No Brasil, Milei critica governos de esquerda e diz que Bolsonaro é 'perseguido'
Presidente argentino discursou durante evento que contou com a presença de políticos de direita

Pela primeira vez no Brasil desde que foi eleito, o presidente da Argentina, Javier Milei, participou neste domingo (07.07) da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Balneário Camboriú (SC), onde foi recebido com aplausos e gritos de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Em seu discurso, que começou por volta das 17h, ele criticou governos de esqueça e o socialismo e afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também participa do evento, sofre "perseguição no Brasil".
"Olhem o que aconteceu na Venezuela, olha o que aconteceu na Bolívia quando Evo Morales ganhou pela terceira vez, olhem a perseguição que o nosso amigo Bolsonaro sofre aqui no Brasil, e olhem o que está acontecendo na Bolívia, um falso golpe de estado", disse o argentino, a atração mais aguardada da conferência,
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O evento, que contou com a presença de políticos de direita, se inspirou na megaconferência homônima organizada nos Estados Unidos desde a década de 1970, e trazida ao Brasil pelo Instituto Conservador-Liberal, think tank de Eduardo Bolsonaro e do empresário Sérgio Sant'Anna.
Em seu discurso, Milei agradeceu a todos os presentes por “defenderem a liberdade” e também destacou a situação na Argentina, afirmando que o país passa por "profundas mudanças" e a "luta contra a inflação” em seu governo.
"Estamos levando a cabo não só a luta contra a inflação, mas estamos transformando a economia argentina. E quero dizer que vamos sair da miséria gostem ou não os socialistas, porque a grande maioria dos argentinos escolheu uma mudança profunda de regime que prometemos na campanha, e nós temos o compromisso de cumprir com a maioria, ainda que os beneficiários desse sistema corrupto, parasitário e empobrecedor movam céus e terras para nos boicotar. Não passarão", declarou.
Ao criticar o socialismo e governos de esquerda, Milei falou de países como Venezuela, Cuba e Bolívia e citou nominalmente os governos dos ex-presidentes Nestor Kirchner e Cristina Kirchner na Argentina, de Hugo Chávez e Nicolas Maduro na Venezuela e de Evo Morales na Bolívia. Disse que a “receita da esquerda” é começar um período de bonança inicial com crescimento da economia, mas depois aumentam os gastos públicos para manter sua popularidade subsidiando mais tarifas e ampliando a máquina pública, e depois precisam aumentar os impostos quando as receitas caem.
"Se analisarmos os traços de governo socialistas ou de esquerda na América Latina nos últimos 20 anos, há seguramente uma série de denominadores comuns que aparecem em conjunto, e que constituem uma verdadeira receita de desastre social, econômico, político e cultural, porque há uma relação de causalidade entre todos esses elementos e não é uma mera coincidência".
Apesar de já ter feito críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outras ocasiões, o argentino não citou o nome do petista. Javier Milei disse ainda, em seu discurso, que o socialismo é a "ideologia do ressentimento, da inveja e do ódio. Mas, acima de tudo, o socialismo, a ideia de fracasso", declarou.
"Ninguém sabe mais sobre isso do que nós, os irmãos latino-americanos. Mas esse vento de mudança que começou na Argentina e hoje percorre o mundo chegará a todos os cantos onde os Libertados são reprimidos porque a história do ser humano é a história da liberdade e não há nada nem ninguém que possa detê-lo", acrescentou Milei.
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