Veteranos inspiram novas gerações
CARREIRA - Jornalistas conhecidos nacionalmente são modelos profissionais para estudantes de jornalismo
Prêmios de abrangência nacional - geralmente promovidos por agências e portais - destacam a atuação de jornalistas brasileiros. Eliane Brum, Miriam Leitão, Caco Barcellos, William Bonner, Elio Gaspari, Ricardo Kotscho, Mônica Bérgamo, são alguns dos profissionais lembrados. Além deles, muitos outros, em atividade ou em memória - a exemplo de Ricardo Boechat - fizeram e fazem história no jornalismo brasileiro.
Para quem está apenas no começo da carreira, a atuação de grandes profissionais é inspiração. Dário Ramos, 18, cursa o 4° semestre de Jornalismo na Universidade da Amazônia (Unama). Estagiário da área de TV, ele admira o trabalho de Caco Barcellos e Marcelo Canellas. “Eles são as minhas duas principais referências e o motivo, é que eles têm um olhar muito humanizado das coisas”, diz.
Dário acredita que - muito mais do que ideologias ou ideias - o jornalismo deve está ao lado das pessoas. E isso ele consegue perceber no trabalho da dupla e guardar como aprendizado. Ao ver a atuação de Barcellos e Canellas o jovem aprende ainda a fazer uma reportagem mais sensível e humana e a ter um cuidado maior com o outro. “Eles me inspiram a levantar essa bandeira, a bandeira do ser humano”, afirma.
Netília Seixas é professora do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ela ressalta que a atuação dos grandes profissionais do jornalismo deixa a mensagem de que é possível fazer um trabalho sério e responsável. Além disso, eles mostram ainda que boa apuração, bom texto e, sobretudo, ética profissional são essenciais para a profissão.
MANCHETES
Ao longo dos anos os jornalistas foram ainda porta-vozes de notícias que marcaram a história. Instituição do AI-5, apoio americano ao golpe de 64, Diretas Já, Constituição de 1988, impeachment de Collor e morte de Tancredo Neves, foram algumas no País. Houve ainda o Massacre de Eldorado dos Carajás, que ocorreu em abril de 1996, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará.
Netília lembra que o episódio local foi pauta nacional. Na ocasião, as capas de jornais traziam - com grande destaque - as imagens do ocorrido. "As palavras quase desapareceram da manchete de capa porque as imagens eram tão significativas, tão expressivas, tão brutais que quase passou a valer o 'uma imagem vale mais que mil palavras', embora o normal não seja assim", diz ela. "E as manchetes eram muito curtas, só com uma ou duas palavras, letras grandes e as imagens", recorda.
Além dos episódios de política e tragédias, outras reportagens marcaram - e marcam - a história. Dentre elas estão as que denunciam graves problemas sociais, dão voz às minorias, fomentam novos debates e trazem à tona fatos ocultos.
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