Muçulmanos se preparam para o mês sagrado do Ramadã

Jejum e muita oração marcam o período. Em Belém, cerca de 30 fiéis integram a Associação Islâmica.

João Thiago Dias

Jejum e muita oração durante um mês. Assim é marcado, em vários países do mundo, o Ramadã, período sagrado em que a comunidade muçulmana se esforça ainda mais para realizar ações de bondade e nenhum ato que possa ser considerado pecado.

Bem como as datas religiosas islâmicas, ela depende do posicionamento da lua para ser definida. Este ano, no Brasil, a previsão é que inicie na noite deste domingo (5) e termine no início da noite do dia 4 de junho. 

ISLÃ EM BELÉM 

Na capital paraense, cerca de 30 muçulmanos integram a Associação Islâmica de Belém. Dentre eles, egípcios, marroquinos, tunisianos e brasileiros. A sexta-feira é o dia em que eles sempre se reúnem, ao longo do ano, para para orar em congregação.

O fiel deve rezar, em cinco horários. Como ainda não existe mesquita (local de culto dos seguidores da fé islâmica) na cidade, os encontros são realizados na chamada Mussala (sala de reuniões), que funciona no bairro do Jurunas, na residência do presidente e fundador da associação, Hussein Damasceno.

Ele é o primeiro paraense convertido ao islamismo e conta que, em breve, será fundada uma mesquista em Belém.

"Tinha um centro islâmico no bairro da Campina, mas, agora, as reuniões são na minha casa. Pretendemos construir uma mesquita. A mais próxima fica em Manaus e foi construída por palestinos há mais de dez anos", contou Hussein.

"Tenho 77 anos e me converti há 18. Eu era católico. Minha esposa se conveteu depois", acrescentou.

ORANDO PROSTADO

Durante a oração, entre 13h30 e 15h, o fiel se inclina para a frente, prostrado no chão, em sinal de respeito ao Criador. A testa toca o tapete especial para esse ritual (cada um deve ter o seu e cuidar de mantê-lo sempre bem limpo).

"Não adianta rezar sentado. Deve ser em submissão total. Nossa humildade melhor é se humilhar para Deus com o rosto no chão", explicou Damasceno.

O JEJUM

O jejum do Ramadã começa por volta das 5h, com o nascer do sol, e é quebrado por volta das 18h, com o início da noite.

"Ramadã para nós é um tempo de purificação. A maior prova de amor a Deus é passar fome. Para que a gente respeite a fome a sede do nosso próximo. Rezamos cinco vezes. Cada oração dura, em média, cinco minutos", explicou Hussein Damasceno.

Durante essas horas de jejum, também não é permitido ter relações sexuais.

"E também temos que nos abster de tomar remédio com água. Se realmente precisar, o fiel terá que pagar esse dia quebrado em outra época do ano. Mulheres grávidas ou no ciclo menstrual não precisam jejuar. Nem idosos e crianças. Nem pessoas enfermas ou que estejam viajando. No entanto, quem nasce em país islâmico começa a se habituar desde cedo ao jejum", contou.

NONO MÊS DO CALENDÁRIO ISLÂMICO

O Ramadã é como é chamado o nono mês do calendário islâmico. Foi neste mês que o Alcorão (livro sagrado do Islã) foi revelado.

Os cinco pilares do Islã são: fé (com a designação de que não há outra divindade além de Deus e Muhammad é Seu Mensageiro); oração; zakat (caridade financeira a quem precisa - apenas quem tem condições); jejum; e peregrinação anual à Meca (cidade da Arábia Saudita considerada a mais sagrada no mundo para os muçulmanos) para quem tiver condição financeira.

"Neste mês, os primeiros dez dias são para misericórdia. Os segundos dez dias são para perdão. Os dez últimos são para salvação do inferno com orações intesificadas. Não há melhor forma de purificar ao não ser com jejum e oração", concluiu Hussein.

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