Polícia do Rio prende homem apontado como 'mentor de barricadas' em nova operação contra o CV
O "Mentor das Barricadas" é apontado como o responsável por fornecer materiais para construção e reforço de barreiras em comunidades dominadas pela facção
As polícias Civil e Militar do Estado do Rio de Janeiro prenderam nesta terça-feira, 18, um homem conhecido como "Mentor de Barricadas", em mais uma etapa da Operação Contenção, que tem o objetivo de conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV). Outras 14 pessoas também foram presas. A defesa dele não foi localizada.
De acordo com a Polícia Civil, o "Mentor de Barricadas" era o principal alvo das diligência desta terça-feira. Ele foi preso em sua residência, na zona oeste da capital fluminense. No local, os policiais encontraram uma grande quantidade de dinheiro em espécie, que ainda será contabilizada.
A ação conta com a participação de agentes da DRF, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e de unidades do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE). As diligências ocorrem no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais.
O "Mentor das Barricadas" é apontado como o responsável por fornecer materiais para construção e reforço de barreiras em comunidades dominadas pela facção. A investigação apontou que o homem se apresentava como empresário do ramo de reciclagem, mas, na verdade, era o líder do braço financeiro do CV.
Parte do dinheiro destinado a construção e manutenção das barricadas vinha da receptação e comercialização de cobre e outros metais furtados. O "Mentor das Barricadas" era o responsável por lavar o dinheiro originado da receptação e atuava como um elo entre os ferros-velhos e o tráfico de drogas, para promover a integração logística e financeira da organização criminosa.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, esses ferros-velhos ligados ao tráfico de drogas funcionavam como núcleos de lavagem de dinheiro e de apoio operacional. Segundo a Polícia Civil, eles ajudavam não somente a financiar a instalação e reconstrução das barreiras, mas também a custear os gastos com vigilância armada, manter pontos de venda de drogas e fortalecer o controle territorial em comunidades da zona norte do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense e Região Metropolitana.
As análises financeiras realizadas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) identificaram uma movimentação ilícita superior a R$ 217 milhões, valor incompatível com as atividades declaradas pelos investigados.
Com base nas provas, a Justiça autorizou o bloqueio de integral de valores e ativos financeiros vinculados ao CV e seus operadores, o sequestro de imóveis de luxo no Recreio dos Bandeirantes, bairro nobre da zona oeste da capital fluminense, que são utilizados para blindagem patrimonial, e o sequestro de veículos de alto padrão, que pertencem ao núcleo financeiro da facção. Além disso, também foi autorizada a interdição de oito ferros-velhos.
"Essa fase da 'Operação Contenção' representa um golpe direto na espinha estrutural e econômica do Comando Vermelho, visando asfixiar financeiramente a facção e restringir sua capacidade de domínio territorial", disse o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
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