Pará não alcança meta de vacinação

O Brasil atingiu 99,4% da cobertura vacinal contra o sarampo este ano (em crianças em até um ano de idade), mas o Pará figura entre nove estados que não alcançaram a meta de vacinação. Como estratégia para combater a doença que teve 39 casos em Belém até agora, em 2019, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) intensifica ações, convocando as pessoas que ainda não se vacinaram a receber a medicação e vai cobrir todos os oito distritos administrativos do Município, levando, inclusive a vacinação aos moradores.

De acordo com o Ministério da Saúde, "os estados que atingiram a meta de vacinação de crianças até um ano de idade contra o sarampo em 2019 são: Mato Grosso do Sul (115,92%), Alagoas (115,7%), Rondônia (114,4%), Paraíba (110,2%), Pernambuco (109%), Ceará (108,2%), Minas Gerai (106,7%), Espírito Santos (105,7%), Santa Catarina (105,4%), Paraná (102,8%), Tocantins (102,5%), Rio de Janeiro (101,7%), Sergipe (99%), Rio Grande do Sul (101,1%), Goiás (103,4%), Mato Grosso (97,2%), Amazonas (96,4%) e Rio Grande do Norte (96,2%). Entre os estados que não atingiram a meta mínima de 95% de cobertura vacinal, preconizada pelo Ministério da Saúde foram: Pará (85,4%), Roraima (87,9%), Bahia (88,9%), Maranhão (90%), Acre (91,4%), Piauí (91,9%), Distrito Federal (93,7%), São Paulo (93,9%) e Amapá (94,9%).

O MS informa que o Brasil ultrapassou a meta de cobertura vacinal da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) - no total, 99,4% das crianças de até um ano de idade estão vacinadas no país, e esse resultado é o melhor dos últimos cinco anos, embora oito estados e o Distrito Federal não tenham atingido a meta mínima, que é de 95%. O resultado positivo provém da intensificação de ações de vacinação no País por meio das campanhas nacionais de vacinação contra o sarampo.

Risco

O diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Julio Croda, externou a preocupação com municípios que ainda não cumpriram a meta. “Ainda temos cerca de 1,9 mil municípios que, mesmo com a intensificação das ações de vacinação por meio de campanhas, não conseguiram atingir a meta. Isso é preocupante para 2020 porque ainda existe surto da doença no País”, salientou.

Em 2019, o Ministério da Saúde realizou duas etapas de vacinação contra o sarampo em municípios que fazem fronteira com outros países. No meio do ano, também realizou campanha de vacinação concentrada no Estado de São Paulo devido aos casos da doença que começaram a surgir após o registro de surto em um navio que atracou no porto de Santos (SP). Além disso, outras duas campanhas foram realizadas em todo o País. A campanha, que terminou no dia 30 de novembro, ocorreu em duas etapas: a primeira, destinada a crianças de 6 meses a menores de 5 anos (7/10 a 25/10); e a segunda focada na população de 20 a 29 anos.

O último boletim epidemiológico de sarampo registra que, atualmente, a doença circula em 17 estados brasileiros, com um total de 3.565 casos confirmados nos últimos 90 dias (1º de setembro a 23 de novembro). Destes, 2.702 casos estão concentrados em 147 municípios do estado de São Paulo. Também foram confirmados 15 óbitos: seis em menores de 1 ano de idade, dois em crianças de 1 ano de idade e sete em adultos maiores de 20 anos. O Ministério da Saúde já disponibilizou R$ 103 milhões (metade do bônus de R$ 206 milhões) criado para incentivar os municípios brasileiros a vacinar em massa crianças entre seis meses e cinco anos de idade.

Belém

A coordenadora da Vigilância em Saúde da Sesma, Leila Flores, informou que, ainda ontem (13), ações preventivas foram desenvolvidas no Distrito Administrativo do Guamá, que abrange esse e os bairros da Cremação, Terra Firme, Jurunas e Condor. Nesse setor administrativo de Belém, foram registrados 22 dos 39 casos de sarampo na capital paraense neste ano (sem óbitos). A Sesma pretende cobrir todos os oito distritos administrativos de Belém, convocando as pesssoas a se vacinarem e aplicando a vacinação, ainda que essa medicação esteja disponível nas unidades municipais de saúde. "Nós convocamos as pessoas a se vacinar e fazemos a busca ativa, entre outras ações, e é muito importante a participação, o envolvimento das pessoas no combate à doença", destacou Leila Flores.

O Ministério da Saúde decidiu intensificar a vacinação com a dose extra da vacina tríplice viral (chamada dose zero) de todas as crianças de seis meses a menores de 1 ano, que representam o público mais suscetível a casos graves e óbitos. A ação é uma resposta imediata do Governo Federal em decorrência do aumento de casos da doença. Segundo o MS, a vacina é a principal forma de tratamento do sarampo e, na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS), a tríplice viral está disponível em todos os mais de 36 mil postos de vacinação em todo o Brasil.

A chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança. Assim, além dessa dose, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela, respeitando-se o intervalo de 30 dias entre as doses. A vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente de a criança ter tomada a “dose zero” da vacina.