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Aniversário de Belém: comunidades viram fontes jornalísticas e ajudam a contar o dia a dia da cidade

Jornais de bairro evoluíram com as redes sociais e ajudam na construção da narrativa histórica da cidade a partir da perspectiva das comunidades

Natália Mello
fonte

A expansão da ocupação dos territórios urbanos em Belém, aliado à explosão das redes sociais, acarretou uma mudança significativa no modus operandi das redações. Nos últimos anos, os grandes veículos de comunicação em Belém passaram a contar com aliados na construção da notícia: os jornais de bairro, que trazem a informação a partir da perspectiva da periferia e sob a ótica do que realmente acontece dentro das comunidades.

Com a chegada da internet de maior velocidade, esses agentes ganharam mais independência e são as principais fontes da própria narrativa. Aos 40 anos, Fernando Vidal Cambel, social media de um provedor de internet em Outeiro, distrito de Belém, contabiliza sete anos desde que surgiu a ideia de criar um perfil que centralizasse todas as informações da localidade em um só sítio, dedicado exclusivamente a informar o morador da ilha ou o que acompanha a vida de algum ente querido que ali reside.

“Também surgiu voltado aos que por algum motivo tiveram que ir embora, mas querem saber sobre a ilha. No começo a intenção era fazer a política da boa vizinhança, em poucas palavras, tentar não incomodar ninguém. Porém, com o tempo e o crescimento da página, as pessoas começaram a me parar nas ruas e me cobravam que eu tivesse uma ferramenta popular, que deveria ser a voz da população em mostrar os problemas e cobrar do poder publico soluções. Foi a partir daí que mudei a linha editoral dos conteúdos publicados, passando a me tornar um elo entre a necessidade da população e o poder público”, explica Fernando.

Com o segundo grau completo, ele acumula conhecimento na área de informática, comunicação, fotografia e edição de imagem, e compartilha um pouco da infância e da vivência na ilha. “Minha infância foi moldada entre tocar em pequenas aparelhagens e fazer parte das rádios alternativas (rádio cipó), todavia, é uma comunicação limitada a somente aquela área de alcance; com crescimento da internet e das redes sociais vi uma forma de levar informações há um determinado público e esse publico era os moradores de Outeiro, porém, sem um limite antes estabelecidos pelas rádios cipó devido ao alcance”, detalha.

Fernando revela que, na verdade, a paixão pela comunicação, jornalismo e fotojornalismo foi um fator determinante para que adentrasse por esse universo profissional. A partir disso, passou a usar um padrão nas publicações, sendo objetivo nos textos, buscando manter uma qualidade boa nas fotografias utilizadas. Aos sete anos, ele projeta o futuro do Outeiro News pautado nos mesmos princípios que o criaram: ser um canal de comunicação alternativo do distrito, abordando unicamente e exclusivamente sobre a localidade.

“Infelizmente não é lucrativo ao ponto de contratar outras pessoas, então acabo sendo o que faz tudo: fotografo, edito, gravo vídeo, edito, faço os textos, as capas das publicações e agora gerencio o site. Hoje tenho ajuda de dois moradores, alunos de jornalismo em formação, porém, são voluntários e não tem como se dedicarem a administrar comigo devido à correria de faculdade e estágio. Também fiz outros amigos nas redações dos grandes veículos de comunicação que dão dicas, repassam algum tipo de informações sobre determinado fato; mais os que mais contribuem são os moradores que procuram, pedem ajuda, denunciam”, finaliza.

O servidor público e líder comunitário André Pinheiro, de 37 anos, também começou com um projeto pequeno de levar informação aos moradores e redondezas, mas logo o Curió News tomou outra proporção. Hoje ele é administrador das páginas do canal e acredita na importância dos meios comunitários enquanto porta-vozes das comunidades.

“Moradores têm a confiança que uma denúncia nossa tem um alcance grande nos órgãos públicos e imprensa. Muitas reportagens dos grandes veículos aconteceram através de uma denúncia no Curió News. É importante que Prefeitura e Governo entendam que os portais locais são a voz de uma comunidade, muitas vezes não representadas por vereadores, com isso possam ouvir mais essas novas lideranças comunitárias”, conclui André.

image O servidor público André Pinheiro resolveu movimentar a comunidade com notícias do Curió News (André Pinheiro / Acervo Pessoal)

Veja onde acessar as páginas

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