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Após agressões contra mulheres no Ibirapuera, Urbia anuncia postos de vigilância: 'Basta'

Estadão Conteúdo

A Urbia, concessionária responsável pela administração do Parque Ibirapuera, anunciou nas redes sociais a instalação de postos fixos de vigilância em locais estratégicos para auxiliar no combate às agressões sofridas por frequentadoras do espaço.

"Reforçamos que repudiamos veementemente qualquer forma de violência, assédio ou intimidação. O Parque Ibirapuera é um espaço público e plural, e deve ser seguro para todas as pessoas, principalmente para as mulheres que caminham, correm, pedalam e ocupam esse espaço em qualquer momento do dia", diz a concessionária.

Como o Estadão mostrou, os relatos de agressões sofridas por mulheres no Parque Ibirapuera estão se tornando frequentes. Os casos denunciados ocorreram ao longo da pista de corrida, em trechos variados.

"Se você presenciar qualquer atitude suspeita ou for vítima de violência e assédio, procure imediatamente as equipes de segurança do parque. Elas estão preparadas para dar suporte à GCM (Guarda Civil Metropolitana), responsável pela segurança pública no Ibirapuera. A omissão só alimenta a impunidade", diz a Urbia. A concessionária afirma contar com 248 câmeras instaladas pelo parque para monitoramento 24 horas por dia, que são integradas às forças policiais responsáveis pela segurança pública do parque.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado afirmou que intensificou a atuação no entorno do parque. Já a Secretaria Municipal de Segurança Urbana informa que o patrulhamento foi reforçado nos horários de maior movimento.

Onda de agressões

A agressão à artesã Gleice Koyama, de 41 anos, ocorreu quando ela estava encerrando um treino de 15 km na pista de corrida. Ela foi surpreendida por um forte impacto na face, perto do olho direito. Na hora, não conseguiu entender o que havia acontecido.

"Eu me desequilibrei e acabei até empurrando uma moça que estava na minha frente", detalha Gleice. Ela correu para o banheiro e percebeu que havia sido agredida por um homem, não identificado, com um golpe próximo ao olho.

"Quando vi meu olho todo roxo, entrei em desespero e logo liguei para minha amiga, que é médica, para saber o que fazer. Fiquei um tempo ali no banheiro, tentando me acalmar e pedi para meu marido ir me buscar. Não queria falar com ninguém. Estava muito assustada, a cada passo que eu dava eu ficava com medo. Fiquei com trauma", relata.

Outro caso foi da gerente internacional de vendas Noelle Pessoa. Em 19 de julho, sábado, ela corria pela pista quando um desconhecido, que vinha na direção contrária, esperou "até o último instante" para desviar de sua rota - o que resultou em uma colisão que atingiu o maxilar da corredora e causou fortes dores.

Passados alguns segundos, ela confrontou o corredor para tirar satisfação. O sujeito teria levantado a voz e a ameaçado, por estar no "sentido contrário". No parque, no entanto, não existe nenhuma regra de fluxo.

"Em um momento, levantei minhas mãos para tocar nos ombros dele e ele me ameaçou com um tapa, mas consegui me esquivar", conta. "Chegou um outro homem para apaziguar e aquele covarde acabou sumindo do mapa."

Mary Alencar Lopes, de 67 anos, e sua filha Raquel Alencar, de 34 anos, médica, estavam passeando pelo Ibirapuera em 18 de julho quando um corredor empurrou Mary, que não conseguiu se proteger e caiu. Ela quebrou o braço e rompeu o ligamento inguinofemoral, uma estrutura anatômica localizada na região da virilha, responsável por dar estabilidade àquela parte do corpo.

"Ninguém foi atrás dele (corredor) e eu juro que só não fui porque a prioridade era ajudar a minha mãe, que estava deitada no chão", contou Raquel. Neste caso, a concessionária Urbia informou ao Estadão ter prestado atendimento à idosa. "O profissional de enfermagem constatou que a frequentadora apresentava dor no braço, sem escoriações e com os movimentos preservados", afirma, em nota. "Por estar acompanhada da filha e não apresentar sinais de emergência que justificassem remoção por ambulância, ela foi medicada e liberada", conclui o texto.

Nas redes sociais não faltam relatos de agressões sofridas por mulheres durante exercícios no parque. Uma corredora relatou ter sofrido uma "cotovelada bem forte" enquanto treinava. "Um homem que estava vindo no sentido contrário a mim também passou e me deu uma cotovelada bem forte. Como passou bem rápido não pude ir atrás", contou.

Outra mulher relatou ter visto um ciclista dar um "tapaço nas costas" de uma corredora que cruzou o seu caminho. "Estava correndo no Ibirapuera, uma moça cruzou a ciclovia correndo, o ciclista que tava de speed deu um tapaço nas costas dela. Primeiro ele veio gritando, ela não ouviu porque tava de fone e ele simplesmente bateu nela."

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