Neta desvia R$ 200 mil do avô e culpa Lula pelo sumiço do dinheiro

A Polícia Civil do Paraná indiciou, nesta segunda-feira (26/5), uma mulher de 35 anos por aplicar diversos golpes contra o próprio avô, de 87 anos, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais.

De acordo com as investigações, ao longo dos últimos anos, a neta se aproveitou da relação de confiança com o idoso para desviar cerca de R$ 200 mil. Utilizando métodos fraudulentos, ela manteve o esquema sem levantar suspeitas.

Segundo o delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo caso, a mulher acompanhava o avô ao banco, ajudava com os saques da aposentadoria e transferia parte dos valores diretamente para sua própria conta.
— Na cabeça da vítima, o dinheiro estava sendo guardado. Mas, na verdade, ela praticava os desvios sistematicamente — explicou Munhoz.

A investigação também revelou que a mulher se beneficiou do recebimento de um precatório pelo avô — uma quantia considerada expressiva, embora o valor exato não tenha sido divulgado. No mesmo dia em que o dinheiro entrou na conta da vítima, ela transferiu cerca de R$ 30 mil para si, além de fazer outras transferências via Pix em sequência.

Para sustentar o golpe, a suspeita chegou a criar uma linha telefônica alternativa, com a qual ligava para o avô fingindo ser funcionária da Caixa Econômica Federal. Nessas ligações, dizia que os valores do precatório estavam seguros e sendo guardados, quando, na verdade, já haviam sido desviados.

"Foi por meio de diligências que conseguimos comprovar que a linha utilizada era dela, o que reforçou o dolo da ação. Ou seja, além de se aproveitar do laço de parentesco, ela ainda criava um personagem para enganar a vítima ressaltou o delegado.

A mulher foi indiciada com base no artigo 171, parágrafo 4º, do Código Penal, que trata do crime de estelionato contra idoso, o que pode aumentar a pena. O delegado também pediu o bloqueio dos valores encontrados nas contas da investigada para tentar reduzir o prejuízo causado ao avô.

Durante o depoimento, segundo a Polícia Civil, a suspeita chegou a alegar que o dinheiro havia sido retido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

— O inquérito revela que a suspeita entregava apenas parte do valor da aposentadoria ao idoso, alegando que o restante estava guardado. Quando questionada sobre o 13º salário pelo idoso, afirmava que ‘o Lula tinha cortado’, evidenciando seu dolo e desprezo pelo avô — afirmou Munhoz.

O caso veio à tona após o filho da vítima descobrir que o IPVA do carro do idoso estava atrasado há três anos, mesmo tendo repassado dinheiro à neta para o pagamento.