Câncer de pele: laudo de Bolsonaro acende alerta sobre a doença; conheça sintomas e tratamentos
Entenda o que é carcinoma, os sintomas, tratamentos e a importância da prevenção

Um novo boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, em Brasília, nesta quarta-feira (17), atualizou o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro após ele dar entrada na unidade com sintomas como vômitos e tontura. O laudo diagnosticou um carcinoma de células escamosas “in situ” com oito lesões, duas delas já removidas. O ex-presidente segue em acompanhamento médico.
A notícia reforça a importância de entender o que é o câncer de pele, o tipo mais comum da doença no Brasil. A exposição excessiva e desprotegida ao sol é a principal causa, mas outros fatores também influenciam. Conhecer os sintomas, os tipos e as formas de prevenção e tratamento é crucial para um diagnóstico precoce e mais chances de cura.
Entenda o boletim médico do ex-presidente
De acordo com o boletim, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi admitido no Hospital DF Star em 16 de setembro com sintomas de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope. Ele chegou ao hospital desidratado, com a frequência cardíaca elevada e a pressão arterial baixa.
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Os exames realizados mostraram anemia persistente e alteração na função renal, com aumento da creatinina. Uma ressonância magnética do crânio foi feita para investigar a tontura recorrente, mas não identificou alterações agudas. Após receber hidratação e medicamentos, o quadro de Bolsonaro apresentou melhora. O boletim indica que ele seria reavaliado para decidir se continuaria internado.
O que é o câncer de pele?
O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estima que ele corresponde a 33% de todos os diagnósticos de câncer no país, com cerca de 185 mil novos casos por ano.
Existem três tipos principais de câncer de pele:
- Carcinoma basocelular (CBC): É o tipo mais comum e o de menor letalidade. Ele se origina nas células basais, a camada mais profunda da epiderme. Geralmente aparece em áreas expostas ao sol, como rosto, orelhas e pescoço. O CBC costuma ter a aparência de uma pápula (pequena elevação) vermelha e brilhante, que pode sangrar com facilidade.
- Carcinoma escamoso (CEC): É o segundo tipo mais comum. Ele se manifesta nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. O diagnóstico do ex-presidente Bolsonaro foi de carcinoma de células escamosas. Esse tipo de câncer também está relacionado à exposição solar e pode ser associado a feridas crônicas e cicatrizes. As lesões costumam ser avermelhadas, espessas e descamativas, com aparência similar a verrugas, que não cicatulam e podem sangrar.
- Melanoma: É o tipo mais raro e o mais perigoso, com alto potencial de se espalhar para outros órgãos (metástase). Ele surge dos melanócitos (células que produzem pigmento) e pode se parecer com uma pinta ou sinal que muda de cor, formato ou tamanho. O diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais, pois as chances de cura são altas quando a doença é detectada no início.
Sinais e sintomas para ficar alerta
É fundamental observar regularmente a própria pele. O câncer de pele pode ser confundido com pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Por isso, ao notar qualquer alteração, procure um dermatologista.
Fique atento aos seguintes sintomas:
- Uma lesão de aparência elevada e brilhante, de cor avermelhada, castanha, rósea ou transparente, com uma crosta no centro que sangra com facilidade.
- Uma pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, forma ou tamanho, com bordas irregulares.
- Uma mancha ou ferida que não cicatriza em poucas semanas, que continua a crescer e apresenta coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Além disso, a Regra do ABCDE pode ajudar a identificar sinais suspeitos, principalmente em pintas ou manchas:
- Assimetria: Se uma metade da lesão é diferente da outra.
- Bordas: Se as bordas são irregulares ou mal definidas.
- Cor: Se a lesão tem dois ou mais tons.
- Dimensão: Se o diâmetro for maior que 6 mm.
- Evolução: Se a lesão muda de tamanho, forma ou cor ao longo do tempo.
Prevenção e tratamento
A melhor forma de prevenir o câncer de pele é evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele da radiação UV. Pessoas de pele clara, com sardas ou histórico familiar da doença, devem ter atenção redobrada.
Medidas de proteção essenciais:
- Usar protetor solar diariamente, com fator de proteção (FPS) 30, no mínimo. O produto deve proteger contra os raios UVA e UVB.
- Reaplicar o protetor solar a cada duas horas, ou após suor excessivo e contato com água.
- Evitar a exposição solar entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa.
- Usar chapéus, camisetas, óculos de sol e roupas que cubram as áreas expostas.
O tratamento varia de acordo com o tipo e estágio do câncer. A cirurgia é a forma mais comum de remover os tumores, mas outros procedimentos como criocirurgia (congelamento) ou terapia fotodinâmica também podem ser indicados. Em casos mais avançados, podem ser necessárias quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia.
O diagnóstico e o tratamento precoces aumentam significativamente as chances de cura. Consulte um dermatologista regularmente para um exame completo de sua pele.
(Jennifer Feitosa, Jovem Aprendiz, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)
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