‘Patinhos literários’ viram febre na Feira Pan-Amazônica do Livro, em Belém
Moda já havia chamado atenção em junho, durante a Bienal do Livro do Rio, e agora conquistou também o público amazônico.

Na 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, realizada no Hangar, em Belém, um acessório roubou a cena e se tornou a nova mania entre visitantes de todas as idades: os chamados “patinhos literários”. Vendidos por R$ 10 cada, em alguns dos estandes da feira, os broches de patinhos ganharam status de símbolo da feira e estão sendo usados de diferentes formas — presos à cabeça, no ombro ou até como enfeite de bolsas.
A moda já havia chamado atenção em junho, durante a Bienal do Livro do Rio, e agora conquistou também o público amazônico. A auxiliar de sala Hanna Oliveira, de 33 anos, que veio de Santa Maria do Pará para a feira, neste domingo (17/8), se encantou com o adereço e comprou alguns para levar aos alunos.
“Quando eu passei ali no estande, eu já imaginei: as crianças vão gostar muito desse patinho na festa da escola”, contou. Ela revelou que não conhecia a tendência até então. “Eu não sabia que ele era um patinho literário, mas já pensei logo em comprar, porque vai chamar bastante atenção durante a semana recreativa que a gente faz na escola”, comentou.
Hanna trabalha com crianças entre 7 e 9 anos e acredita que o acessório pode despertar encantamento. “Tudo que chega de diferente chama atenção. Eu queria levar um para cada aluno, mas como não consegui, vai gerar até um certo alvoroço na sala. É novidade, bem legal!”, disse, sorrindo.
Do outro lado, quem celebra o sucesso das vendas é a empresária Rosa Salomão, de 33 anos, uma das responsáveis por trazer os patinhos para Belém. Ela acompanhou o boom do acessório ainda na Bienal do Livro do Rio e decidiu investir.
“Esse é o patinho literário que começou no Rio de Janeiro, na Bienal, e nós trouxemos para cá. E deu certo! Só ontem vendemos 1.600 unidades”, revelou. Segundo Rosa, a aceitação foi imediata. “Todo mundo está querendo: crianças, jovens, adultos, idosos. Quem veio na feira e não levou um, parece que não veio. Podemos dizer que o patinho literário é a moda da Feira do Livro 2025!”, disse a empresária.
Além do aspecto lúdico, o objeto também ganhou uma camada simbólica. A vendedora Kamilly de Jesus, 23 anos, explicou que a ideia se conecta à clássica história infantil “O Patinho Feio”.
“No início, ninguém queria estar por perto do patinho feio, ele era o excluído. No final da história, ele se transforma em cisne e passa a ser o diferencial, o popular. O patinho literário é justamente isso: todo mundo está querendo. Ele também pode incentivar a criança a ler, porque muitos ainda não conhecem essa história”, disse.
Feira do Livro
A Feira Pan-Amazônica do Livro segue até 22 de agosto, reunindo lançamentos, sessões de autógrafos, palestras, oficinas, atrações musicais e teatrais que celebram a diversidade cultural da região. Entre os homenageados deste ano estão o Mestre Damasceno, referência na cultura quilombola do Marajó, e a escritora Wanda Monteiro, pesquisadora do legado literário do Baixo Amazonas.
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