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'Passageiro reborn' serve para segurança de motorista, mas pode gerar multa; entenda

Apesar de não ter dados científicos que mostrem que passageiro oferece segurança, eles continuam sendo consumidos

Rafael Lédo
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Roberto "Juca" Amaral é o artista plástico responsável por criar "Wilson", uma espécie de "passageiro reborn". A principal finalidade dele é dar segurança aos motoristas que estão querendo ficar longe de assaltados. Enquanto a febre dos "bebês reborn" é recente, a prática de ter uma companhia falsa no veículo é antiga.

Estes passageiros servem para simular a presença de outro humano dentro do automóvel. Apesar de ter a função de dar segurança para quem está dirigindo sozinho, ele tem servido, também, para práticas proibidas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Mesmo assim, alguns motoristas utilizam do artifício para ter tranquilidade durante os trajetos.

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No caso, o boneco é acoplado numa bomba elétrica, ligada diretamente à tomada 12 V do carro. Assim, quando é necessário, o motorista pode encher o "acompanhante reborn" rapidamente e seguir viagem com um homem de meia-idade que não é nada simpático. Segundo o seu inventor, a ideia é proposital.

Quanto custa um "passageiro reborn"?

image Boneco pode ser comprado por até R$ 690 (Reprodução)

O artista plástico de São Paulo está no ramo há cerca de 20 anos. Ele se divide entre fabricar o "Wilson" e oferecer seus serviços gráficos.

O preço de cada "passageiro reborn" é de R$ 690, mas Juca costuma fazer promoções, quando o valor é reduzido para R$ 450. Ele conta que homens e mulheres utilizam o boneco: "O público é principalmente feminino, mas há o pai que compra um boneco para o filho ou filha que volta da faculdade à noite. Também vendo para pessoas que sobem sozinhas do litoral, trazendo mercadorias".

É mesmo seguro?

Ainda que uma companhia seja benéfica para algumas pessoas, não há dados científicos que mostrem que motoristas desacompanhados têm mais chances de serem assaltados. Além disso, em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério da Justiça apontou que fatores como gênero, idade e escolaridade não influenciam nas ocorrências.

O pai do "passageiro reborn" acredita que a sensação de conforto é o que vale: "Uma coisa que as pessoas não entendem é que, mesmo que ele não seja um segurança e não vá fazer nada, o Wilson traz uma confiança". "Várias mulheres me relatam que elas não ficam naquela ansiedade", completou.

Uso proibido de "passageiro reborn"

image Uso ilegal de "passageiro reborn" pode render multa e alguns pontos na CNH (Reprodução)

O Código de Trânsito Brasileiro regulamenta sobre as faixas e pistas exclusivas para determinados carros, como transporte de passageiros. Neste caso, os bonecos podem trazer certos benefícios ilegais, já que eles podem ser utilizados para simular a condução de usuários e assim trafegar nestas áreas.

Os registros destas ocorrências são mais comuns no exterior do que no Brasil, como nos Estados Unidos. Policiais costumam abordar carros com o passageiro falso. Num desses casos, o boneco chegava até a imitar um humano, mas o motorista foi pego após dirigir em zigue-zague.

Se o caso fosse no Brasil, o motorista poderia ser punido de acordo com o artigo 184, inciso III do CTB por conta da infração gravíssima. Além da multa, receberia sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

É importante estar atento para outro detalhe: o uso de cinto de segurança pelo boneco, obrigatório no país. Caso um agente de trânsito confunda o boneco inflável com um passageiro e note que ele não está usando o cinto obrigatório, poderá enquadrar o motorista no artigo 167 do CTB por conta da infração grave. Além da multa, receberá 5 pontos na CNH. 

(Escrito por Rafael Lédo, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de Oliberal.com)

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