PM que matou homem após furto de sabão é condenado a 2 anos de prisão
Justiça desclassificou o crime para homicídio culposo e autorizou a soltura do policial militar Vinícius Lima Britto
O policial militar Vinícius de Lima Britto foi condenado a dois anos, um mês e 27 dias de detenção em regime semiaberto, após julgamento ocorrido nesta quinta-feira (9), na zona sul de São Paulo. Ele foi responsabilizado pela morte de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, ocorrida em novembro de 2024, após um furto em um mercado no bairro Jardim Prudência.
A condenação foi por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, com base na decisão da juíza Viviane de Carvalho Singulane, que também determinou a soltura do policial, até então preso preventivamente. Segundo a magistrada, o agente deve perder o cargo na Polícia Militar e pagar indenização de R$ 100 mil à família da vítima.
Júri desclassificou homicídio doloso e determinou soltura
A decisão do júri popular desclassificou o crime de homicídio doloso — quando há intenção de matar — para culposo. Lima Britto estava preso no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital, desde dezembro do ano passado.
"Revogo a decisão de prisão preventiva, diante da fixação do regime semiaberto (CPP, art. 387, parágrafo único). Expeça-se alvará de soltura clausulado, se por outro motivo não estiver preso", escreveu a juíza na sentença.
A reportagem tenta contato com a defesa do policial e com familiares da vítima.
Homem foi atingido por ao menos 11 tiros nas costas
O caso aconteceu em 3 de novembro de 2024. Gabriel foi flagrado furtando pacotes de sabão em um mercado, tentou fugir, mas escorregou na porta do estabelecimento. Na sequência, foi alvejado por Vinícius, que estava de folga e também fazia compras no local.
Relatos indicam que o agente disparou pelo menos 11 vezes pelas costas de Gabriel. Em depoimento, o policial alegou ter agido em legítima defesa, versão contestada pela família da vítima.
Ministério Público apontou histórico de conduta violenta
O Ministério Público denunciou Lima Britto por homicídio doloso, destacando que ele teria se envolvido em outros três casos semelhantes em apenas 10 meses de atuação na PM. Segundo a promotoria, o histórico reforçava a periculosidade do agente.
"Este não é o primeiro caso de morte provocada pelo denunciado", sustentou o MP. A promotoria havia pedido a prisão do policial com base nesse histórico.
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