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É hora de se reinventar

Troppo

Empreendedoras paraenses buscam alternativas para enfrentar o novo momento econômico, em meio a pandemia de coronavírus. Por meio dos deliveries, elas vão se ajustando e são uma importantíssima contribuição neste período de isolamento social.  

A progressão do novo coronavírus (Covid-19) trouxe mudanças significativas comportamentais, sociais e na economia. A preocupação com os negócios e a incerteza de quanto tempo o cenário levará para voltar à normalidade vem fazendo com que empresários - de todos os portes - tentem se adaptar à nova realidade para atravessar o momento de instabilidade.

Disponibilizar serviços on-line e não cobrar a taxa de entrega são algumas das estratégias adotadas para encarar a mudança no comportamento dos consumidores, imposta pelo novo vírus. Mas, será que elas têm dado certo?

Um relatório divulgado pela Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a empresa de inteligência de mercado Compre & Confie, comparou vendas no e-commerce realizadas em fevereiro e março de 2020 com as do mesmo bimestre de 2019.

Os números mostram que houve aumento significativo no consumo das categorias de Supermercados (80%), Saúde (111%) e Beleza e Perfumaria (83%). Por outro lado, segmentos como Câmeras, Filmadoras e drones (-62%), games (-37%), eletrônicos (-29%) e automotivo  
(-20%), apresentaram forte queda no período. Por aqui, nossa reportagem conversou com três empreendedoras para saber como elas têm agido neste momento.

Comida de casa... para outras casas

A empresária e cozinheira Daniela Martins, 43, começou a vender kits de comida saudável congelada há dois meses. Com a recomendação de distanciamento social, ela já vê aumento no volume de vendas. “As pessoas estão ficando em casa e precisam se alimentar. Como grande parte dispensou suas secretárias, a procura vem aumentando”, explica. 

O negócio de Daniela surgiu do prazer em cozinhar comidas saudáveis, hábito mantido para alimentar suas filhas. Mas ela não imaginava que em tão pouco tempo precisaria readaptar tudo para dar continuidade às vendas de forma segura para ela, para suas duas colaboradoras e para os clientes. “Aderimos aos kits de proteção, como máscara, álcool em gel e luvas. E também estamos escalonando os dias de entrega e de produção, para amenizar os riscos para mim e para as pessoas que trabalham comigo”, afirma a empresária, que acredita que os próximos meses serão difíceis e será necessário se reinventar.

image Daniela Martins (Dudu Maroja)

Antes da explosão dos casos, Daniela fazia entregas – pessoalmente – quase todos os dias. Agora, utiliza os serviços de um motoboy, que leva as encomendas três vezes por semana. A produção deu um salto, em função da recomendação pelo isolamento social, mas, depois de comandar por 11 anos o restaurante da família, a chef afirma que se planeja com muita antecedência. “Tudo do meu negócio foi pensado antecipadamente. Logicamente que ninguém espera uma pandemia no meio do caminho. Então a projeção de crescimento veio antes”, conta. Sobre as incertezas do futuro, a empreendedora diz que é importante manter-se otimista e não vender “apenas” um produto, mas colocar sentimento. “As pessoas estão assustadas, fragilizadas. É tempo de, mesmo à distância, criar conexões. Procuro atender todos os clientes que me chamam no celular como se fossem amigos. Eu não vendo comida. Prefiro pensar que alimento as almas e os corações de quem precisa de afeto. Felizmente, o meu afeto, vai em forma de comida”, finaliza.

Cuidados para os pets 

A engenheira de produção Renata Barra Martins, 29, também elegeu o ano de 2020 para o empreendedorismo. Com a proposta de levar até o cliente produtos do universo pet em até duas horas, ela está há três meses no segmento e afirma que a crise causada pela Covid-19 acabou aumentando a demanda do seu negócio. “Oferecemos o serviço de vendas de produtos Pet de forma on-line, disponibilizando um serviço personalizado a cada cliente desde a cotação de preços nos pet shops credenciados, até a logística de entrega dos produtos na residência do cliente”, explica Renata. 

Segundo a empreendedora, por conta da pandemia, a logística do negócio foi alterada para tentar restringir o contato e, com isso, diminuir as chances de contágio. “Passamos a oferecer opção de entrega na porta sem contato, além de incentivar transações on-line e tecnologia de pagamento por aproximação em máquinas de cartão de crédito”, exemplifica. 

A higienização com álcool a 70% das embalagens e produtos também estão entre as estratégias adotas pela empresa, que intensificou a ações de marketing digital para divulgar as soluções oferecidas. 

Mesmo com todo o cenário, que pode não ser tão favorável como está sendo para ela, Renata afirma que acredita no potencial do empreendedor paraense e deixa um recado otimista: “Os pequenos empreendedores e autônomos que se ajustarem a esta nova realidade, buscando novos meios de prestar seus serviços e oferecer seus produtos, terão maiores chances de superar este período de incertezas", diz.  

Segundo ela, a formação de redes colaborativas também pode garantir o suporte necessário para que as empresas mantenham suas operações em execução. 
 
Delivery - Já para a empresária Cássia Romana Reis, 40, a mudança comportamental e social causada rapidamente com o aumento do número de casos de coronavírus impactou diretamente seu restaurante, que atua desde com café da manhã até pratos executivos, pizzas, massas e outras opções. 

image Cássia Romana (Divulgação)

Entre os dias 15 e 16 de março, Cássia chegou a ver seu faturamento cair 90%. “Com o passar dos dias e com a divulgação de novas informações nas mídias, principalmente da segurança do atendimento delivery, houve uma estabilidade, embora ainda menor do que a demanda que estávamos acostumados”, conta a empresária, que já está há dois anos e meio no segmento e chegou a ter um espaço físico.   

Além do restaurante, Cássia possui uma empresa de chope gourmet (geladinho/sacolé), com delivery, carrinhos em praças, escolas e balneários e freezers em restaurantes. Com o fechamento dos estabelecimentos, foi necessário suspendermos o contrato de alguns colaboradores, como dos rapazes que trabalhavam nos carrinhos, da promotora de vendas, produtora de chope, e do responsável pelo abastecimento dos freezers que ficam em pontos de venda.

No restaurante, as apostas da empresária para enfrentar o momento são os aplicativos de marketplace e em produtos para a Páscoa. “Conseguimos novos cadastros em aplicativos delivery, onde esperamos aumentar as demandas de pedidos. Também já estamos nos preparando para a Páscoa on-line e delivery. É o momento que estamos vivendo, temos que usar a criatividade”, pontua.

Com esperança que logo tudo vai ficar bem, mesmo com o seu próprio negócio em risco, Cássia acredita na união e solidariedade. “Essa crise está aflorando o lado solidário de todos nós. Não é hora de competir, é hora de unir forças para que todos nós possamos vencer, seja na crise, seja o vírus, seja o desemprego ou a falta de clientes”, finaliza.

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