CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Jardim das Oliveiras já resgatou mais de 15 mil sonhos

Projeto atende de crianças a idosos, em situação de vulnerabilidade social

Elisa Vaz

Com o baixo crescimento econômico no Brasil, é possível que o país só atinja uma taxa de pobreza parecida com a de 2014 – menor da história – no ano de 2030. É o que aponta uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mostrou que, de 2014 a 2017, mais de 23,3 milhões de pessoas foram incluídas no grupo mais pobre do país, totalizando 54,8 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para proteger as famílias que estão em situação de risco ou vulnerabilidade social na Região Metropolitana de Belém, o projeto Jardim das Oliveiras, associação privada sediada na capital paraense, presta assistência social e religiosa a essas pessoas. Uma das atuações é incentivar a convivência familiar e comunitária de crianças, adolescentes, adultos e idosos, para reduzir os riscos que os acometem em sua rotina.

Segundo o coordenador do Jardim, Luis Cláudio Macedo, o projeto existe desde 1971 e foi criado para abrigar crianças desamparadas, de até três anos de idade, que precisavam de abrigo, e educá-las, sem distinção de credo político, religioso ou cor. Em quase cinco décadas de atuação, mais de 15 mil pessoas receberam atendimento, sendo sete mil apenas nos últimos 10 anos. Atualmente, são cerca de 600 pessoas no projeto – de crianças a idosos.

O programa se desdobra em ações que oferecem recursos e melhores condições a cada membro das famílias, como apoio jurídico e legal, atendimento médico e odontológico, exames de saúde, atendimento psicoterapêutico, assistência social, projetos de capacitação e de trabalho e renda, projetos educacionais, de arte e criatividade, de esporte e lazer, entre outras atividades.

“Recebemos demandas de famílias em situação de risco e vulneráveis na sua vida social, como seres humanos e, principalmente, como cidadãos. Fazemos avaliação de cada uma e, de acordo com as nossas possibilidades, elas são inseridas no programa de atendimento chamado ‘Ação em Família’, que envolve todos os membros no plano de qualidade de vida que é desenvolvido com nosso apoio”, comentou o coordenador.

A partir da iniciação junto à entidade, são feitas divisões em grupos. Os programas educacionais, de assistência, arte e esporte são diários, enquanto que os da área da saúde são semanais. O projeto Pétalas, por exemplo, cria ações dentro da rotina de sua atuação com crianças e adolescentes de até 14 anos. Há, dentro do programa, a modalidade Gourmet, em que essas crianças demonstram o que aprenderam fazendo suas próprias receitas. Também existem os grupos de bordado, iniciação musical, ballet, coral, dança moderna, flauta, violão e roda de conversa.

O Jardim das Oliveiras também conta com subprojetos de costura e customização em atelier, trabalho e renda, bazar da pechincha, educação infantil com a Semec, letramento para adultos, oficinas de artesanato e culinária, qualificação profissional, saúde médica e odontológica, terapia comunitária e terceira idade.

Com essas ações, o Jardim das Oliveiras busca a melhoria das condições gerais do público que recebe as atividades, de sua qualidade de vida e da preservação dos seus direitos, assim como do meio ambiente e da organização social, por meio das parcerias públicas e privadas. Outro objetivo é fortalecer a comunidade. O projeto também incentiva a integração das pessoas atendidas ao mercado de trabalho.

Na opinião do coordenador, “o Jardim das Oliveiras, até hoje, continua servindo como um lugar de proteção e apoio para famílias da comunidade em seu entorno. Nossa principal contribuição com a sociedade é a autonomia de vida conquistada pelas pessoas e pelo conjunto familiar ao final de seu tempo conosco, que pode durar até oito anos. Considero o nosso trabalho de uma importância suprema”, ressaltou.

Voluntários

Ao todo, o Jardim tem mais de 60 voluntários, 19 funcionários e 17 servidores da Secretaria Municipal de Educação (Semec) no programa de educação infantil. Além disso, há parceria com nove clínicas, laboratórios de exames e atendimento médico, e com fornecedores de material odontológico. O projeto ainda faz parte da rede Sistema Único de Assistência Social (Suas) e abriga as reuniões mensais do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) na região. Entre os parceiros, estão o Conselho Tutelar, Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), universidades, fundações, restaurantes e outros.

Para Macedo, agregar muitas pessoas em trabalhos voluntários que ajudam milhares de pessoas é a maior importância das ações do projeto. “Posso fazer alguma coisa sozinho, mas, em grupo, faço em profundidade, oferecendo continuidade e apoio real, e abrindo caminhos na selva da vida. O Jardim faz isso: propõe agir na direção de um futuro real, sustentando e apoiando quem não tem onde segurar para sustentar sua própria existência”, mencionou.

As cerca de 600 pessoas que são atendidas atualmente – apesar do número pequeno se comparado com a quantidade de pessoas em situação de risco – criam um efeito multiplicador. “É pouco em um universo de milhões de pessoas, mas eles são multiplicados com o tempo. Vícios são contagiosos, mas as virtudes também, com a vantagem de tornar nossas vidas melhores”, disse. Segundo Macedo, o exemplo para desenvolver o trabalho vem de Jesus. “Ele fez o que foi possível apenas com aqueles que estavam no seu caminho, enquanto percorria aldeias miseráveis, e multiplicou sua semente de amor pelo mundo todo. Agir no bem, mesmo pequeno, é melhor que ficar omisso”.

Com os recursos do Jardim das Oliveiras, a equipe mantem há três décadas a propriedade Sítio Jardim Benevides. O espaço tem 38% de sua área composta por mata nativa da floresta amazônica e funciona como um ambiente de lazer a quem é atendido pelo projeto. Possui piscina, salão, cozinha, banheiros, campo de futebol e vôlei, horta e plantações de macaxeira.

Segundo Macedo, até 2011 havia um igarapé no local, mas fábricas e restaurantes passaram a jogar seus efluentes na água e o igarapé foi perdido. Um dos problemas do local é que não existem recursos suficientes para transformá-lo em um espaço que gere atividade autossustentável. Além disso, não há meio de transporte disponível para levar as famílias até lá.

Para ajudar a manter as atividades, o coordenador disse que é bem-vindo auxílio financeiro, doação de alimentos, ajuda na manutenção e voluntários de todas as áreas.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Responsabilidade Social
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!