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Tecnologia monitora riscos e aponta medidas para evitar o desmatamento

Instituto Tecnológico Vale desenvolve modelo que projeta o futuro para garantir ações no presente

Valéria Nascimento

Recuperar e proteger 500 mil hectares de áreas florestais na Amazônia e reduzir a emissão de gases de efeito estufa, conforme prevê o Acordo de Paris, com a meta de alcançar a neutralidade na emissão de carbono até 2050. Esses são dois dos principais compromissos ambientais assumidos pela Vale, cujo Instituto Tecnológico se dedica a antecipar as causas dos desmatamentos florestais na Amazônia, para mitigar os impactos sobre os recursos naturais. Esta edição do projeto Liberal Mobiliza, do Grupo Liberal, com apoio da Vale e da Guamá Tratamento de Resíduos, ouviu os pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale, e você confere agora. 

Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento na região atingiu 196 km² em janeiro de 2021, segundo o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) – que monitora via satélite as áreas desmatadas na Amazônia.

Trata-se do terceiro maior valor da série histórica nos últimos 10 anos, mesmo com redução de 1% em relação a janeiro do ano passado, quando o SAD registrou desmatamento de 198 km².  

Considerando o calendário de desmatamento 2021 vigente, que compreende os meses entre agosto de 2020 a janeiro de 2021, houve um aumento de 46% em relação ao mesmo período do calendário anterior.

Doutor em Ecologia Molecular, Rodolfo Jaffé atua no Instituto Tecnológico Vale, instituição privada brasileira sem fins lucrativos de ensino e pesquisa, associada à Vale S.A.

image Rodolfo Jaffe (Arquivo pessoal)

Ele diz que o trabalho do Instituto é avaliar mudanças no uso e cobertura da terra, associados à mineração. E explica que as áreas utilizadas pela mineração estão conservadas, porque a empresa atua de forma pontual, nas unidades de conservação em Carajás. No entorno, diz ele, as áreas de floresta amazônica foram suprimidas.

“Há um programa de recuperação, a partir do plantio de vegetação da floresta nativa e de vegetação de canga, e as pesquisas do Instituto Tecnológico Vale contribuem para o monitoramento e recuperação das áreas utilizadas pela mineração”, informa.

Numa perspectiva histórica sobre as mudanças climáticas, ele lembra que, em 2015, o governo brasileiro e vários outros países aderiram às Metas do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que incluíam cessar o desmatamento em 2020. 

REVISÃO

O Brasil, como signatário, acordou apresentar anualmente uma Revisão Nacional Voluntária sobre os avanços para se atingir as metas. Embora voluntário, este acordo é mais ambicioso do que as políticas nacionais sobre mudanças climáticas, cuja meta é reduzir o desmatamento amazônico a menos de 3,8 mil quilômetros quadrados e de zerar o desmatamento ilegal até 2030 – como prevê o acordo de Paris, do qual o Brasil também é signatário.  A revisão anual exporá os países que não avançarem rumo às metas, mas as consequências são incertas.

Nessa perspectiva, Rodolfo Jaffé informa que a Vale desenvolveu no Instituto Tecnológico Vale, um modelo de projeção e mapeamento dos possíveis impactos físicos que significam riscos à proteção das florestas em áreas de influência da empresa.

Ele diz que a projeção climática é feita por meio de um sistema de modelagem que permite a obtenção de cenários futuros a partir das causas atuais de desmatamento, como certas situações facilitadoras de problemas para conservação das florestas.

“As projeções são realizadas com base em dados oficiais do Poder Público, pesquisas acadêmicas, estudos regionais, para apontar não apenas os iminentes riscos de precarização ambiental, mas principalmente encaminhar as medidas práticas que os inibam”, diz o especialista.

Os estudos se voltam às ações antropizantes sobre as áreas de florestas, áreas de proteção ambiental e áreas indígenas, espaços que exigem ações de conservação ou recomposição com base em diferentes objetivos e abordagens, como estoque de carbono, retenção de sedimentos, aumento na disponibilidade de água e biodiversidade.

A definição dessas áreas, nas projeções do Instituto Tecnológico Vale, inclui os riscos ecológicos, sobretudo as mudanças climáticas, e as equipes multidisciplinares têm o desafio de repensar medidas que possam garantir a sustentabilidade a longo prazo, seja por iniciativas da esfera privada ou por meio de políticas públicas.

VARIABILIDADE CLIMÁTICA

A meteorologista e pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale, em Variabilidade Climática e Mudança do Clima, Cláudia Priscila da Costa, diz que o Instituto Tecnológico Vale (ITV) se dedica aos esforços para desenvolver ciência e tecnologia regional para enfrentar as mudanças climáticas.

image Cláudia Costa (Arquivo pessoal)

Para enfrentar esse desafio, desenvolveu um programa de computador, denominado de ITVCM (ITVC Climate Model), que permite calcular e representar graficamente a contribuição das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) de um determinado país, região ou agente, para o aumento da temperatura média da superfície do planeta e do nível médio do mar.

“A partir dos dados históricos das emissões de GEE no desflorestamento da Amazônia e baseando-se em cenários de aquecimento do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), órgão mundial oficial para questões ligadas às mudanças climáticas, o ITVCM calcula o quanto essas emissões estão contribuindo para o aumento da temperatura da superfície da Terra, podendo, assim, dar subsídios às ações de políticas públicas para proteção da Amazônia”, explica.

Outra aplicação do ITVCM é o cálculo da contribuição individual de determinado agente ou setor emissor, como a indústria (geração de energia, produção mineral etc), para verificar se a estratégia empregada em seus processos tem sido eficaz para mitigar as mudanças climáticas.

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