,  informou por meio de nota “que está executando obras de manutenção em diversos logradouros da capital, tais como a revitalização das praças F, O, K e H, que ficam no conjunto Gleba I; praças do conjunto Costa e Silva e Sônia Maria Frazão, no conjunto Gleba II; a da Independência, localizada na alameda Independência, no bairro do Umarizal, e a praça da Amizade, no distrito de Outeiro”.

O comunicado informa que “também estão  recebendo serviços de manutenção a calçada e o muro do Bosque Rodrigues Alves, a calçada da praça Batista Campos, a quadra poliesportiva, pista para a prática de skate, anfiteatro e área de convivência, situados na avenida Almirante Tamandaré, no bairro da Cidade Velha, o Espaço Ver-o-Rio e o canteiro da avenida Pedro Álvares Cabral”.

“O órgão esclarece que realizou uma força-tarefa de análises e vistorias, para que essas praças fossem recuperadas e reinauguradas pelo prefeito em janeiro de 2022, quando Belém completa 406 anos”, finaliza a nota.