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Organizações sociais enfrentam dificuldades para continuar ajudando população

Arrecadação do Movimento de Emaús é comprometida pela pandemia de coronavírus

Abilio Dantas

A chegada da pandemia do novo coronavírus, além de afetar os estabelecimentos do comércio e trabalhadores informais, também tem dificultado as ações de organizações não governamentais que trabalham com doações e projetos de educação e arte voltados a jovens e adolescentes de baixa renda no Pará.  A Rede Amazônia de Solidariedade e Resistência, formada por 18 instituições em todo o estado, para enfrentar o novo momento, realiza campanha de arrecadação de alimentos, materiais de limpeza e recursos financeiros para ajudar famílias que estão sem qualquer possibilidade de geração de renda.

Juscelino Pantoja, um dos coordenadores da Rede, afirma que a articulação entre as diferentes organizações tem sido responsável por auxiliar no suporte de 2.218 famílias, em média, a cada mês, o que significa aproximadamente 5.000 pessoas beneficiadas. “Nos últimos 20 dias, desde o anúncio da presença do coronavírus aqui, já foram distribuídas três mil cestas básicas e mais de 40 kits de higiene. No entanto, precisamos que as pessoas continuem ajudando, já que sabemos que as pessoas de baixa renda serão as mais afetadas. Não apenas em Belém, mas também nas cidades do interior do estado. Precisamos da ajuda de todos”, reforça.

O coordenador explica também que a união de organizações, além das doações, atua também com a difusão de informação e orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) às comunidades. “Nossa equipe sociopolítica orienta as pessoas de forma segura e com linguagem acessível, incentivando a cidadania participativa e a solidariedade como prática contínua, para fortalecer ainda mais a participação da sociedade na superação dos problemas sociais. Fazemos isso com a distribuição de panfletos e conversas”, informa.

Para Aurilene da Silva, coordenadora do Centro Alternativo de Cultura (CAC), uma das entidades da Rede, a campanha de arrecadação é uma iniciativa para “reafirmar nosso compromisso, fazer de nós um coletivo para exigir as políticas necessárias e ao mesmo tempo ser um espaço que, embora em isolamento social, mantém as pessoas unidas para superar essa crise”. Com a sensibilização, organização e arrecadação recursos e doações, as entidades buscam minimizar os impactos sociais da na vida dos que já apresentavam dificuldades em acessar alimentação básica e produtos de higiene.

Cristiane Araújo, secretária executiva da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Regional Norte 2, que também participa da Rede, destaca que há uma ligação entre a organização católica e a campanha. “Este gesto está em consonância com a conversão quaresmal da Campanha da Fraternidade deste ano, que aponta atitudes concretas de responsabilidade na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária”, elogia.

Para aderir à campanha ou obter mais informações, os interessados devem entrar em contato com as organizações envolvidas nesta rede, como CNBB, CAC ou o Movimento República de Emaús. Para fazer depósito bancário à Rede, basta utilizar a conta 001, do Banco do Brasil, agência 3024-4, conta-corrente 128095-3, em nome da Associação Antônio Vieira (CNPJ 92.959.006/0044-49).

República do Emaús

No ano de seus 50 anos de existência, o Movimento República de Emaús, referência em projetos de arte-educação, defesa jurídica de crianças e adolescentes e aprendizagem em Belém, passa por incertezas financeiras. As ações de marketing do aniversário, que teriam o objetivo de alavancar a arrecadação já abalada pelas políticas de cortes do governo federal, deram lugar a pedidos de doações para o enfrentamento aos impactos econômicos trazidos pela pandemia.

Em peça de divulgação, o padre Bruno Sechi, um dos fundadores do Movimento, relata as dificuldades do momento atual e pede doações. “Permitam-me fazer um apelo especial pelo Emaús: com os recursos que nos restam vai ser difícil enfrentar a crise sem o apoio solidário e financeiro daqueles que sempre acreditaram e acreditam na causa pela dignidade das nossas crianças e jovens. Somos chamados a preservar e fortalecer a vida de uma entidade que, neste ano de 2020, completa seus 50 anos de existência solidária”, convoca.

Cleice Maciel, coordenadora da República do Pequeno Vendedor do Emaús, informa que a pandemia comprometeu em 40% a renda da entidade, já que a loja do Movimento precisou fechar em razão do coronavírus. “Em média, arrecadamos mensalmente R$ 26 mil com a venda de eletrodomésticos, móveis e roupas, que são recebidos por doações espontâneas, reformados, e depois revendidos por nós. Sem essa renda, 33 dos nossos 50 funcionários, que não estão cobertos por projetos em que temos contratos, passam a ter seus pagamentos ameaçados”, afirma.

Com a pandemia, as doações espontâneas, de quantias variadas, também está comprometido. “Como a loja está fechada, as pessoas pensam que o Movimento está parado, e por isso não nos procuram para fazer novas doações”, diz Cleice. Outras formas de arrecadação são projetos nacionais, do governo federal ou de grupos privados, como a Rede Globo, ou doações do programa Sócio Solidário, que geram de R$ 16 a R$ 18 mil por mês. No entanto, a conta não fecha. “Temos um déficit de R$ 20 mil por mês, que não conseguimos fechar com verba por conta própria. Temos uma folha de pagamento de cerca de R$ 64 mil”, explica.

O Movimento República de Emaús atende a população da área do Bengui, que envolve os bairros do Bengui, São Clemente, Pratinha, Mangueirão e Tapanã. Para contribuir com os trabalhos, basta fazer depósitos de qualquer quantia para as contas abaixo (todos estão em nome do Movimento República de Emaús):

- Banco do Brasil. Agência: 1686-1. C/C: 735789-3

- Banpará. Agência: 0024. C/C: 301121-6

- Santander. Agência: 3214. C/C: 130002365

- Caixa Econômica. Agência: 1578/003. C/C: 00000283-7

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