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Projetos se mobilizam em ações natalinas com grupos vulneráveis

Foram arrecadados brinquedos, alimentos, fraldas e quantias em dinheiro

Elisa Vaz

Com a chegada do Natal, neste final de semana, diversos projetos sociais se organizam para levar o clima natalino às populações que vivem em vulnerabilidade socioeconômica, com arrecadação e doação de alimentos, roupas, brinquedos, itens de higiene pessoal e outros, além da produção e distribuição dos jantares, com o objetivo de acolher essas pessoas em uma época que remete ao amor pelo próximo.

Um desses grupos  é o Pará Solidário, que todos os anos entrega cestas básicas, cestas de natal e brinquedos para as crianças cadastradas no sistema de apadrinhamento. Além disso, com o auxílio de doadores da sociedade civil, a equipe entregará também cestas e brinquedos para famílias que não estão nesse cadastro, mas são do entorno das comunidades do Aurá e do Jurunas.

A integrante Adriene Seabra, que atua na área de relações públicas do projeto, conta que, na comunidade do Aurá, será uma grande manhã alegre com a presença de muitos parceiros e realizações de brincadeiras para as crianças. No Jurunas, onde normalmente são oferecidos almoços diários, haverá uma manhã com almoço de Natal farto, além da entrega de cestas básicas e brinquedos. Todo o material das cestas, do almoço e dos brinquedos é fruto de doações da sociedade civil. As ações acontecerão nesta quinta-feira, dia 23 de dezembro, em que cerca de 400 famílias serão atendidas, com a ajuda de 20 voluntários engajados.

“Com certeza, trabalhar com voluntariado nos inunda de gratidão e amor. Porém, além de ser um trabalho gratificante, é um trabalho diário, e não somente no fim do ano. Ajudar ao próximo sempre será o nosso objetivo, então nunca é tarde. A ação de Natal é a culminância das nossas atividades, porém, o Pará Solidário trabalha o ano todo com diferentes projetos, e qualquer pessoa da sociedade civil pode participar ou colaborar, seja por meio da participação ativa nas nossas ações ao longo do ano, de doações mensais de valores ou produtos ou até por meio do engajamento em um dos nossos projetos, sendo madrinha e padrinho solidário de uma criança em vulnerabilidade social. Todos que desejem colaborar conosco serão sempre muito bem recebidos e eles têm o ano todo para colaborar”, afirma Adriene.

Outro projeto que vai atuar esta semana, em alusão ao Natal, é o Amor em Foco, grupo filantrópico sem fins lucrativos e sem vínculo político que atende pessoas em situação de rua, creches, asilos e comunidades pouco assistidas pelo poder público em todo o Pará. Uma das integrantes, Laíse Amaral, que é membro da área de marketing, diz que no final do ano a equipe tem uma tradicional ceia de Natal com os moradores de rua, em que é levado jantar, panetones, música e muito diálogo. Neste ano, será realizada na noite do dia 23, na Praça Waldemar Henrique, em Belém.

“Lá montaremos mesas, haverá a apresentação de um grupo de teatro e serão entregues, além de marmitas que foram doadas por uma empresa de alimentos, kits de higiene e panetones aos moradores de rua. As arrecadações são feitas diretamente para a conta do grupo para que os itens sejam padronizados. Nesta ação de Natal, esperamos atender em torno de 200 pessoas em situação de rua, com 40 voluntários”, afirma.

Para Laíse, ajudar essas e outras pessoas em situação de vulnerabilidade social é uma obrigação que não se limita somente ao Natal; faz parte de uma atitude que, do ponto de vista da fome e da marginalização, modifica apenas momentaneamente a realidade deles, mas a escuta atenta e o diálogo são as ações que deixam marcas efetivas nessas pessoas. “O lema do grupo é ‘No final, é o amor que vai salvar todos nós’. Espalhar um pouco desse amor é muito gratificante”, relata a integrante.

O grupo está aberto a doações durante o ano todo. Quem quiser, pode entrar em contato com eles pelo Instagram @amor.emfoco, e o PIX para doações em dinheiro é o email a.amoremfoco@gmail.com. Laíse explica que o projeto prefere fazer a arrecadação em dinheiro para padronizar o que é doado. “Os panetones são todos do mesmo tamanho, a comida é separada pela quantidade do que vai ser doado, até para não ter briga entre eles. E além do mais a transferência bancária facilita, porque já deixamos tudo encomendado e encaminhado antes da ação, para não ter que ficar recebendo os itens nas nossas casas”.

O grupo solidário Missão Belém também programou uma ação de Natal para este ano, mas ela já foi realizada, na última terça-feira (21), junto aos refugiados da Venezuela que vivem na Região Metropolitana de Belém, mais especificamente os indígenas Warao. A atividade foi realizada em parceria entre o integrante do projeto Thyago Rezende e o engenheiro de produção José Neto. Em vez da ceia de Natal, eles doaram kits com cesta básica, fruta, panetone, frango e fraldas para as crianças;

“Eles já realizam ações com moradores de rua há mais de 15 anos e com a comunidade Warao desde que a primeira família chegou aqui. Eu conheci o Thyago esse ano, com a ação para refugiados da Venezuela, e nos juntamos para arrecadar recursos e fazer as doações. Normalmente, eu fazia uma mobilização bem pequena e doava somente para um grupo de catadores que eu trabalhei, lá em 2017, e agora surgiu a ideia de trabalhar com o povo indígena Warao que está aqui na Região Metropolitana. Entrei em contato com o Thyago, pensamos em datas, no que iríamos comprar, e aí começamos a pedir recursos nas redes sociais e por mensagem e recebemos as doações em dinheiro e de produtos”, conta.

Seis locais foram beneficiados pela ação, sendo três em Outeiro e três em Ananindeua. No total, 110 famílias foram ajudadas, ou seja, cerca de 500 pessoas. O total arrecadado em produtos foi de 230 cestas básicas e 110 panetones, e em dinheiro a arrecadação foi de R$ R$5.419,60, recurso usado para comprar 110 pencas de banana, 112 frangos, 50 pacotes de fralda e fazer a logística de entrega. O saldo remanescente foi de R$ 740,77, doado para a Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Aurá (COOTPA) comprar alimentos. Além disso, a equipe enviou ajuda de custo para sete alunos de quatro povos, que não conseguiram retornar às aldeias e precisavam de dinheiro para o final do ano.

“Existem grupos na Região Metropolitana que são super invisibilizados e precisam de apoio não só no Natal, mas de oportunidades ao longo do ano inteiro. Com os refugiados da Venezuela criou-se um preconceito muito grande aqui em Belém, e se comparado com outros grupos é mais difícil ainda conseguir arrecadação. Tem algo que falta muito na sociedade, que é a empatia e o compartilhar. Todo mundo que estava envolvido nessa ação tem isso muito forte consigo, e ainda é uma oportunidade de articular para que os recursos cheguem a diversas pessoas, principalmente os grupos marginalizados e as minorias”, enfatiza José.

Além de conseguir recursos para se alimentar, o voluntário diz que as famílias Warao também têm necessidades relacionadas a outras áreas – falta dinheiro para pagar energia, aluguel e contas em geral, porque elas residem em moradias privadas. “Muitas pessoas não entendem o por que deles precisarem de dinheiro ou de alimentos, por não terem empatia ou interesse de entender o contexto desses grupos. A maioria das pessoas cobre os olhos para isso. Arrecadar recurso vai além de apoiar com cesta básica, mas é uma possibilidade de falar deste cenário para outras pessoas, é uma ação educacional e de apoio para quem estava precisando”.

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