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Estabelecimentos investem em internet para atender clientes e necessidades próprias

Conectividade nas regiões praianas tem custos elevados, mas aumenta número de clientes

Maycon Marte

Estabelecimentos como hotéis, pousadas e restaurantes localizadas nas regiões de praias do estado apostam na conectividade de internet como trunfo na hora de atrair mais clientes. As dificuldades de acesso à rede varia para cada região, mas é consenso entre representantes do setor que nos últimos anos o sinal evoluiu e facilitou a rotina das áreas mais afetadas. Empresários do ramo ouvidos pela reportagem de O Liberal relatam uma média de gastos com o recurso, que varia de R$ 100 a R$ 700, o que também varia conforme cada localidade.

A dinâmica de cada local é ressaltada como ponto principal por Fernando Soares, porta-voz do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SEHRBSPA). Segundo Soares, cada praia tem um acesso diferente, sendo as mais próximas da capital ou mais urbanizadas com maior vantagem. “Se você está em Salinas, por exemplo, você tem uma cobertura melhor, mas se você está Alter do Chão, não é o mesmo, porque até para sinal de telefone em Alter era complicado e não sei se houve uma melhora acentuada. Agora, no geral, houve uma melhora”, avalia.

Na sua avaliação, o problema seria a dificuldade de atualização das operadoras de internet, tanto em equipamentos, quanto em sinal. Esse cenário tem se modificado gradativamente ao longo dos últimos anos, embora a diferença para cada região se mantenha até os dias atuais.

Em Cotijuba, uma das maiores ilhas que integram a região insular de Belém, Manoel Lobato, sócio proprietário de uma das hospedagens do local, afirma que a conexão moldou o comportamento do mercado. Segundo ele, a primeira coisa que os hóspedes perguntam é sobre se há conectividade, o que acaba se tornado critério para fechar a reserva. Diferente de outras regiões, a ilha parece se beneficiar da proximidade com a área mais urbana da capital paraense, estando a aproximadamente trinta minutos de barco.

“As praias são muito próximas da área urbana, por isso geralmente é muito fácil colocar e quem não tem basta solicitar que a instalação não costuma demorar”, explica.

Mas, apesar dessa facilidade, a qualidade do sinal ainda afeta a rotina na hospedagem. Isso porque há quedas constantes ou redução da força da internet na ilha. “A internet não é daquelas que tem sinal constante, às vezes cai, outras vezes fica sem. Eles (operadora de internet) dizem que vão entregar uma velocidade e acabam não entregando”, explica o empresário.

Para Lobato, a necessidade de internet vai além da relação direta com o consumidor. Sem a conexão, ele defende que a rotina da hospedagem ficaria impossibilitada, devido à dinâmica mais moderna que existe entre quem oferta os serviços e os consumidores. Nesse cenário atribuiu uma característica de serviço essencial.

“A gente aderiu também para atrair mais clientes, mas também para atender as nossas necessidades, porque precisamos de Internet para colocar músicas para os clientes, usar máquina de cartão. Então atende tanto eles como nós”, avalia.

Os custos para manter a Internet no espaço em Cotijuba variam em média a R$ 110 mensais. Mas, ele explica que optou pela estratégia de começar com o pacote mínimo para evoluir posteriormente, a medida que o fluxo de hóspedes também aumenta. Esses valores não costumam variar ou sofrer tantas alterações.

O cenário muda a medida que as hospedagens se distanciam da capital paraense, como em um dos estabelecimentos situados em Ajuruteua, outro ponto turística requisitado na época de férias. A vila fica a aproximadamente 250 quilômetros de Belém, uma viagem de carro com duração média de quatro horas. Na região, o acesso à internet é mais recente e uma questão mais complexa, já que, segundo Agazil Baia, proprietária de uma hospedagem, apenas uma operadora funciona na região, o que diminui a competitividade e aumenta os preços.

Baia explica que desembolsa até R$ 700 mensais com a conta de internet da sua hospedagem e dos restaurantes que a integram, um aumento de aproximadamente 530%, quando comparado ao valor gasto em Cotijuba. Apesar de ser uma despesa expressiva, ela enxerga o recurso como um investimento, também por atrair mais clientes e facilitar os processos internos do estabelecimento. “Internet é uma prioridade, porque tem clientes que chegam na praia inclusive com o computador para continuar trabalhando, então já perguntam antes”, afirma.

Uma característica que se repete é um sinal com quedas constantes de velocidade, em especial, nos períodos de alta demanda, como as férias de julho ou fim de ano, devido ao número elevado de hóspedes conectados ao mesmo tempo. Nessa hospedagem, a conexão começou a chegar desde os anos dois mil e evolui aos poucos desde então. A expectativa é de avançar ainda mais em técnica e conectividade nos próximos meses.

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