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Faces do Soledade

Lorena Filgueiras
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A arquiteta e urbanista Paula Andréa Caluff Rodrigues, professora da Universidade da Amazônia com mestrado em Patrimônio Cultural pelo IPHAN, lançou, virtualmente, na última segunda-feira, seu segundo livro sobre o Soledade, “Duas faces da morte – o corpo e a alma do cemitério Nossa Senhora da Soledade, em Belém do Pará”. Apaixonada pelo tema, Paula Rodrigues o pesquisa há 20 anos. “Posso dizer, com certeza, que ele [o cemitério da Soledade] tem um enorme valor afetivo para mim. Ele tem toda uma relevância cultural nacional, tanto que ele tem um tombamento pelo IPHAN, desde 1964. Sua importância é indiscutível”, conta. “O Cemitério Nossa Senhora da Soledade, como ele foi inicialmente designado, inaugurou em 1850, em meio a uma epidemia de febre amarela e ele encerrou os enterramentos ainda no século XIX, em 1880. Isso não quer dizer que ele parou de ser visitado. Ali sempre foi um local de sociabilidade, de orações, devoções, tanto que, até os dias de hoje, todas as segundas-feiras, ele fica aberto para receber o grande número de pessoas que vai até lá para suas orações e devoções. Ele guarda muita riqueza histórica, artística e cultural da nossa região”.

O primeiro livro da arquiteta e urbanista, “O tempo e a Pedra”, foi publicado em 2001, como resultado da pesquisa de pós-graduação em História e Memória da Arte. Além dos livros sobre o Soledade, a pesquisadora também lançou um livro sobre as igrejas de Landi, além de um material didático de suporte a visitas monitoradas no Soledade, em 2014. Em função dessa retomada de contato com o tema, surgiu o novo livro, que é um desdobramento de sua última dissertação. “Trata-se de uma pesquisa documental, imagética e de campo, realizada entre 2013 e 2015, em que apresento toda uma discussão sobre a dualidade da natureza material e imaterial que está presente no Soledade. Ou seja, essa relação indissociável entre as obras arquitetônicas e artísticas, tangível, visível, que são o corpo do cemitério e as práticas devocionais, religiosas que acontecem até hoje lá dentro, como a Novena das Almas, que ocorre toda segunda-feira”, explica Paula Rodrigues. 

image Reprodução da capa da publicação

Cemitérios, em geral, são espaços de memória e reflexão. No caso do Soledade, ele se configura em um espaço potencial de aprendizagem. “Ali há dados de vultos históricos, de famílias importantes, além de informações do ciclo da borracha e objetos de grande valor artístico, de escultores europeus. Dados etnográficos, são infinitas as possibilidades de conhecimento que ocorrem ali dentro”, enumera. “A contemporaneidade parece querer se afastar desse inevitável. A maioria parece não querer se confrontar com sua finitude. A morte ainda assusta muita gente. Aproximar-se dessas questões, longe de causarem temor, ajuda na compreensão de que a morte é o fio último de cada um de nós, fazendo-nos refletir sobre como evitar vaidades e prioridades desnecessárias. A própria Covid-19 teve esse mesmo efeito nas pessoas, quando foram confrontadas com a ameaça de um vírus que poderia ser letal, muitas passaram a perceber o que realmente importava em suas vidas. Assim são os cemitérios! Diariamente aprendo com eles”.

Paula Andréa Caluff Rodrigues ocupa a cadeira 45 do Instituo Histórico e Geográfico do Pará e os seus livros anteriores podem ser adquiridos no local. O novo “Duas faces da morte – o corpo e a alma do cemitério Nossa Senhora da Soledade, em Belém do Pará”foi publicado pela editora Appris, prefaciado pela professora Jussara Derenji e capa elaborada pela Mendes Comunicação. A publicação está disponível nas melhores plataformas digitais. 

Para conhecer mais e adquirir o livro:
@par2u

 

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