Opas notifica São Paulo sobre caso de sarampo

Estadão Conteúdo

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou nesta sexta-feira, 16, que a cidade foi notificada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sobre a confirmação de um caso de sarampo.

O paciente é um menino de 1 ano e 2 meses de idade, residente na cidade, que em 25 de março viajou com os pais para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

Segundo a secretaria, ele apresentou sintomas compatíveis com sarampo, com surgimento de manchas vermelhas na pele em 16 de abril, e foi atendido em um serviço de saúde local, onde foi confirmada a infecção.

"A investigação epidemiológica em andamento indica que o local provável de infecção não foi no município de São Paulo", diz a pasta.

Neste ano, o Estado de São Paulo confirmou um caso autóctone da doença. O paciente, um homem de 31 anos, com residência na capital, estava vacinado e não houve necessidade de internação. Antes disso, o último caso autóctone havia sido confirmado em 2022.

Sintomas

O sarampo é causado pelo Morbillivirus e pode ocorrer em qualquer idade, com potencial de gravidade maior nas crianças abaixo de um ano, nos imunocomprometidos e em pessoas desnutridas.

Os principais sintomas são manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5 °C). Também é comum o paciente apresentar tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite), nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso.

Complicações

O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida. Algumas das complicações são:

Pneumonia

Cerca de uma em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, principal causa de morte associada à doença entre os pequenos.

Otite média aguda (infecção no ouvido)

Ocorre em aproximadamente 10% das crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva permanente.

Encefalite aguda (inflamação no cérebro)

A cada mil crianças com sarampo, entre uma e quatro podem desenvolver essa complicação e 10% destas podem morrer.

De acordo com o Ministério da Saúde, a cada mil crianças doentes, entre uma e três podem morrer em decorrência de complicações da doença.

Vacinação

A vacina tríplice viral, que previne contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível de forma gratuita nas unidades básicas de saúde (UBSs) de todo o Brasil.

Todas as pessoas de 12 meses a 59 anos de idade estão aptas a receber o imunizante, sendo recomendadas duas doses até 29 anos e uma dose de 30 a 59 anos, em pessoas não vacinadas. Quem nunca tomou ou não lembra se tomou a vacina na infância pode repetir a aplicação.

Alta de casos em diferentes países

De acordo com uma análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foram registrados 127.350 casos de sarampo na Europa e na Ásia Central em 2024, o dobro do reportado em 2023 e o maior número desde 1997.

Nos Estados Unidos, já são 1024 casos confirmados, 96% deles envolvendo indivíduos não vacinados, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A doença causou a morte de três pessoas.

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, a situação nesses locais serve de alerta para o Brasil e outros países: a população deve se vacinar.

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