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Preconceitos ainda são obstáculos para processo de adoção

Presidente do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção de Belém Renascer, Helena Paschoalin, exemplifica as dificuldades

Ainda existe bastante preconceito sobre o perfil de crianças que estão aptas à adoção no Brasil. Falta de informação, faixa etária, vínculo fraterno, cor da pele e a existência de alguma deficiência são grandes obstáculos para o processo. Quem avalia é a presidente do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção Renascer, de Belém, Helena Paschoalin, que exemplifica algumas dificuldades vivenciadas no contexto paraense. 

"Preconceitos e mitos esbarram fazendo com que pretendentes à adoção não coloquem no perfil exigido as seguintes situações: adoção tardia, com crianças maiores, a partir de 7 ou 9 anos; grupo de irmãos, geralmente com mais de duas crianças, porque a Justiça faz de tudo para que eles fiquem na mesma família; crianças negras ou com alguma deficiência ou sequela", explicou Helena. 

Ela acrescenta que a preferência dos pretendentes gira em torno de crianças de zero a cinco anos. "Com relação à idade, alguns estudos nos apontam que o interesse por adoção tardia tem aumentado, mas ainda é algo muito recente. A maioria prefere crianças até cinco anos", detalhou.

Para ajudar a burlar esses preconceitos, será realizado, a partir desta quinta-feira (14) até o próximo sábado (16), no Centro de Ciências Naturais e Tecnologia da Universidade do Estado do Pará (Uepa), no Marco, em Belém, o IX Encontro Norte-Nordeste de Grupos de Apoio à Adoção. O evento, que terá início às 19h, visa fortalecer a rede de serviços a meninos e meninas que podem ser adotados por famílias nas cidades dessas duas regiões do País. 

Com o tema “Trabalhando em Rede pelo Direito de ser Filho", o encontro é realizado pelo Grupo de Estudo e Apoio à Adoção de Belém Renascer e pelo Grupo de Apoio à Adoção Castanhal, com apoio da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad). 

São aguardados cerca de 100 participantes para trocar experiências e formatar diretrizes e estratégias sobre como os grupos, instituições e poder público, a partir da rede de apoio à adoção de crianças e adolescentes, podem fortalecer suas ações. 

Helena Paschoalin esclarece que a rede de proteção conta com a atuação de abrigos, grupos de apoio à adoção, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça (Coordenadoria da Infância e Juventude, Promotoria) e a sociedade civil.  

"Enquanto grupo, a gente estuda os mitos e preconceitos, porque há muita desinformação. Sobre contar ou não para a criança que ela é adotada, nossa recomendação é não esconder. Contar desde sempre, assim que a criança começar a ter entendimento", orientou Helena. "Tem muitos filmes e historinhas que a gente indica como recursos para orientar sobre como contar".

"Algumas frases que costumamos ouvir sobre 'quem é a mãe verdadeira', por exemplo, a gente aborda para desmistificar. "Todo mês a gente se reúne e elabora uma tema para ser tratado com os pretendentes. Temos parceria com o Tribunal de Justiça, onde o Renascer participa do grupo de pretendentes à adoção", completou.

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