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Dor nas costas: saiba o que pode estar por trás do incômodo e como evitar problemas na coluna

Médico dá dicas para melhorar a saúde da coluna e como autocuidado pode ser caminho para prevenir dores

Andréia Santana | Especial para O Liberal
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As dores nas costas estão entre as queixas mais comuns da população, embora muitas vezes não sejam levadas a sério nem motivem uma visita ao médico. As causas são variadas, mas, geralmente, é possível prevenir ou amenizar os sintomas com medidas simples de autocuidado. Com o retorno gradual das aulas, estudantes podem sofrer com as doenças da coluna, e desde o ensino infantil até o universitário é preciso redobrar a atenção com os cuidados posturais e o peso das mochilas, como explica o médico ortopedista e traumatologista João Rufino.

"O uso inadequado da mochila pode gerar dores nas costas, nos ombros e até interferir na postura a longo prazo. O ideal é que o peso da mochila não ultrapasse 10% do peso corporal da criança ou jovem, e que ela seja usada nos dois ombros, ajustada ao corpo, para distribuir melhor o peso", explicou.

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Além disso, é importante ter atenção na hora de sentar, seja na sala de aula ou ao utilizar o computador, para evitar sobrecargas. Esses cuidados são essenciais para prevenir o surgimento ou agravamento de doenças na coluna, sendo fundamental observar os sinais do corpo.

"A cadeira deve oferecer apoio para as costas, e os pés precisam estar bem apoiados no chão. No caso de quem passa muito tempo no computador, é fundamental fazer pausas a cada hora para alongar, além de manter o monitor na altura dos olhos, a fim de evitar sobrecarga no pescoço. Esses cuidados simples no dia a dia fazem toda a diferença para evitar dores musculares, desvios posturais e até problemas mais sérios no futuro", disse João.

"Muita gente ignora os sinais do corpo. Dores que poderiam ser tratadas com medidas conservadoras, como fisioterapia ou mudanças de hábito, podem evoluir e exigir intervenções mais complexas, inclusive cirurgias", completou.

De acordo com ele, o ideal é procurar acompanhamento médico aos primeiros sinais de dor ou incômodo na coluna, especialmente se os sintomas persistirem por mais de seis semanas.

"É importante ficar atento a sintomas como dor irradiada para pernas ou braços, formigamento, perda de força, dificuldade de locomoção ou para realizar atividades do dia a dia, além de histórico de traumas, febre e perda de peso sem causa aparente. Esses sinais podem indicar problemas mais sérios, como hérnias de disco, fraturas, estenose do canal medular ou até mesmo tumores", alerta o médico.

Autocuidado evita complicações

Entre as principais causas das dores, estão: má postura, sedentarismo, sobrepeso, estresse, esforços repetitivos e até colchões inadequados. Segundo o especialista, a prevenção deve começar com a adoção de hábitos saudáveis, sendo o autocuidado um dos caminhos mais eficazes para garantir qualidade de vida e evitar complicações.

"A prática regular de exercícios leves, fortalecimento muscular, alongamentos e cuidados com a ergonomia, tanto no trabalho quanto em casa, fazem toda a diferença. Mesmo quem já possui diagnóstico pode conviver bem com o problema, desde que haja acompanhamento adequado. O mais importante é não negligenciar os sinais. Estar atento às necessidades do corpo é essencial. Muitas doenças podem ser prevenidas ou controladas com pequenas mudanças no dia a dia", completou João Rufino.

Para Desirée Monteiro, secretária de polo acadêmico, a prática de exercícios físicos a ajudou a melhorar a qualidade de vida. “Meu namorado é personal trainer, com ajuda da anamnese e exames de raio-x, ele monta um treino focalizado nas minhas correções posturais para fortalecer os músculos das costas e ter uma vida com menor dor”, conta.

“A prática de exercícios melhorou tanto a diminuição de dores nas costas quanto a diminuição do uso de relaxantes musculares e cremes de massagem, como também afetou a postura e sono regulado, pois as dores me causavam insônia por não encontrar uma posição certa para dormir”, complementa.

Ela destaca que é importante não parar de fazer exercícios, fazer alongamento ao acordar e antes das atividades físicas, além de manter a postura ereta durante o trabalho.

Dor na coluna atinge grande parte da população

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial terá episódios de dor na coluna ao longo da vida, e as dores crônicas já fazem parte do cotidiano de 36,9% dos brasileiros com mais de 50 anos. Embora nem toda dor represente um problema grave, saber identificar os sinais de alerta é fundamental para evitar complicações.

A secretária Joana Lima, de 61 anos, é um exemplo. Ela começou a sentir um incômodo na lombar após anos trabalhando sentada. O diagnóstico foi uma hérnia de disco, que exigiu início imediato de fisioterapia.

"Achei que fosse uma dor muscular comum, por ficar muito tempo sentada no trabalho. Mas ela só piorava. Depois de anos, mal conseguia sair da cama", contou.

Para a dona de casa Maria Lúcia Souza, de 46 anos, a dor apareceu enquanto ela mudava os móveis de lugar, organizando a casa. "Com o diagnóstico de escoliose, tive que mudar tudo: alimentação, rotina e até me obrigar a fazer atividade física. Hoje, com caminhadas e musculação, vivo com muito menos dor", relata.

No dia a dia, a estudante de jornalismo Yuri Ariel precisa carregar uma mochila excessivamente pesada e a utiliza de forma incorreta. “Costumo usar ela errada algumas vezes, deixando que só o ombro esquerdo, ou mais vezes o direito carregue”, conta.

As dores na coluna iniciaram quando a estudante tinha em torno de 14 anos. No início, não eram muito incômodas, mas foram piorando conforme eram feitos esforços que exigissem mais da coluna. “Fiz muitas consultas médicas, até que eu entendesse que possuía escoliose ano passado, no hospital Barros Barreto”, diz.

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