'Lobby de empresas pagam para emperrar', diz Zequinha Marinho sobre a Ferrogrão
Senador defende urgência no julgamento da ferrovia que ligará o Pará ao Mato Grosso, apontando impacto estratégico na logística, economia e sustentabilidade

O julgamento da Ferrogrão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para 1º de outubro pelo presidente eleito Edson Fachin, reacende o debate sobre a urgência e a importância do projeto. O político atribui a demora da concretização da ferrovia a ONGs e lobbys de empresas que são conta a Ferrogrão. "Lobby de empresas pagam para emperrar", afirma Marinho. Paralisada desde março de 2021 por ação judicial, a ferrovia que ligará o Pará ao Mato Grosso é vista pelo senador Zequinha Marinho (Podemos–PA) como essencial para reduzir custos logísticos, ampliar a competitividade e fortalecer o escoamento da produção agrícola do Norte e Centro-Oeste.
O parlamentar paraense critica a demora para a obra sair do papel. “Antes tarde do que nunca. Nós estamos aí há 12 anos falando de Ferrogrão. Enquanto nós estamos falando de Ferrogrão, a ferrovia de 933 km, sabe quantos quilômetros de ferrovia o mundo já construiu? 34 mil km. Só isso. Ninguém consegue andar com um país que pensa desse jeito. Não pode ser assim tão lento”, comenta.
Segundo Marinho, a paralisação foi resultado de ações movidas por ONGs contra o projeto. “A Ferrogrão parou porque o pessoal acionado pelas ONGs entrou com uma ação. Qual é o ponto negativo do projeto da Ferrogrão? É zero. Lá é unanimidade. Quem é contra? ONGs. São pagas pelo capital externo para não deixar a infraestrutura do Brasil avançar. Por exemplo, o Instituto Socioambiental gastou 11 milhões de reais mobilizando reuniões contra a Ferrogrão”, disse, citando ainda a CPI das ONGs da qual participou.
O senador também aponta a atuação de lobbies de empresas interessadas em manter o escoamento da produção por portos do Sul e Sudeste. “Lamentavelmente, o Brasil não precisa de adversário, nós mesmos temos um adversário interno que atrapalha o crescimento da nação. O cara porque escoa para outra região, como Paraná ou Santos, é contra o escoamento pelo Arco Norte. Faz lobby, paga não sei o quê para emperrar”, critica.
Apesar das resistências, Marinho destaca que um novo traçado apresentado pelo governo evita territórios indígenas e unidades de conservação, como o Parque Nacional do Jamanxim, demonstrando esforço em conciliar infraestrutura e meio ambiente. Ele lembra ainda que a Ferrogrão pode reduzir em até 77% a emissão de CO² no transporte de cargas, gerar economia de até R$ 8 bilhões e impulsionar a matriz logística nacional.
Para o senador, é preciso superar disputas políticas e interesses particulares. “O Brasil é maior do que picuinhas e pontos de vista. Estamos torcendo, trabalhando e confiando que o governo faça o leilão em 2026”, afirma. Para ele, a Ferrogrão não é apenas um projeto, mas um passo estratégico rumo a uma logística mais eficiente e sustentável no país.
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