La Niña e El Niño: quais as diferenças entre os fenômenos climáticos?
Interação entre oceano e atmosfera altera chuvas e temperaturas em várias regiões do Brasil e do mundo

Os fenômenos climáticos La Niña e El Niño são resultado da interação entre o oceano e a atmosfera e afetam o regime de chuvas e temperaturas em diversas partes do mundo. Segundo previsão da Climatempo, há possibilidade de ocorrência de uma La Niña fraca e de curta duração a partir do fim da primavera, com efeitos que podem se estender até o verão. No Brasil, a primavera começa em 22 de setembro, mesma data do fim do inverno.
Qual a diferença entre La Niña e El Niño?
Enquanto no El Niño as águas do oceano Pacífico Equatorial se aquecem, na La Niña essas águas se resfriam. “Em épocas de El Niño, os ventos alísios enfraquecem. Já durante a La Niña, esses ventos se fortalecem, provocando mudanças no padrão global atmosférico”, explica Nadja Marinho, meteorologista da Tempo OK.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos alísios são constantes e sopram dos Hemisférios Sul e Norte em direção à Linha do Equador, do leste para o oeste do planeta. Durante a formação do El Niño, a atuação desses ventos é determinante para o desenvolvimento do fenômeno.
Quando o El Niño costuma se formar?
O El Niño geralmente começa a se formar no segundo semestre do ano, quando as águas do Pacífico ficam ao menos 0,5°C acima da média por um período mínimo de seis meses. Segundo o Inmet, o fenômeno pode durar até dois anos ou mais, sem um prazo fixo de encerramento.
Quais os efeitos dos fenômenos no Brasil?
Durante a La Niña, a região Sul do Brasil costuma registrar diminuição nas chuvas, enquanto as regiões Norte e Nordeste apresentam aumento nas precipitações. No caso do El Niño, ocorre o oposto: há mais chuvas no Sul e redução nas outras duas regiões. Em geral, o El Niño também tende a elevar as temperaturas nas áreas tropicais do planeta, incluindo o território brasileiro.
La Niña está confirmada?
Ainda não há confirmação oficial da ocorrência da La Niña, mas os modelos climáticos apontam para essa possibilidade nos próximos meses. De acordo com o meteorologista Guilherme Borges, da Climatempo, a oficialização do fenômeno depende do Índice Oceânico Niño (ONI), calculado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA). “Para a classificação oficial, é necessário que a anomalia da temperatura da superfície do mar fique abaixo de -0,5 °C por três trimestres móveis consecutivos”, explica.
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