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Voluntários doam água e alimentos para quilombos e periferias do Amapá

A iniciativa é do coletivo Utopia Negra Amapaense, que já distribuiu 2,5 toneladas de alimentos e cerca de seis mil litros de água potável

João Thiago Dias
fonte

Em meio às dificuldades causadas pela instabilidade de energia no Amapá, o coletivo Utopia Negra Amapaense, formado por voluntários, tomou a iniciativa de arrecadar doações de água e alimentos para distribuir para comunidades quilombolas e para comunidades carentes da periferia do estado. Com os impactos do apagão, muitas famílias estão com dificuldades de conseguir esses itens básicos para sobrevivência.

Ao todo, já foram doadas 150 cestas básicas (cerca de 2,5 toneladas) e cerca de seis mil litros de água potável, além da instalação de 30 filtros para água potável, por meio da parceria com uma empresa que possibilita o acesso à uma fonte segura de água para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Dentre as localidades próximas à área urbana de Macapá que já receberam ajuda estão: bairro do Congós; Conjunto São José; Quilombo Lagoa dos Índios; Quilombo Ilha Redonda; Cidade Nova 6; Quilombo do Curralinho 7; Quilombo do Ambé 8; Quilombo São Pedro dos Bois 9; e Bailique.

De acordo com um dos coordenadores do Utopia Negra Amapaense, Cleiton Rocha, muitos moradores dessas áreas perderam o acesso à água e chegaram a recorrer a lagos e rios. "Devido ao apagão, teve uma crise de água. E perderam muitos alimentos. Algumas famílias pegam água do rio ou de lago e deixam sentar, para os sedimentos irem para o fundo. E tentam usar fervendo ou colocando cloro", explicou.


Até a água da chuva já foi usada como alternativa, segundo Cleiton. "Instalamos os 30 filtros capazes de deixar a água potável. Coloca no filtro, passa por um caninho e tem um dispositivo que deixa a água potável. Porque percebemos, nos quilombos, que muita gente pegava água da chuva para lavar louça e roupa e tomar banho. O filtro é uma bolsa que se desloca", detalhou.

Mobilização

A mobilização é feita por meio das redes sociais com a colaboração de voluntários e parceiros. Quem quiser colaborar pode entrar em contato por meio das contas do coletivo no Instagram (utopia_negra) ou no Twitter e Facebook (@utopianegraAP). "Somos cerca de 12 ou 13 integrantes e vamos tentar manter as ações até o retorno da energia. Depois, vamos fazer um planejamento sobre o que podemos fazer, porque ainda somos uma organização pequena", completou Cleiton.

No último dia 11, por exemplo, a ação foi realizada no bairro do Congós. "A Utopia Negra Amapaense conseguiu cadastrar e beneficiar 190 famílias com garrafões de 20 litros. A ação foi motivada pelo grande descaso que os moradores dos bairros periféricos da cidade, em especial os do bairro Congós, vêm passando desde o apagão que assolou a capital e mais 13 municípios do Estado", comentou a equipe do coletivo, nas redes sociais.

Dona Maria Cleonice, moradora há 27 anos do bairro do Congós, disse que já perdeu muitos alimentos. "A gente dorme no calor, estragando o que temos na geladeira. Dificuldade de manter na geladeira. Se não der um jeito de colocar um sal, apodrece. A gente dorme todo dia no pátio, para não dormir na quentura", relatou. "Desde quando a energia foi embora, a água também não chegou na torneira", acrescentou.

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