Câncer de Mama: apoio emocional é fundamental para atravessar o período de tratamento

Acompanhamento multiprofissional ajuda a fortalecer a saúde física e mental de pacientes oncológicos

Dayane Baía
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De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a primeira causa de morte por câncer no país é o de mama e atinge principalmente as mulheres. No período 2016-2020, os óbitos causados pela doença representam 16,3% do total. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 13,6%, após o câncer de útero.

Para o psicólogo Carol Costa, receber um diagnóstico positivo nesse contexto é devastador. “Há um impacto muito grande pelo pensamento de finitude, de numa condição muitas vezes, quase como um atestado de morte. Isso mexe muito com o psicológico das pessoas. A partir do momento que o diagnóstico é dito existe todo esse luto, não só da pessoa, mas também para com quem estiver próximo: os pares, os entes que ali estão também se compadecem”, comenta o profissional.

image Carol Costa destaca a importância da psicoterapia no tratamento oncológico (Arquivo pessoal)

O impacto emocional quando se fala da doença é tão intenso que, muitas vezes, gera um bloqueio nas pessoas impedindo-as de marcar consultas e realizar exames, como os de imagem que devem ser feitos pelo menos uma vez ao ano. Eles são imprescindíveis para o diagnóstico precoce dos casos de câncer de mama em estágio inicial e mais precisos do que o autoexame, em que são detectados sinais mais perceptíveis, como a presença de nódulos e secreções das mamas.

O câncer de mama tem um aspecto ainda mais sensível que afeta a autoestima. “Temos situações onde há queda de cabelo, o risco eminente da retirada da mama. Isso mexe de forma profunda na questão da feminilidade, do contexto de tudo que rege esse ser mulher. A questão com a vaidade também, muito embora hoje a tecnologia evoluiu bastante até as próteses são ultra modernas. Então tudo isso envolto a um pensamento de finitude de também que vem junto com o pensamento de sofrimento, aquele processo doloroso, e isso mexe com o imaginário”, acrescenta Carol.

Por isso, o tratamento recomendado é feito com o envolvimento de diversos profissionais para dar o suporte para fortalecer a paciente em aspectos físicos e emocionais. “Agregado a isso vem também quase como obrigatoriedade o acompanhamento psicológico. Porque essa pessoa precisa saber o que está acontecendo, onde ela está e como vai lidar com isso a partir de então. Não é fácil, mas precisa ter o acompanhamento psicológico. A terapia ela é fundamental nesse processo”, enfatiza o psicólogo.

image Tratamento quimioterápico pode ter sequelas como a queda de cabelo (Freepik)

De acordo com o profissional, a psicoterapia é uma busca ao autoconhecimento. “Passa por um processo de entendimento de todo o processo e de você conhecer suas limitações, suas ansiedades, seus fantasmas, seus desejos. Você como pessoa, como ser atuante, inclusive, no seu processo de cura”, destaca Carol.

O psicólogo aponta ainda que, além do acompanhamento especializado, o envolvimento de outras redes são importantes para o fortalecimento da pessoa em tratamento. “Os grupos de apoio são fundamentais. Quando uma pessoa entra nesse diagnóstico a família entra junto, porque ela vai precisar de todo o apoio. Muitas vezes só em estar próximo já ajuda no processo de cura”, pondera o psicólogo.

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