Após queda, ídolo do Paysandu aponta erros do clube e faz apelo para 2019

A camisa do Paysandu vestiu Zé Augusto por 17 anos da carreira como atleta profissional. Aposentado há cinco anos, o ídolo do clube continua usando a camisa bicolor. Neste sábado (24), esteve na Curuzu e acompanhou de perto a derrota vexatória por 5 a 2 para o Atlético-GO, que acabou rebaixando o Bicola para a Série C do campeonato brasileiro do ano que vem. Em entrevista exclusiva a OLiberal.com, Zé avaliou a temporada alviceleste e apontou as falhas que teriam derrubado o Bicola no campeonato brasileiro.

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Momento ruim

"Vimos que este ano a equipe não teve um bom desempenho em campo. Fora dele, até que o clube tem uma estrutura boa, mas, infelizmente, desde o início, dava para perceber que a luta seria contra o rebaixamento. Logo começaram as trocas de técnicos (cinco ao todo) e esta queda foi sendo construída jogo a jogo", apontou.

As vitórias nas últimas três rodadas mantiveram a esperança de terminar o ano livre do rebaixamento, conforme o próprio Zé, que admitiu sentir um medo do próprio Paysandu para o jogo contra o Atlético Goianiense. "Todos ficaram esperando que desse tudo certo no final, mas, siceramente, eu do Paysandu e não dos outros times. Como conhecedor de futebol, sabia do peso desse jogo e que a nossa equipe vinha de altos e baixos, sem apresentar bons jogos em casa", destacou.

Contratações

Maranhense de nascimento e paraense por conta do Paysandu, Zé Augusto apoiou a quantidade de contratações do clube no ano e justificou a atitude à incapacidade paraense de formar atletas. "Vivemos em uma realidade em que devemos contratar mesmo. Não temos uma base forte e isso é fato. Não temos nem um Centro de Treinamento pronto para formar os garotos. É lógico que o talento sempre aparece, mas é algo raro demais. Não pode depender disso para formar um elenco. Só que precisa saber contratar", ponderou e completou:

"O Paysandu terminou o ano com atletas que nem conseguiram estrear (como o caso do zagueiro Fábio Alemão). Em todo o elenco, dava para ver alguns poucos jogadores de qualidade. Fica difícil você disputar um acesso sem peça de reposição. Todos os times contrataram, mas, para mim, o Paysandu foi quem pior contratou", disparou.

2019

Diante do rebaixamento e do tempo apertado para planejamentos, haja vista que o campeonato paraense já começa no dia 19 de janeiro, Zé Augusto pediu sabedoria e velocidade para que a diretoria que assumirá o biênio 2019/2020 consiga recuperar o clube.

"Espero que o Ricardo (Gluck Paul) e sua nova diretoria entenda que precisa mudar muita coisa ainda. É preciso tirar lições dos erros deste ano, porque o Parazão vem com grandes equipes no ano que vem. A torcida viu que o time deste ano deixou a desejar e se afastou. Neste último jogo, a torcida mostrou o quanto ama o clube. Temos que ver exemplos como o Fortaleza, que passou tanto tempo na Série C e, quando subiu - organizado -, conseguiu logo o acesso para a Série A. O Paysandu precisa ser um grande clube e ter um grande time em 2019".