Buscas por brasileiro desaparecido em montanha no Peru são paralisadas

Estadão Conteúdo

A Associação de Guias de Montanhas do Peru (AGMP), que ajuda nas buscas pelo fotógrafo brasileiro Edson Vandeira Costa, de 36 anos, informou nesta quinta-feira, 12, que os trabalhos de salvamento do escalador tiveram que ser interrompidos por causa das condições climáticas da região.

O jovem e outros dois peruanos estão desaparecidos desde 29 de maio, quando começaram uma escalada do Nevado Artesonraju (pico de 6.025 metros) na Cordilheira Blanca, dentro do Parque Nacional Huascarán, no Peru. O trio deveria ter retornado no dia 1° de junho.

Em comunicado, a associação informou que a pausa temporária foi estabelecida por causa de condições "climáticas adversas e instáveis" na área da montanha. A previsão é de que as buscas sejam retomadas em torno de 20 dias, quando "as condições climáticas permitirem a continuidade dos trabalhos", informou a AGMP.

Montanhista, fotógrafo e guia brasileiro, Edson Vandeira começou a escalar a montanha com outros dois peruanos, Efraín Pretel Álonzo, da cidade de Huari, e Jesús Huerta Picón, de Caraz. Os três são alunos do Centro de Estudos de Alta Montanha (CEAM) e foram aspirantes a guia da Federação Internacional de Associações de Guias de Montanha. Eles pretendiam completar uma rota técnica de ascensão.

A interrupção das buscas, no entanto, agrava ainda mais a situação de risco e diminui as chances de encontrar os três montanhistas com vida. A região é de difícil acesso e caracterizada por apresentar condições climáticas severas.

As buscas têm contado com o apoio de voluntários e das autoridades peruanas. Uma vaquinha foi realizada para arrecadar fundos para ajudar nas buscas, mas, segundo parentes e amigos de Edson, a situação exige maior sofisticação logística no resgate, como uso de helicópteros especializados para varreduras aéreas em pontos críticos.

Em carta aberta a Vandeira, o amigo e também fotógrafo Gabriel Tarso, diz em tom de despedida sobre a falta que o brasileiro fará. "Foi bonito demais ver tanta gente se movendo por você. Você foi - e é - muito amado. A montanha não te levou sozinho. Levou um pedaço da gente também", diz trecho da carta de Tarso, publicada nas redes sociais.

Segundo relatos de colegas dos montanhistas, o trio partiu às 13h de quinta-feira, 29 de maio, e deveria chegar ao cume da montanha por volta de 1h da sexta-feira, 30.

Conforme esses montanhistas, durante a noite foram vistas luzes se movimentando na crista da montanha, o que sugere que o trio chegou ao cume, mas pode ter tido algum problema durante a descida. A rota de descida do Artesonraju exige quatro rapeis técnicos.

Diante da falta de notícias, uma equipe especializada de resgate, em coordenação com a Polícia de Alta Montanha, começou a trabalhar para encontrá-los. A barraca onde o grupo deveria ter se abrigado foi localizada, mas estava vazia.

Nesta semana, a família do montanhista publicou uma carta ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, pedindo apoio para tentar localizar o jovem, e citando a gravidade da situação.

"O governo brasileiro tem o dever de atuar rapidamente para garantir todo o suporte possível. Cada minuto perdido reduz as chances de um desfecho positivo, e não podemos permitir que a burocracia ou a falta de ação comprometam vidas. É urgente que esta situação seja tratada como prioridade absoluta", diz parte do comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio da Embaixada do Brasil em Lima, disse que acompanha com atenção o caso e está em contato com a família do brasileiro, a quem presta assistência consular, e as autoridades locais, que coordenam os esforços de busca.

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