Google vai permitir que PM bloqueie celulares roubados remotamente; saiba como vai funcionar
A novidade, que funcionará por meio do Google Localizador, será incorporada nos TPDs dos policiais
A Polícia Militar de São Paulo anunciou nesta terça-feira, 10, uma parceria com o Google para tentar ajudar a combater os roubos e furtos de celular. A funcionalidade, que passa a operar nos Terminais Portáteis de Dados (TPD) dos policiais, vai permitir que os agentes façam o bloqueio remotamente de um aparelho subtraído.
Segundo a Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação da PM, a ferramenta só será acionada a pedido da vítima, que deverá dar as informações para a ativação do serviço. Além de bloquear o aparelho, os policiais podem auxiliar a vítima a identificar a localização em tempo real, tocar um som para facilitar sua identificação ou, em último caso, apagar todos os dados. Todas as ações devem ser documentadas pelo agente.
A novidade, que funcionará por meio do Google Localizador, será incorporada nos TPDs dos policiais, que iniciam o período de instrução nesta semana. A Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação esclarece ainda que o uso do TPD é uma medida de apoio imediato à vítima e não substitui a necessidade de se registrar o boletim de ocorrência, informando o Imei do aparelho, nem a investigação policial.
De acordo com o governo do Estado, o serviço poderá ser ativado para celulares com sistema operacional Android, presente em mais de 80% dos aparelhos. "Essa parceria da PM com o Google é mais uma ferramenta importante para coibir o crime e proteger a população", disse o governador Tarcísio de Freitas.
Modo ladrão
A parceria com a Polícia Militar de São Paulo foi apresentada no Google for Brasil, evento anual brasileiro da big tech. A companhia anunciou ainda que o "modo ladrão" vai ganhar outras funções, como a proteção contra a redefinição de fábrica e a verificação de identidade, que chegarão aos celulares já habilitadas por padrão.
Desde que lançou as ferramentas de segurança que visam dificultar o acesso a informações sensíveis em um celular roubado ou furtado, o Google tem adicionado atualizações à plataforma de segurança. Segundo a empresa, apenas no carnaval deste ano, o uso do Bloqueio de Detecção de Roubo cresceu 30%.
Agora, o Google anunciou que tanto o Bloqueio de Detecção de Roubo quanto o Bloqueio Remoto chegarão aos celulares novos como uma configuração já habilitada por padrão. Anteriormente, o usuário precisava ativar manualmente as proteções. A configuração padrão será lançada primeiramente no Brasil, país que inspirou os recursos, lançados no ano passado. A ferramenta pode ser usada em celulares com Android 10 e posteriores e estará disponível até o fim de 2025.
No Android 15, o Google também adicionou mais algumas restrições. Uma delas é a proteção contra a redefinição de fábrica, uma operação que deleta todas as configurações e dados dos dispositivos. A empresa afirmou que reforçou o recurso para que, no momento do reset, o usuário seja obrigado a colocar a senha ou o pin anterior. A ideia é proteger dados e aplicativos, além de tornar a revenda clandestina mais difícil em caso de o aparelho ser roubado.
Outro ponto estudado pelo Google foi a forma como criminosos estavam usando as configurações para explorar características do aparelho. Agora, por exemplo, não será possível desativar o Google Localizador - aplicativo que rastreia o celular - sem que um dado de biometria seja inserido.
Balanço
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), somente neste ano, 24,7 mil aparelhos foram roubados na cidade de São Paulo. A quantidade é 12,9% menor na comparação entre janeiro e abril do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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