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Moradores do Amapá embarcam para Belém para fugir do apagão

Como as passagens aéreas ficaram com preços bem elevados, a melhor opção foi comprar passagem de navio

João Thiago Dias
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Diante do caos causado pelo apagão no Amapá desde o dia 3 de outubro, que inclui falta de energia elétrica, interrupção no abastecimento de água, dificuldades para conseguir alimentos e outros impactos, alguns moradores do estado embarcaram para localidades vizinhas para aguardar o momento de crise passar. Como as passagens aéreas ficaram com preços bem elevados, a melhor opção foi comprar passagem de navio. E um dos principais destinos de fuga é Belém (PA).

É o caso do professor Rafael Saldanha, 30, que chegou à capital paraense na sexta-feira (6) porque a rotina em Macapá já tinha se tornado insustentável. Ele disse que aguentou até quando a caixa d'água estava abastecida. Quando acabou, trancou a casa, carregou seus dois cachorros e embarcou rumo à casa de familiares em Belém, cidade onde nasceu e morou até os 23 anos. Ele diz que só volta quando tudo for normalizado.

"Estou em trabalho remoto, preciso acessar o sistema do trabalho para cumprir minhas atividades. Em Belém, tendo internet e energia elétrica, poderei cumprir isso. Trouxe na viagem meus dois cachorros, que não iam poder ficar sozinhos lá", relatou. Ele também contou que o navio veio lotado com pessoas na mesma situação. "Muita gente fugindo do caos para Belém".

A pedagoga Carla da Silva, 27, que também nasceu em Belém, mas foi para Macapá para estudar e trabalhar, retornou à cidade de origem no sábado (07). "De navio, porque as passagens aéreas estavam esgotadas e caríssimas", disse. E as dificuldades já tinham impactado fortemente o trabalho. "A mudança repentina impactou, sou autônoma, dou aulas particulares, mas, devido a situação que se encontra o estado, não tem como trabalhar sem energia, água e internet".

Segundo Carla, apesar do rodízio do fornecimento de energia estabelecido pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), tem bairros (principalmente os periféricos) onde não chega o serviço adaptado nem água encanada. "Fora a alimentação, que ficou super cara, e filas quilométricas nos postos de gasolinas. Tava medonho ver o desespero da população. Só quem está lá sabe o que tá passando. A situação tá crítica. Felizmente, tive como sair de lá, mas tem gente que não tem condição nenhuma", completou.

Amapaenses também deixam o estado

O apagão também fez o professor universitário Arialdo Júnior, 31, deixar Macapá, cidade onde ele nasceu. "Precisei vir a Belém para tentar fugir do caos que estava se instalando no Amapá. Uma situação de calamidade pública, desumana e criminosa. Pessoas se aglomerando em filas, em meio a uma pandemia, para acessar o básico (gelo, água, gasolina e vela). Não dormíamos há cinco dias, devido ao calor, ansiedade e toda a situação de estresse", contou ele, que está preocupado com familiares que não puderam viajar também.

Arialdo desembarcou em Belém no domingo (08) e está hospedado na casa da sogra dele. Ele também relatou as dificuldades que eram sentidas para trabalhar. "Embora estejamos trabalhando de forma remota, toda a dinâmica muda. Principalmente, pelo acesso à internet de qualidade (planos mensais ilimitados que não sejam de telefonia) e ferramentas tecnológicas que em meu Estado, em minha casa, já estava tudo organizado. É complicado essa mudança repentina".

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