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Belém: casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave aumentaram 95%

Dado foi observado a partir de levantamento InfoGripe, feito pela Fiocruz. Estudo mostra que Pará é o único estado do país com tendência de queda ou estabilidade

Camila Guimarães / Especial para O Liberal
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A mais recente edição do boletim InfoGripe, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), fez um levantamento sobre os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Os dados revelam que a maioria dos estados brasileiros têm uma tendência crescente. No Pará, apesar de ser o único estado com sinal de queda ou estabilização, os dados atestam que Belém teve 95% de aumento da síndrome nas últimas seis semanas.

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Dados são do boletim InfoGripe, da Fiocruz

A Síndrome Respiratória Aguda Grave é um conjunto de sinais e sintomas que envolvem, principalmente, desconforto respiratório e diminuição da saturação de oxigênio no organismo, podendo haver algum grau de comprometimento pulmonar.

A infectologista e docente da Universidade Federal do Pará (UFPA), Tânia Chaves, explica que o problema pode se manifestar por várias razões: “A síndrome pode acontecer por fatores alérgicos, sazonais, como mudança de tempo, e também por vírus cuja ação pode comprometer o sistema respiratório”.

Os dados do boletim InfoGripe refletem essa diversidade de agentes causadores do problema: dos 22.465 casos de SRAG notificados este ano no Brasil, 38,9% testaram positivo para algum vírus respiratório, enquanto 26% foram causados por outros fatores.

Diante do número majoritário de casos provocados por vírus, a infectologista pontua que existe uma diversidade de agentes virais que podem provocar SRAG, como o bocavirus, o enterovírus e as influenzas, além do novo coronavírus. Entretanto, a maior parte dos casos de SRAG provocados por vírus, segundo o levantamento da Fiocruz, teve como principal agente o Sars-CoV-2, correspondendo a 73,3% dos quadros notificados no Brasil.

No Pará, a pesquisa revela que a região sudeste é a que está em situação mais grave no momento, na classificação de risco “muito alto”, enquanto as demais regiões do estado seguem classificadas como de risco “alto”. Já em Belém, com a confirmação da terceira onda de covid-19 e do surto de Influenza (gripe), a pesquisa aponta o crescimento do número de casos de SRAG nas últimas seis semanas.

Foi justamente nesse período que a técnica em Segurança do Trabalho, Guiolene Barbosa, o seu esposo Guilherme e os dois filhos, Francisco e Giuliana, adoeceram. Ela conta quais foram os principais sintomas que tiveram e como apresentou sinais de SRAG:

“A gente sentia muita dor de cabeça, dor de garganta, tosse, coriza. O meu marido não sentiu, mas eu senti falta de ar. Passei 3 dias sentindo muito cansaço, como se eu estivesse fazendo muito esforço para cada movimento, sempre acompanhado de falta de ar”, conta Guiolene.

Cansaço é sintoma característico da SRAG

A infectologista Tânia Chaves explica que esse cansaço é uma das principais características da síndrome, que vai além de uma falta de ar comum: “a Síndrome Respiratória Aguda Grave é manifestada por essa falta de ar, que faz com que a menor atividade, como levantar do quarto e ir ao banheiro, por exemplo, provoque um forte cansaço e uma sensação de esgotamento”.

Guiolene explica que não conseguiu descobrir se teve ou não covid-19, devido à dificuldade de acesso ao serviço de testagem gratuito. “A gente ainda não conseguiu fazer o teste. Quando procuramos, o posto estava superlotado e a gente não teve atendimento. A gente tem se cuidado em casa mesmo, usando os medicamentos que o médico passou, tomando muito líquido e remédio caseiro”.

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Quanto aos dois filhos, Guiolene conta que eles adoeceram primeiro, mas que os sintomas que apresentaram foram diferentes dos pais: “as crianças ficaram doentes antes da gente, mas, no caso deles, foi só uma gripe mesmo, com coriza e tosse. Eles melhoraram em cerca de uma semana. Enquanto nós [os pais], tivemos quatro dias de sintomas fortes, mas contando desde o começo do mal-estar até esse período de recuperação, já foram uns 15 dias”.

A descrição de Guiolene conversa com um dos dados que também consta no boletim da Fiocruz: houve o crescimento de SRAG em todas as faixas etárias da população adulta, desde o final de novembro e início de dezembro, enquanto que, nas crianças, tal cenário não era observado.

Segundo a infectologista, a explicação para o fato de as crianças apresentarem menos sintomas graves seria em razão de elas não terem um sistema imune amadurecido, “por isso elas também não têm essa resposta imune completa”, explica Tânia e acrescenta: “Mas é importante tomar todos os cuidados com a crianças porque elas podem, sim, adoecer e manifestar a forma mais grave da doença”.

Atualmente, Guiolene explica que está em processo de recuperação em casa, junto com a família, mantendo os cuidados com a alimentação, uso de medicamentos prescritos pelo médico e seguindo os protocolos de prevenção contra a covid-19. “A gente espera ficar completamente bem logo”, comenta.

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