Dia do Hambúguer: uma delícia mundial

Originário da Mongólia ou Alemanha, o sanduíche se popularizou nos EUA e ganhou o mundo

Bruna Lima/ O Liberal
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Carro-chefe do fast food

O hambúrguer, que é um dos, ou, até mesmo o alimento mais popular do mundo, nada mais é que a técnica de amaciamento de carne. As referências e documentos da gastronomia são controversos, uns dizem que surgiu na Mongólia, no século XIII, quando os cavaleiros amaciavam a carne colocando-a debaixo da cela do cavalo. Outros já dizem que surgiu no século XVII, na cidade de Hamburgo, na Alemanha.

Mas, o alimento só ficou popularizado nos Estados Unidos, no período entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial, quando os americanos juntaram a carne ao pão e resultaram nesse prato que pode ser servido de várias maneiras, desde um simples com pão e carne, até os mais especiais adicionando queijos, molhos e entre outros incrementos.

O Dia Mundial do Hambúrguer é 28 de maio e reservamos essa data para mergulhar mais um pouco no universo desse sanduíche. O publicitário e influencer digital na área de gastronomia, Marcos Medici, que tem uma trajetória de experimentar e vivenciar a gastronomia paraense, diz que a popularização desse alimento se deve por ser o principal símbolo do fast food.

image A popularização do hambúrguer inicou nos anos 50 e cresceu em todo o mundo por causa das inovações (Sidney Oliveira)

A necessidade de se alimentar em menos tempo, aliada ao sabor, impulsiona o consumo. "É possível notar que as hamburguerias têm uma grande rotatividade de clientes, pois são pessoas que vão ao local para se alimentar e pronto. Tem essa característica muito forte da alimentação rápida", explica.

No Brasil, a popularização desse alimento começou nos anos 50. E em Belém e em várias cidades do Estado, por muito tempo, a marca desse serviço ficou atribuída apenas aos carrinhos de lanche de rua. Mas Médici explica que esse mercado é crescente no mundo pelas constantes inovações.

O influencer, está em fase de elaboração do seu primeiro livro de gastronomia e durante um primeiro monitoramento do mercado, em Belém, ele constatou que tinham 200 negócios focados na venda de hambúrguer como principal produto. "Já durante a pandemia esse número aumentou para 700 a 800 novos negócios e não estou falando de carrinho de lanche, mas sim de hamburguerias", explica.

 

Do popular ao gourmet

Ricardo confirma que o mercado em Belém sempre foi forte e que começou com carrinhos de lanche, mas aproximadamente há cinco anos vem resultando no aumento considerável das hamburguerias. O chef diz que o sucesso do seu produto é a autoria própria. Ele produz tudo do zero, fazendo as blends de carne, que é a mistura de diferentes carnes moídas, os molhos e os pães. 

image Ricardo Costa diz que os chefes estão sempre se especializando no ramo de hambúrgueres (Igor Mota/O Liberal)

Para chegar até a hamburgueria, Ricardo começou a atuar na gastronomia trabalhando com carnes, depois abriu mais um negócio no ramo de pães e pizzas e a partir daí resolveu juntar as duas experiências para montar a hamburgueria.

"Trabalhar com a brasa sempre me deixou fascinado com as reações que ela faz no alimento. Depois junto com meus sócios nós abrimos uma pizzaria, onde comecei a trabalhar com a fermentação natural e fui a fundo no universo dos pães. Diante disso, percebemos que tínhamos o pão e a carne na mão para montar a hamburgueria", destaca Costa.

O chef diz que gosta de fugir do tradicional e que também gosta de fazer releituras de grandes clássicos. Mas que tudo é feito de forma artesanal e que para cada hambúrguer ele prepara um pão diferente e um molho também.

"Preparar tudo do zero é bem complexo. Faço pão com cogumelos, pão apimentado e outros. Preparar os molhos é o mesmo processo, faço tudo de forma artesanal, assim como as carnes, pois acredito que esse é o diferencial. Hamburguerias têm muitas, mas é legal quando a gente apresenta um trabalho próprio", acrescentou.

 

A volta por cima com a chapa quente

Tradicionais, os carrinhos de lanche resistem e têm a fiel clientela que exige preço e qualidade

Preparar a chapa, temperar os molhos, amaciar ou aprontar as carnes são apenas alguns dos processos para o preparo de um hambúrguer. Modo esse que requer amor e dedicação para um dos preferidos alimentos no mundo. Vamos conhecer histórias de pessoas que ganham a vida satisfazendo clientes, gerando empregos e dando a volta por cima.

O tradicional lanche do Rosário já tem 49 anos de atividade, em Belém. Atualmente, o carrinho fica localizado na rua Arcipreste Manoel Teodoro, no bairro da Campina, mas antes disso já peregrinou por vários pontos do bairro.

Pedro do Rosário Ferreira, 69, começou nesse ramo no início dos anos 70, quando trabalhou no carrinho do Paraibano, que ficava ao lado do Teatro da Paz. Nessa época, ele explica que era só um tipo de hambúrguer e que mesmo sem a variedade já estava no gosto do público.

image O tradicional Lanche do Rosário está há 49 anos em atividade no centro de Belém (Sidney Oliveira/O Liberal)

Aproximadamente em 1975, o Paraibano morreu e Rosário deu início ao trabalho solo. Foi quando além de mudar de ponto, introduziu outros tipos de hambúrgueres. "Nesse momento passei a ampliar o cardápio, colocando diferentes tipos de carnes e temperos", pontua.

Mas construir a tradição não foi um processo nada fácil, Rosário disse que passou diversas situações complicadas, pois precisou mudar diversas vezes de pontos e esqueceu o número de vezes que precisou fugir do rapa, fiscalização terror dos ambulantes da época.

"A gente vivia sobressaltado, pois chegava uma determinada hora que eles passavam e saíam arrastando tudo e a gente ia correndo levando as coisas de forma desesperada", recorda. Há 15 anos ele conseguiu se firmar no atual endereço.

 

Fidelidade

Hoje em dia, Rosário segue com um público fiel e acredita que esse resultado se deve ao amor e dedicação que tem pelo trabalho. "Todo mundo fala e eu comprovo, quando fazemos algo que gostamos, dá certo. Sempre gostei de trabalhar nesse ramo e dessa forma criei meus filhos e sustentei minha família", pontua.

No momento, Rosário não está na linha de frente dos negócios, pois devido a um problema de saúde precisou se afastar um pouco. "Mas ainda sou eu quem faço os temperos, preparo as carnes. As minhas filhas vão para a rua e eu trabalho de casa", completou. Na pandemia, os serviços passaram a ser delivery, já que precisou se adequar às mudanças.

 

Chapista

Já pertencente a uma nova geração, Rodrigo Cruz, que dispensa o título de chef e faz questão de ser chamado de chapista, diz que já atua na área há 12 anos e que vive apenas da comercialização de lanches. Rodrigo já montou mais de 10 negócios e que com os anos de experiência preza pelo amor em servir.

"Eu encontrei a profissão da minha vida. Amo ser chapista e nessa área de hambúrguer o que mais me atrai, além de preparar, é servir às pessoas. O tratamento e acolhimento do cliente é o que mais gosto. A questão financeira é essencial, mas o prazer com o trabalho é o mais importante", destaca Rodrigo, proprietário do Redentor Sandwich Shop.

 

Sebrae aponta que setor de hamburgueria é o menos afetado durante a pandemia

O gerente do Sebrae na Região Metropolitana de Belém, Miguel Pantoja, destaca que o setor da hamburgueria é o que mais vem crescendo e o que menos foi afetado nesse período da pandemia. Além de amor e dedicação, a inovação e aceitação de novas tendências são os pontos que mais contribuem para esse crescimento.

image Setor da hamburgueria é o que mais cresce, segundo o Sebrae (Sidney Oliveira/O Liberal)

"Muita gente que ficou desempregada começou a trabalhar no ramo e outras que trabalhavam com outras atividades migraram para o ramo da hamburgueria. Isso se deve porque a procura é grande e também porque muita gente teve resistência em atuar com delivery na comercialização de outros serviços. As pessoas acham que delivery só funciona com alimento", pontua Miguel.

O fator do atendimento rápido, resulta em maior rotatividade e isso é um atrativo para o empresário ou comerciante, que tem uma produção maior e, consequentemente, um lucro também.

E como dica para melhorar cada vez mais o negócio, Miguel pontua que planejamento, ampliação de marketing e organização são os pontos principais para o sucesso do negócio. "Não importa o tamanho do negócio, seja um carrinho ou uma hamburgueria, é importante atuar no alcance de novos públicos. Tudo isso é construído com conhecimento e trabalho", destaca.

O Sebrae promove cursos em diversas frentes: na área de finanças, mercado e gestão de pessoas que podem contribuir para o aumento do seu negócio.

 

Diversidade nos paladares

Tem hambúrguer para todos os gostos. Famosos contam qual o seu preferido

Uma coisa é certa, a variedade de hambúrguer é ampla e tem para todos os gostos. Do tradicional ao vegano. E com todas essas possibilidades de novos sabores, os chefs vêm brincando também com as cores desse alimento.

Diante de toda essa diversidade, fomos atrás de algumas celebridades e perguntamos sobre suas delícias preferidas. Fique ligado na lista:

·  Jeff Moraes - O cantor e compositor paraense disse que como um bom taurino ficaria complicado escolher apenas um. Ele citou dois hambúrgueres de sua preferência. "Eu não consigo escolher só um, porque sou taurino e como demais. Por isso, vou escolher o hambúrguer búfalo do Marajó, do Apoena, que como geralmente antes de fazer show. E tem também o hambúrguer de leitão, da Esther lanche, esse já é geralmente após os meus shows, que sempre faço uma parada lá".

·  Murilo Couto - O humorista paraense Murilo Couto, que tem um quadro no programa The Noite, de Danilo Gentili, não mora em Belém, mas está com frequência na cidade e um dos passeios preferidos é ir até os carrinhos de lanche. "O meu hambúrguer preferido da cidade pode até não ser o mais chique, mas adoro o Batistão, Bigas, Big Mengão. Esses que a gente estaciona o carro e pede o lanche. Não sei se é pelo gosto ou se é pelo ambiente. Nesses locais sempre aparece um cachorro na nossa canela. É muito legal, tenho uma relação afetiva".

·  Marcela Bittar - digital influencer paulista, mas mora em Belém há cinco anos. Marcela também fez duas escolhas e citou seus preferidos. "Os meus dois preferidos são da hamburgueria Spot. Lá eu sempre fico na dúvida entre o Parmê, que tem um toque de rúcula e para mim faz toda a diferença. E o outro é o Classic, que tem muito bacon e cheddar, que é indispensável em um hambúrguer".

·  Rebeca Lindsey - Cantora e ex-The Voice Brasil. Ela é apaixonada por hambúrguer e falou sobre suas preferências. "As minhas duas preferências são do City Burguer e tem dois que são as paixões de casa, o Calábria e o Alter do Chão. São gostosos e todo final de semana tem que ter".

·  Jorane Castro - Cineasta paraense vencedora de prêmios nacionais e internacionais. "Eu gosto de hambúrguer vegano e vegetariano , que são deliciosos. Eu sempre vou na Vikings Burger e sempre peço o 'Rollo, o traidor'. E também os vegetarianos do Uatá. A gente tem uma cultura de consumir muita carne e eu sempre pratico a segunda sem carne".

 

Confira a receita do chef Ricardo Costa

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Big Brás

Ingredientes 

Pão com gergelim, 2 carnes de 100 gramas (blend de peito bovino), alface americana, picles , cebola e molho especial

Preparo

Grelhar as carnes com sal dos dois lados, 1 minuto de cada lado, assim que virar, colocar o queijo, subir pra descansar

Grelhar o pão, para não absorver a umidade da carne

 

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