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O amor não conhece distâncias

Lorena Filgueiras
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A promoção #AmorCapaTroppo mobilizou dezenas de casais, que, em cenas apaixonadas, compartilharam momentos de cumplicidade e um desejo: estampar a capa da edição especial do dia dos namorados. Sineide e Anderson, que ganharam o concurso, revelam uma surpreendente história de amor, vivida a distância. Tal como eles, muitos casais também buscam se reinventar para tentar diminuir o distanciamento geográfico, sem abrir mão do principal: o sentimento que os conecta. 

image Sineide e Anderson (Estúdio Tereza & Aryanne)

A pedagoga Sineide Santa Brígida, 41, e o aeroportuário Anderson Rodrigo de Sousa, 33, são a prova de que amores de carnaval podem dar certo. Os dois integravam um grupo virtual de carnaval, reunido em um aplicativo de mensagens e que congregava pessoas do Brasil inteiro. Como não podia deixar de ser, o coletivo era animadíssimo. Um dia, Rodrigo contou uma piada e Sineide pediu que ele enviasse para ela no privado. “Ele me mandou o textinho da piada e vi a foto dele. Gostei e puxei mais assunto, então ele percebeu e começamos a conversar com mais frequência e assim foi durante todo o mês de fevereiro de 2019”, ela conta.

image Sineide e Anderson (Acervo Pessoal)

“Fui para Salvador e lá fiquei esperando ele chegar. No domingo de carnaval a gente se viu e já não havia mais o que conversar. A verdade é essa”, revela entre risadas. “Já fomos nos beijando e ficando juntos no circuito Barra Ondina”.  Depois daquele domingo, não se desgrudaram mais. Quer dizer, mais ou menos. Como você, leitor, já deve ter percebido, Sineide e Anderson moram em cidades diferentes. Mas voltemos ao Carnaval. 

Na quarta-feira de cinzas, Anderson voltou para Brasília, onde mora. Na quinta, Sineide embarcou de volta para Belém, mas teve uma escala na capital federal e, portanto, mais um encontro – desta feita mais breve. Nos dois meses que se seguiram, se falaram todos os dias. Conversavam sobre se conhecerem melhor e Sineide embarcou para Brasília... para uma micareta. “Ali, o clima já era diferente. Havia mais intimidade entre nós, porque estávamos a sós”. Descobriram lá que queriam muito ficar juntos. “Administrar a saudade, morando em cidades diferentes, é um pouco complicado”, inicia Anderson. “A gente se fala todo dia e sempre que temos oportunidade, um feriado prolongado, férias, ela vem para cá [Anderson estava em Brasília quando concedeu a entrevista] ou eu vou para lá [para Belém] e assim a gente vai levando”, conta. “A gente se fala o dia inteiro: mandamos fotos, fazemos chamadas de vídeo todos os dias”, detalha Sineide.

Há um ano (oficialmente) junto, o casal está muito apaixonado. “No início foi meio estranho. Era a primeira vez que estávamos nessa situação [de namorar a distância]. Ele se ressentia bastante e, de tanto conversarmos, fomos nos ajustando. Conversamos muito sobre confiança e somos muito transparentes um com o outro. Se fosse só para ficar no carnaval, ficaríamos ali mesmo, mas se fosse para continuar, teríamos de levar à sério”. 

Ambos conhecem as qualidades e defeitos de cada um. “O que mais admiro na Sineide é o fato de ela ser muito obstinada. Quando ela quer alguma coisa, ela corre atrás e é bem enérgica nesse sentido”, diz Anderson. “Ele é muito educado, prestativo. Tudo ele faz para me agradar e à minha família. Ele é muito inteligente, sabe conversar sobre tudo! Política, cultura, educação”, diz ela. Em comum, de “defeitinho”, digamos assim, ambos têm teimosia. 

No dia em que conversamos com o casal, Sineide me revelava que Anderson estava tentando encontrar um voo para passar o dia dos namorados com ela, em Belém, mas que estava muito difícil. “Por causa da pandemia, houve muitos cancelamentos. Tentamos de todas as formas, mas talvez não dê”. Quando o assunto muda para a capa da Troppo + Mulher, Sineide diz que escolheu uma foto da última vez em que ficaram juntos – já no isolamento social. “Quando contei para ele que nossa foto havia sido escolhida, vibrei muito! Fiquei toda besta e ele também! Disse: ‘olha que chique! Seremos capa da revista Troppo!’. Será uma lembrança pra gente guardar pro resto da vida!”.

Como a malha aeroviária brasileira foi muito comprometida, em função de todo o momento que estamos vivendo, Anderson vai tentar até o último minuto. “Até então, não estamos conseguindo voo", diz ele. “Mas se rolar, será uma comemoração dentro de casa, com direito a um jantarzinho para nós”, planeja Sineide.

Se a pandemia apartou muitos casais, que por questões de segurança e saúde, não conseguiram ficar juntos, o caos que se instalou também nas companhias aéreas e/ou meios de transporte convencionais também colaborou muito. Como esses namorados têm feito para driblar essa situação? 

A acadêmica de medicina veterinária, Thayenne Galeão, 23, e o empresário Gustavo Marana, 25, se conhecem desde 2013 e começaram a namorar em 2015. Ela mora aqui, no Pará, enquanto que Gustavo mora na capital paulistana. Há quase 6 meses eles não se veem pessoalmente e por causa da pandemia, não há previsão de o fazerem tão cedo. “Para mim está sendo muito difícil, porque sem a pandemia a gente já se via de 3 em 3 meses. Com a pandemia a gente já está há quase 6 meses [distantes]. A saudade só aumenta e a frustração de querer estar perto também”.

image Thayenne Galeão e Gustavo Marana (Acervo Pessoal)

O casal se conheceu por meio de uma plataforma de jogos on-line. “De 2013 até 2015, a gente se falava todos os dias. Eu e ele criamos um respeito e carinho muito grande nesse meio tempo. Me mudei, em 2015, pra São Paulo para fazer faculdade e acabou que a gente marcou de sair juntos pra finalmente se conhecer pessoalmente. Viajamos para a casa do nosso amigo em comum e no dia 19 de abril, ele me pediu em namoro na praia”, conta a estudante.

Naquele julho de 2015, Thayenne voltou para Belém. O namorado e os pais dele vieram conhecer a cidade e a família dela. Tudo conforme o figurino. Estabeleceram uma meta, desde então: de se verem 3 vezes por ano, intercalando quem vem e quem vai. 

Um relacionamento a distância é sempre desafiador, porque para além da saudade, há questões relacionadas à confiança – que não é um problema ao casal. “A dificuldade maior foi no início, por ter sido tudo muito novo, por saudade e medo de não dar certo, mas depois de um tempo a gente viu que era realmente isso que a gente queria. Hoje em dia, a gente confia muito um no outro e somos, além de namorados, amigos e confidentes. Em muitos momentos tivemos crise por confiança, mas sempre procuramos conversar e sempre ficava tudo bem”, conta ela.

Gustavo também está triste e saudoso da amada. “A situação mais chata que a Covid-19 nos colocou foi de medo, de não podermos morar juntos ano que vem, que era o que estávamos planejando. Estávamos acostumados a manter uma frequência de 3 em 3 meses de se ver, porém já faz quase meio ano que não nos vemos”.

É isso: o casal decidiu morar juntos, mas enquanto as coisas vão se ajustando, eles não abrem mão da tecnologia para diminuir a distância e o coração apertado.

“A gente se fala todos os dias, se liga às vezes e quase todas as noites a gente faz o nosso melhor lazer, que é jogar juntos”, finaliza.

A terapeuta familiar e de casais, Darklê Nahmias, especialista convidada desta edição especial de Namorados, diz que a tecnologia deve ser uma importante aliada dos casais que moram ou estão em cidades diferentes. “Vídeo-chamadas [são uma opção] para manter o contato diário e o vínculo afetivo que há entre ambos. Afinal, a distância é física e não emocional. É importante expressar os sentimentos, dizer que ama, que sente falta, demonstrar carinho, cuidado. Sentir saudade é positivo! Aproveitem e descubram novas formas de manter a chama acesa mesmo a distância”, estimula.

Emille Damasceno, 22, e Luiz Fernando, 21, estão juntos há pouco mais de dois anos. “Nos conhecemos através de um amigo meu que foi estudar com ele. Eu via as fotos que meu amigo postava com ele e sempre comentava perguntando sobre ele. Até que meu amigo deu o meu número para ele. Um certo dia ele me mandou mensagem, conversamos durante uns meses e começamos a gostar do outro sem nos ver pessoalmente, só por chamadas de vídeo, chamadas de voz e por mensagem. Começamos a namorar dia 6 de janeiro de 2018. Em fevereiro ele veio na minha cidade e foi aí que nos conhecemos pessoalmente, depois de 1 mês já namorando”, conta Emille.

image Emille Damasceno e Luiz Fernando (Acervo Pessoal)

A maior dificuldade no relacionamento do jovem casal é, sem dúvidas, a distância, mas os dois conversam todos os dias sobre as rotinas. “Compartilhamos fotos, vídeos, o que ajuda um pouco. Não são comuns as conversas sobre confiança, pois até agora não tivemos motivos para desconfiar um do outro”, afirma ela. “No início foi um pouco difícil (pelo menos pra mim, Luiz), mas depois fomos acostumado e a confiança foi surgindo e ficando mais forte. Geralmente não é muito conversado sobre confiança, não, somente que tem que ter”, diz ele.

Apesar de afirmarem que já sabem lidar com a distância e saudades, eles mal conseguem esperar para se verem. “Admiro principalmente a bondade dela, a sinceridade e como ela se doa pro relacionamento ir pra frente. Isso acaba dando forças pra superar os desafios que há. Além disso, ela é uma pessoa extremamente criativa, e principalmente é um amor com minha mãe”, finaliza Luiz.

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Troppo
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