Pará está em nível de alerta para síndrome respiratória grave, aponta boletim
A alta nas hospitalizações está associada principalmente à circulação dos vírus influenza A e vírus sincicial respiratório (VSR)

O Pará está entre os 12 estados brasileiros que apresentam nível de alerta, risco ou alto risco para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (27). A alta nas hospitalizações está associada principalmente à circulação dos vírus influenza A e vírus sincicial respiratório (VSR), que têm afetado principalmente crianças pequenas e idosos.
O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento dos casos de SRAG no Brasil, oferecendo suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações de preparação e resposta a eventos de saúde pública. Em alguns estados, a análise aponta a interrupção do crescimento e até mesmo queda no número de casos em alguns estados, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, mas também em alguns estados do Norte e Nordeste.
O VSR, por outro lado, está em crescimento nas regiões Sul, Nordeste, Norte além do Mato Grosso. O vírus leva à hospitalização principalmente de crianças pequenas. A atualização é referente à Semana Epidemiológica 25, período de 15 a 21 de junho.
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, recomenda a vacinação, tendo em vista a alta de hospitalizações por influenza. “Outra orientação importante é que a população adote alguns cuidados extras nesta época, como uso de máscaras em postos de saúde, locais mais fechados e com maior aglomeração de pessoas. Além disso, é importante também adotar uma etiqueta respiratória, como higienizar às mãos com água e sabão ao longo do dia, cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel ao tossir e espirrar e utilizar máscaras em caso de coriza ou tosse”.
Em nível nacional, observa-se sinal de queda de casos de SRAG nas tendências de longo (últimos seis meses) e curto prazo (últimos três meses). Este cenário se deve ao início de queda dos casos de SRAG por influenza A e VSR em diversos estados, embora ainda com níveis elevados de incidência. O impacto nos casos e óbitos por SRAG nas crianças pequenas está associado principalmente ao VSR, seguido do rinovírus e da influenza A.
A análise aponta também consolidação do início de queda do número de casos de SRAG em todas as faixas etárias. No entanto, o cenário entre os estados é heterogêneo. As hospitalizações por SRAG entre crianças seguem aumentando em boa parte das regiões Sul, Nordeste e Norte do país. Entre os idosos, as hospitalizações continuam crescendo em alguns estados do Norte, Nordeste e Centro-Sul.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 37,5% de influenza A, 0,9% de influenza B, 45,6% de vírus sincicial respiratório, 19,2% de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 75,4% de influenza A, 1,3% de influenza B, 13,4% de vírus sincicial respiratório, 8,9% de rinovírus e 3,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Nível de alerta em 12 estados
Das 27 unidades da Federação, 12 apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 25 — e o Pará faz parte do grupo. Além do estado, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe também compõem o quadro dos afetados pelo aumento de SRAG. O aumento se deve ao crescimento das ocorrências do quadro relacionadas à influenza A e/ou VSR.
Em relação a população de jovens, adultos e idosos, a incidência de SRAG associado à influenza A vem diminuindo, apresentando sinais de queda ou interrupção boa parte da região Centro-Sul (Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), Norte (Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins) e alguns estados do Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão e Sergipe). No entanto, esses casos ainda se mantêm em níveis altos na maior parte dessas regiões, o que requer atenção. Além disso, às ocorrências de SRAG associados à influenza A continuam aumentando em alguns estados do Norte (Rondônia e Roraima), Nordeste (Alagoas e Paraíba) e Centro-Sul (Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná).
No caso da saúde das crianças pequenas, as ocorrências de SRAG associada ao VSR continuam em crescimento em boa parte das regiões Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), Nordeste (Alagoas, Bahia, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Norte (Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima), além do Mato Grosso.
Os indícios de interrupção do crescimento ou início de queda das hospitalizações no Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) já são vistos, bem como em boa parte da região Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul) e em alguns estados do Norte (Acre, Amapá e Tocantins) e Nordeste (Ceará, Maranhão e Pernambuco). “Ainda assim, é importante ressaltar que a incidência dessas hospitalizações permanece alta na maioria desses estados, o que requer atenção”, afirma a pesquisadora Tatiana.
Nível nacional
No território brasileiro, ao analisar as quatro últimas semanas epidemiológicas, foi constada a prevalência entre os casos positivos de influenza, com registro de 37,5%, 0,9% de influenza B, 45,6% de vírus sincicial respiratório, 19,2% de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 75,4% de influenza A, 1,3% de influenza B, 13,4% de vírus sincicial respiratório, 8,9% de rinovírus e 3,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Referente ao ano epidemiológico 2025, já foram notificados 110.412 casos de SRAG, sendo 56.864 (51,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 37.049 (33,6%) negativos, e ao menos 8.913 (8,1%) aguardando resultado laboratorial. Entre os casos positivos deste ano, observou-se que 26,3% são de influenza A, 1,1% de influenza B, 45,4% de vírus sincicial respiratório 22% de rinovírus e 8,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 37,5% de influenza A, 0,9% de influenza B, 45,6% de vírus sincicial respiratório, 19,2% de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
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