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Um mês rosa e cuidados o ano todo!

O mês de outubro chega reforçando um lembrete: é preciso conscientizar todas e todos sobre a importância dos exames de prevenção ao câncer de mama – uma das neoplasias que mais cresce e que mais afeta mulheres em todo o mundo

Lorena Filgueiras
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Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer – o INCA – estão previstos para 2020 mais de 65 mil casos de câncer. Os números assustam, especialmente em função de um ano, que por toda sua atipicidade, manteve – por um bom período – as mulheres afastadas dos consultórios médicos. “Por isso, é mais importante do que nunca conscientizar a população, em especial a mulher, da necessidade e importância da avaliação por um médico especialista”, afirma o mastologista e ginecologista com quase 30 anos de atuação, Mário Simões. É por meio do outubro rosa que ocorre a disseminação da informação e o estímulo aos autocuidados. 

“Hoje eu espero o outubro rosa chegar”

“Sempre vi a campanha e jamais pensei em me inserir nela. Hoje eu espero o outubro chegar, pela chamada às mulheres”. O relato forte, típico de quem viveu de perto a dor de um câncer é da pedagoga Mônica Lisboa, 37, que descobriu um nódulo acentuado na mama esquerda, quanto estava indo para o oitavo mês de gestação.

image Mônica Lisboa (Acervo pessoal)

 

“Começou a doer muito [a mama], até por causa do leite. Marcamos, meu marido e eu, a consulta com a obstetra para depois do Chá de bebê. Fui para a consulta e ela me pediu imediatamente a ultrassom. Quando recebi o laudo, fotografei e mandei a foto para meu marido, que àquela altura, já estava estudando e lendo tudo a respeito”, relembra.

Com o laudo em mãos, o passo seguinte foi a mastologista. Ela me examinou e pediu uma biópsia. A espera do resultado da biópsia foi muito angustiante. Quando meu marido pegou o exame e chegou em casa, ele esperou amanhecer pra me informar que havia, infelizmente, dado positivo. Que era invasivo e que precisávamos correr. Lembro de naquele momento só pensar em fazer tudo o que era possível”, conta Mônica.

Começou uma correria enorme. Tinha de ser logo, não podia esperar. “Imagina você estar no oitavo mês de gestação e ter que fazer uma mastectomia radical? Sonhar em amamentar e ter que tirar uma mama? Era algo que eu vinha trabalhando na minha cabeça e que ia precisar esquecer alguns planos que, naquele momento, não seriam possíveis. Fiz minha cirurgia com uma equipe incrível de mastologistas – que foi um sucesso e me trouxe alguma tranquilidade. O acolhimento que tive de todos foi um diferencial muito grande. Em nenhum momento pensei em desistir. Queria pegar meu filho no colo”.
Depois da cirurgia de mastectomia, teve o filho Miguel – hoje, com 3 anos. “Vinte e cinco dias depois do parto, comeci a quimioterapia – foram oito sessões. E depois, radioterapia. Faço exames de três em três meses, estou em remissão. Não faço uso de qualquer tipo de medicação e estou bem. Faço fisioterapia e acompanhamento psiquiátrico, porque é importante, já que, vez ou outra, o medo e a ansiedade insistem em fazer companhia. Hoje o câncer não é mais aquela sentença de morte. Atualmente, a medicina te proporciona uma variedade de possibilidades para vencê-lo”, finaliza.

“O tratamento do Câncer é multidisciplinar”, explica o médico Mário Simões. “Pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia. Cada uma das etapas possui seus avanços. Dependendo de cada caso, a paciente pode fazer apenas um procedimento ou todos eles. Isso depende do estágio da doença”.

A rotina de exames faz toda a diferença

No caso de Josineide Reinaldo, 52, foi uma consulta que salvou-lhe a vida. “Descobri o C.A, um carcinoma ductal, localmente avançado em outubro de 2006. Na ocasião, eu estava em uma consulta de rotina que detectou um achado [na linguagem médica, um nódulo suspeito]. O médico seguiu investigando e constatou, após outro exame, que se tratava de um cisto, porém a biópsia confirmou que se tratava de câncer”.

Josineide foi encaminhada para a oncologista e realizou o tratamento. “Sou considerada paciente assintomática, na linguagem de alguns médicos. Já faz 13 anos que não tenho nenhum resultado positivo para C.A”. Nossa entrevistada ressalta a importância do Outubro Rosa. “É uma campanha maravilhosa, que alerta a mulher para o cuidado com a saúde, especialmente dos seios, pois o câncer, quando é descoberto precocemente, tem uma chance bastante significativa de cura. A maioria consegue vencer. Quando descobri, estava no auge da minha carreira acadêmica, fazendo mestrado. O chão abriu e eu fiquei sem reação nenhuma fiquei letárgica... depois encarei fiz quimioterapia e radioterapia. Perdi os cabelos, retirei o tumor depois do quarto ciclo, mas continuei trabalhando e estudando. Em 2007 fiz o ano inteiro de tratamento. Até hoje faço exames de acompanhamento anualmente”, conclui.

Tudo se resume ao autocuidado

“As recomendações para o rastreamento de mulheres saudáveis variam de acordo com o risco de câncer de mama ao longo da vida. Para mulheres com risco habitual, é recomendada a mamografia anual. Abaixo de 40 anos, ultrassonografia mamária. Para mulheres de risco elevado, que tenham histórias de câncer de mama na família, acima de 35 anos, o rastreamento é feito com mamografias anuais. Na faixa etária de 25 a 35 anos, ultrassonografia mamária”, detalha a oncologista clínica Rosana Mattos, que há trinta anos, está na área.

image Rosana Matos (Carmen Helena)

“É importante ressaltar que o câncer de mama quando detectado na fase inicial, tem maior chance de cura e de um tratamento conservador e menos agressivo. Destaca-se também que as mulheres devem ser estimuladas a conhecer o seu próprio corpo e realizar o autoexame das mamas e, ao perceberem nódulos, alterações de pele, secreções provenientes do mamilo, gânglios aumentados na axila, dentre outros, precisam procurar a avaliação do mastologista”, afirma.

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