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No escuro e sem sinal de telefone, amapaenses relatam clima de insegurança

Em Macapá, por exemplo, há muitos relatos de assaltos e invasões nas residências, especialmente no horário da noite

João Thiago Dias

O clima de insegurança tomou conta de muitos moradores do Amapá que passam horas na escuridão por conta do rodízio no fornecimento de energia. Em Macapá, por exemplo, que é a décima capital mais violenta do Brasil, segundo o Atlas da Violência 2019, há muitos relatos de assaltos e invasões nas residências, especialmente no horário da noite. E a falta de sinal de telefone e internet acaba se tornando um agravante na hora de acionar ajuda.

O universitário e empreendedor João Lucas Nascimento, 22, que mora no bairro de Santa Rita, área central da capital, já teve a casa assaltada no período de apagão. "Minha tia tem um veículo e dá para ver da rua quando ele está em casa. Neste dia, o carro não estava lá porque fomos dormir em outro local, onde tinha energia pelo rodízio. Os criminosos viram isso e entraram de um jeito que a gente ainda não conseguiu entender. Levaram comida, botijão de gás e tentaram levar outros eletrodomésticos".

João contabilizou um prejuízo de aproximadamente R$ 500, além dos impactos emocionais. "Tinha duas pessoas nesse dia em casa, mas ninguém viu. Mesmo que tivessem percebido a invasão, não íamos conseguir comunicar a polícia nem outros familiares, porque não tem sinal para mandar mensagem nem fazer ligação. Perdemos o direito de comunicação. Virou um caos", contou.

Ele disse que os relatos de invasões se estendem pela vizinhança. "Moro numa parte mais central da cidade e tem relato todo dia de assalto e invasão nas residências. Imagina nas periferias. O povo tem o costume de ir para o interior ou balneários para se afastar do caos na cidade. As casas ficam abandonadas. Ninguém quer ficar trancado sem energia e sem água. Os criminosos percebem que elas estão sem movimentação ou sem carro na frente e fazem as entradas", explicou.

Medo de sair sozinho à noite

O pedagogo Tadeu Rocha, 29, do bairro do Jardim Marco Zero, evita sair à noite por medo de assalto. "Caminhando e sozinho eu evito, porque me sinto em risco nessa escuridão. Nos primeiros dias do apagão, chegamos a ficar 80 horas corridas sem energia. Até que as medidas emergenciais foram tomadas. Mas o primeiro rodízio no fornecimento gerou muita reclamação, porque não era cumprido em muitos lugares", relatou.

Além do medo de sair de casa, há um outro desafio: o desconforto provocado pelo calor. Na hora de dormir, o ventilador e o condicionador de ar fazem bastante falta em meio a presença de mosquitos. "Agora, com o novo rodízio, os intervalos de fornecimento são de quatro horas durante o dia e de  três horas durante à noite. Mas é horrível ficar sem energia. Ninguém consegue dormir bem. E se ocorrer algo, como vamos chamar ajuda sem sinal?", questionou.

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