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Três partidos políticos vão 'governar' quase 70% do Pará

MDB, Psol e PSD estarão à frente de administrações municipais que, juntas, abrangem quase 70% da população do Estado

Keila Ferreira

Três partidos políticos estarão à frente de administrações municipais que, juntas, abrangem quase 70% da população do Estado. Somente nas cidades cujos prefeitos eleitos são do MDB, Psol e PSD, vivem 5,8 milhões de pessoas, de um total de 8,6 milhões de habitantes do Estado, considerando a estimativa populacional de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O MDB conseguiu, este ano, conquistar o maior número de cidades, elegendo 59 prefeitos que vão governar o total de 3,3 milhões de pessoas. Mesmo com apenas um prefeito eleito em todo o Pará, o Psol surpreendeu nessas eleições chegando ao Poder Executivo da capital. A partir do dia 1º de janeiro, Edmilson Rodrigues vai governar para 1.5 milhão de habitantes – quinhentos mil a mais do que o PSD, segundo partido que mais elegeu prefeitos em território paraense, atrás apenas do MDB. Nas 18 cidades que serão governadas por políticos do PSD ano que vem, vivem um milhão de pessoas.

Foram consideradas apenas as cidades em que o eleito já foi anunciado pela justiça eleitoral. Em seis municípios paraenses – Colares, Goianésia do Pará, Santo Antônio do Tauá, Tomé-Açú, Belterra e Juruti - os candidatos com maior votação nominal estão na situação jurídica “indeferido com recurso”, aguardando, portanto, julgamento final do seu pedido de registro de candidato.

Levando em conta o resultado nos municípios em que o mais votado este ano está com o registro regular junto à Justiça Eleitoral, e comparando com as últimas eleições municipais, em 2016, observa-se que o MDB e o PSD conseguiram aumentar o número de prefeitura de 48 para 59 e de 09 para 18, respectivamente. O PL também estará à frente de um grande número de municípios: 15, um a mais do que em 2016.

Por outro lado, o PSDB saiu e 26 prefeituras para 13, e o PT de cinco para duas. O DEM também tinha 12, e agora elegeu cinco.

Apesar do resultado positivo, o MDB perdeu municípios polos, como Altamira, e concorreu, mas não conseguiu chegar às prefeituras da capital e de Paragominas. Mas ganhou em Ananindeua, outro município estratégico. Enquanto isso, o PSDB está saindo das duas cidades mais populosas do estado: Belém e Ananindeua. Não lançou candidato em nenhuma das duas, apenas apoiou candidato de outro partido.

Para o cientista político Ribamar Braun, esse cenário era esperado, principalmente a partir da saída de Simão Jatene do Estado. “O PSDB perdeu força e isso levou o partido a buscar um outro cenário, que foi o de se associar a outros partidos, com relação próxima de políticas, que foi o caso de Ananindeua”.

No caso de Belém, ele avalia que fatores como a polarização histórica e os governos muito contestados dos últimos anos, trouxeram de volta Edmilson Rodrigues. “Muito mais pela personificação do candidato do que do partido, mas lembrando que anteriormente o próprio Edmilson Rodrigues era aberto, tinha uma relação de governo mais ampla com o MDB. Havia essa abertura de diálogo e ele tem feito esse diálogo, que de fato vai fortalecer as relações de base para as futuras eleições estaduais, onde o cenário de crescimento do MDB em alguns polos de cidades médias do estado do Pará pode favorecer as relações governamentais do atual governador”, avalia. “Mas o jogo está aberto ainda, tem muita coisa para acontecer nos próximos dois anos. Essas instabilidades políticas atuais podem gerar possibilidades diferentes no futuro”, completou.

Para ele, o mais importante é que no pleito atual, alguns governos mais clássicos conseguiram se manter e retornar ao poder e de fato houve associação aos tucanos “Embora apareça diminuindo os cargos a prefeito, em muitos ele (PSDB) apoiou, nem chegou a entrar na disputa nas prefeituras e onde tinha um ou outro (PSDB e MDB) havia apoio mútuo”, ressalta.

Ribamar observa que a grande novidade foi a vitória do Psol em Belém, mas com o discurso mais amplo, de associar e buscar políticas públicas conjuntas. “E uma queda já esperada do PT, que se configurava alguns municípios do Brasil”.

O cientista político diz que o Pará entra em uma política multipartidária e também muito personificada na busca de ajustes e políticas públicas adequadas à região. “Acredita-se muito nessa união de coligações onde os partidos, o que se percebe, não estão mais sendo levados em consideração por ideologias ou programas, até porque os programas são muito parecidos. O que se pode esperar são relações mais unilateral, no ponto de vista político de ações personificadas desses prefeitos, em busca de apoio para gerar políticas públicas para os seus municípios”.

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