Transtorno bipolar: como identificar, quais os sintomas e tratamento

Entenda mais detalhes sobre a bipolaridade, como ela se manifesta e como lidar com uma pessoa que possui a doença psiquiátrica

Maiza Santos

Bipolaridade é o nome popular dado a um diagnóstico psiquiátrico chamado “Transtorno Afetivo Bipolar”. Essa doença complexa se manifesta e está relacionada principalmente ao humor. Diferente do que muitos pensam, a bipolaridade é uma condição que vai além da alternância de humor e pode levar até mesmo a morte.

A psicóloga Larissa Sales explica como o Transtorno Bipolar se caracteriza, quais os graus de intensidade, como envolve quadros sérios de depressão e, muitas vezes, como chega a afetar psicologicamente quem convive com uma pessoa bipolar. Entenda como identificar, quais os sintomas e tratamento do Transtorno Bipolar:

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Como identificar uma pessoa com transtorno bipolar?

Para identificar quem possui bipolaridade é preciso buscar o diagnóstico de um profissional médico psiquiatra. Esse especialista irá fazer uma análise detalhada do paciente através de inventários, questionários, testes e exames físicos. Também é necessário a cooperação com um psicólogo para auxiliar no diagnóstico e tratamento adequado, com medicamentos e a psicoterapia, específico para cada paciente.

Quais os principais sintomas do transtorno bipolar? 

O transtorno de humor bipolar tem esse nome em razão da oscilação de dois polos extremos de humor, portanto inclui vários sintomas e sua intensidade é variada. Esse fator também dificulta o diagnóstico. A bipolaridade é marcada principalmente pela alternância entre episódios de depressão e mania.

Na fase depressiva, as características são:

  • Visão distorcida de si;
  • Pensamentos de constante tristeza;
  • Baixa autoestima;
  • Cansaço extremo;
  • Sono prejudicado, podendo levar a insônia;
  • Apetite prejudicada, podendo levar a perda ou ganho de peso;
  • Pensamentos suicidas.

Já os episódios maníacos (eufóricos) se manifestam de maneira intensa. Os sintomas são:

  • Tudo se torna impetuoso, urgente e agressivo; 
  • Agitação psicomotora;
  • Hiperatividade;
  • Irritabilidade extrema;
  • Uso compulsivo de substâncias psicoativas, tais como álcool e drogas;
  • Atitudes impulsivas e imprudentes;
  • Picos de extrema felicidade, energia e autoconfiança;
  • Prejuízo no senso crítico;
  • Megalomania;
  • Prejuízos nos aspectos cognitivos da atenção, concentração, pensamento, memória;

Como o transtorno Bipolar se manifesta?

Não há uma origem pré-estabelecida, determinada. Pode atingir pessoas de ambos os sexos e com diferentes idades. Especialistas não apontam uma causa exata e sim a combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos, sociais e ambientais. O uso de substâncias psicoativas, excesso de álcool, etc, também podem estar associadas ao surgimento da bipolaridade. Outros especialistas mencionam também que o Transtorno de Ansiedade, Fobias, também pode estar associado ao Transtorno de Humor Bipolar.   

Há graus de intensidade de bipolaridade?

Cada vez mais se entende a bipolaridade como um espectro, ou seja, que ela pode se apresentar em intensidades e de formas variadas. O transtorno é uma das causas principais de incapacitação entre a população, e existem tipos diferentes de bipolaridade, cada uma com características específicas que podem ser mais bem examinadas por profissionais da área da saúde mental.

Qual o tratamento da bipolaridade?

A combinação de intervenções psicoterápicas e farmacológicas é indicada para que o sujeito possa prevenir que ocorram episódios maníacos ou depressivos. O paciente com transtorno bipolar passa a compreender os sintomas e prejuízos que podem estar associados à doença, o que é fundamental para o tratamento.

Quanto tempo dura o tratamento do transtorno bipolar?

O tratamento da bipolaridade não tem um tempo determinado ou prazo limite. A partir do diagnóstico é necessário que o sujeito faça o tratamento com acompanhamento médico e psicológico para garantir uma qualidade de vida, assim como é de fundamental importância, nesse processo, o suporte familiar.

Há cura para o transtorno bipolar?

Não há cura para a bipolaridade. Ainda não se encontrou um método que elimine 100% os sintomas, mas existe o tratamento que pode controlá-los. No entanto, a adesão ao tratamento por parte da pessoa portadora do transtorno é primordial para que possa viver de maneira saudável, realizando suas atividades da vida cotidiana, trabalhando, produzindo. Também é necessário a realização de exercícios físicos ou outras atividades em que o paciente sinta prazer e tenha qualidade de vida. 

Como a família deve agir para ajudar no tratamento? 

O suporte familiar é imprescindível, pois é essencial estar ao lado da pessoa incentivando no processo de tratamento que envolve a medicação, a psicoterapia. O familiar deve demonstrar apoio, ajudar na rotina com os medicamentos e consultas. Também precisa estimular para as práticas de atividades físicas, de lazer, tendo em vista que pode haver momentos em que a pessoa queira desistir do tratamento quando lidarem com a falsa ideia de que estão 100% bem. Também devem manter palavras de apoio, pois um dos grandes obstáculos no tratamento são os preconceitos e a falta de informação sobre o transtorno.

A família também deve se cuidar durante o tratamento do paciente com bipolaridade?

Pode ocorrer que, nessas situações, os membros familiares ou quem está próximo cuidando pode adoecer psicologicamente em razão de estar lidando diretamente com esse contexto. Por isso é importante que todos estejam atentos e cuidando da saúde mental, pois os/as cuidadores/as tem probabilidade de entrar em sofrimento devido às consequências de estarem em um ambiente em que existe o adoecimento psíquico.  

Quais as dicas para agir com quem possui o transtorno bipolar?

As pessoas devem oferecer o suporte orientando o paciente que possui bipolaridade a não abandonar o tratamento. Muitas vezes, quando o paciente sai da fase depressiva, é comum ele tentar desistir do tratamento, acreditando na falsa ideia de que está 100% curado. Isso é perigoso, haja vista que é um tratamento contínuo e requer dedicação por parte da pessoa portadora do transtorno para que não desencadeie com frequência os episódios de mania ou depressão. 

É possível evitar o desenvolvimento do transtorno bipolar?

Não existe um consenso quanto a evitar o desenvolvimento da bipolaridade. Devido às questões genéticas, fisiológicas, comportamentais, história de vida psicológicas, biológicas, sociais e ambientais, muitos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno. É arriscado afirmar que existem estratégias para não desenvolver a doença, haja vista estamos lidando com seres humanos que por si só são complexos na sua constituição psíquica e física.

(Estagiária Maiza Santos, sob supervisão do editora Web de OLiberal.com, Heloá Canali)

 

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