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Em um ano, mais de 11 mil pessoas foram internadas com infecção urinária, no Pará

Especialistas explicam sintomas, causas e cuidados para evitar infecções no trato urinário. Casos são mais comuns em mulheres;

Danilo Alves| Especial para O Liberal
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No ano de 2024, foram registradas 11.203 internações por doenças do trato urinário no estado do Pará, uma média foi de 31 internações por dia, conforme dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do DATASUS, encaminhados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). 

Entre os diversos problemas registrados está a infecção urinária que, embora comum, pode causar bastante desconforto e, em alguns casos, levar a complicações sérias. Além disso, as mulheres são mais afetadas do que os homens. A cantora Joelma, por exemplo, foi diagnosticada com infecção no trato urinário e precisou cancelar sua participação no especial "Show 60 Anos da TV Globo", na última segunda-feira (28). 

Conforme a ginecologista Rosana Braga, a infecção urinária é uma das queixas mais comuns no consultório ginecológico. Estima-se que mais da metade das mulheres terá ao menos um episódio ao longo da vida. “É muito frequente ouvir pacientes dizendo: ‘Doutora, eu sei que é infecção urinária, porque já senti isso antes’ — e, de fato, os sintomas são marcantes e incômodos.”, declarou.

Sintomas em mulheres 

Ardência ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro (mesmo com pouca urina), dor na parte inferior da barriga e, às vezes, sangue na urina são os sinais mais comuns. Mas por que as mulheres sofrem mais com isso? A resposta está principalmente na anatomia: a uretra feminina é mais curta e fica mais próxima do ânus, facilitando a entrada de bactérias, especialmente a Escherichia coli, que vive naturalmente no intestino.

“Um ponto que sempre explico é que não é necessariamente falta de higiene — na verdade, o excesso de limpeza com produtos agressivos pode até irritar a região e favorecer infecções. O que realmente ajuda é fazer a higiene correta, sempre de frente para trás, e manter a região bem ventilada, evitando roupas muito apertadas ou úmidas por muito tempo.”, disse. Alguns fatores aumentam o risco de infecção urinária, como a atividade sexual (principalmente quando há atrito ou uso de lubrificantes que alteram o pH vaginal), o uso de diafragma ou espermicidas, alterações hormonais na menopausa e até mesmo a gravidez.

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Entre os tipos mais comuns de infecção estão a cistite (que afeta a bexiga) e a pielonefrite (quando a infecção sobe para os rins — um quadro mais grave, que pode causar febre alta, calafrios e dor lombar). Quando a infecção é recorrente — ou seja, acontece mais de três vezes ao ano —, precisamos investigar possíveis causas, como alterações anatômicas, resistência bacteriana ou problemas hormonais.

O tratamento é feito com antibióticos, e é fundamental seguir a prescrição corretamente. “Muitas mulheres começam a se sentir melhores em dois ou três dias e param de tomar o remédio — mas isso é um erro. A bactéria pode não ser eliminada completamente, e a infecção volta com mais força.”

Risco da doença em homens 

Embora as infecções urinárias sejam muito mais comuns em mulheres, elas também ocorrem em homens.  De acordo com o urologista Heilon Peres nos jovens, essas infecções, costumam estar associadas a fatores como relações sexuais desprotegidas, especialmente no caso de uretrites, que muitas vezes estão ligadas a infecções sexualmente transmissíveis como gonorreia e clamídia. Já nos homens acima dos 50 anos, a presença de um aumento benigno da próstata — conhecido como hiperplasia prostática benigna — é uma das causas mais comuns. “A próstata aumentada pode dificultar o esvaziamento completo da bexiga. E quando a urina fica retida, aumenta o risco de proliferação bacteriana.”

Existem vários tipos de infecção urinária no homem, sendo as mais comuns a cistite (infecção da bexiga), a uretrite (inflamação da uretra), a prostatite (infecção da próstata) e, em casos mais graves, a pielonefrite (infecção que atinge os rins). “A prostatite, por exemplo, costuma trazer sintomas como febre, calafrios, dores na região perineal e desconforto ao urinar. É uma condição que muitos homens ignoram, achando que é apenas uma gripe ou um mal-estar passageiro.”

Outro ponto importante é que, diferentemente das mulheres, nos homens qualquer infecção urinária é considerada complicada até que se prove o contrário. Isso significa que o tratamento exige mais rigor, com antibióticos específicos e, muitas vezes, exames complementares como ultrassonografia, tomografia ou cistoscopia, dependendo da gravidade e da recorrência do quadro. “Eu sempre digo aos meus pacientes: infecção urinária em homem não é algo para tratar com automedicação. Pode parecer simples, mas frequentemente é sinal de que algo mais sério está acontecendo.” contou. 

Cuidados 

Entre os cuidados preventivos, destaco a hidratação — beber bastante água ajuda a “lavar” as vias urinárias —, manter uma boa higiene íntima, urinar logo após relações sexuais e, claro, usar preservativos para evitar infecções sexualmente transmissíveis. Para mulheres e homens mais velhos, fazer acompanhamento regular da saúde também é essencial.

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