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Projetos de preservação estimulam a sustentabilidade do verde em Belém

Valéria Nascimento

Pequenas ações educativas e preservacionistas contribuem para a causa do verde em Belém. Profissionais da área ambiental e moradores em geral têm se articulado em grupos que recuperam áreas com plantios coletivos, entre outras iniciativas que multiplicam a consciência ambiental na cidade. Alguns projetos, inclusive, geram uma renda alternativa para os ativistas da natureza na capital paraense. Mobilização. Esse é o tema desta edição do Liberal Mobiliza, do Grupo Liberal, com apoio da Guamá Tratamento de Resíduos.

Esta semana, nossa reportagem ouviu um conjunto de pessoas que põem a mão na massa e partem para a ação quando o assunto é a proteção de árvores e áreas verdes públicas ou privadas em Belém. 

MOBILIZA

O mestre e engenheiro agrônomo Daniel Oliveira, idealizador do projeto Verde Cidadão, um tipo de negócio social que trabalha a sustentabilidade e a agricultura urbana, defende que as pessoas, sempre que possível, ainda que em pequenos espaços em casa, cultivem o próprio alimento e repensem sua relação com a natureza. “Esse é um trabalho que a gente faz constantemente”, diz ele.

A arquiteta e paisagista Caroline Miranda também trabalha com o máximo possível de verde nos projetos que elabora, e cuida, há pouco mais de um ano, da Coletivorta, uma horta urbana coletiva na travessa Rui Barbosa, número 220, esquina com a rua Gaspar Vianna, no bairro do Reduto, em Belém.

VERDE CIDADÃO E COLETIVORTA

Ativista do meio ambiente, Daniel Oliveira afirma que o projeto Verde Cidadão nasceu em Belém, no ano de 2017, a partir da identificação de poucas áreas verdes, áreas mal cuidadas, da falta de arborização urbana e da presença grande e maciça de espécies estrangeiras plantadas no ambiente urbano.

“Olhando para tudo isso, a proposta do projeto é fazer reflexões e, principalmente, trazer propostas de como a gente pode reverter isso, pensando em áreas públicas, mas também em áreas privadas, como cada cidadão pode, a partir do seu ambiente, de uma sacada em casa, de um quintal ou de uma iniciativa coletiva na cidade, buscar soluções”, destaca Daniel. 

Por sua vez, Caroline Miranda, que elabora projetos arquitetônicos com interação com a natureza, conta que Coletivorta surgiu da vontade de se preservar o verde em um terreno desocupado em frente ao local de trabalho dela. 

“O universo conspirou a favor e o dono do terreno e uma amiga há muito envolvida com compostagem e reciclagem toparam desenvolver a ideia”, disse Caroline, referindo-se ao Coletivorta. 

O terreno, diz a arquiteta, tem 85 m2 e a pequena produção de alimentos está em crescimento. “Temos testado diversas espécies para ver as que mais se adequam às dimensões dos canteiros. A lei na Coletivorta é: colha somente o que vai usar hoje, desta maneira todos podem se beneficiar um pouco da produção’’.

“Além disso, contamos com a participação de vizinhas dedicadas da vila em frente para fazer as manutenções diárias necessárias e parceiros e colaboradores que se revezam semanalmente’’, explica a arquiteta.

Com experiência em agricultura urbana, Daniel Oliveira assegura que o primeiro trabalho é o de conscientizar, mostrar para as pessoas o cenário que se tem nas cidades. “Ao longo do tempo, a gente acabou se afastando muito da questão da natureza, do meio ambiente, por viver no ambiente urbano e da forma como o urbano tem sido construído, a gente expulsou a biodiversidade da cidade”.

Daniel frisa que “a ideia é trazer um pouco esse tema de volta para a pauta para as pessoas poderem conhecer, se inteirar e se aproximar um pouco mais disso”, explica. “A gente acredita que esse é o primeiro passo para gerar transformação dentro do ambiente urbano, após fazer ações efetivas para trazer as plantas, a biodiversidade de volta e, consequentemente, todos os benefícios que a gente tem quando se faz esse processo de repovoar a cidade com as plantas e vegetais’’.

As ações do Verde Cidadão são feitas por meio da participação em palestras informativas e discussões sobre as questões ambientais em instituições e entidades da capital paraense. O projeto trabalha com espécies nativas da região, como o cariru, campau, chicória do Pará, maracujás amazônicos, e ainda plantas de cheiro como estoraque, pataqueira e catinga de mulata.

O Verde Cidadão é parceiro, por exemplo, do projeto Circular Campina Cidade Velha, que em sua 33ª edição promove ações práticas e reflexivas, por meio de roda de conversa e palestras, sobre a cidade de Belém que se quer para o futuro. 

“O Circular Campina Cidade Velha é um projeto super relevante aqui em Belém. A gente oferece oficinas, que trazem um pouco da questão conceitual, mas também convidam as pessoas para pôr a mão na massa e aprender técnicas de como cultivar espécies arbóreas e hortas urbanas, como você pode, num pequeno espaço que você tenha em casa ou em áreas maiores, cultivar um pouquinho do seu próprio alimento, repensar sua alimentação, repensar sua relação com a natureza, esse é um trabalho que a gente faz constantemente”.

Daniel Oliveira ressaltou que a pandemia de Covid-19 prejudicou um pouco as atividades do Verde Cidadão , mas a iniciativa já fez algumas experiências online e logo que possível, a ideia é retomar as ações com as pessoas.

PRODUTOS E SERVIÇOS

O projeto produz vasos por meio de usos de resíduos. “A gente tem uma parceria com a sorveteria Ball, aqui em Belém. Eles doam para a gente as latas que são dispensadas no processo produtivo da empresa, a gente limpa, customiza isso, e planta espécies comestíveis, como hortaliças, pequenos frutos, espécies nativas da região amazônica que podem ser cultivadas e consumidas pelas pessoas, em casa. Para isso, a gente compra mudas e a compostagem de pequenos agricultores e isso gera uma cadeia de valor com impactos sociais e ambientais positivos para a agricultura familiar e impactos sociais e ambientais positivos”.

Quem tiver interesse em conhecer mais sobre o projeto Verde Cidadão pode acessar as redes sociais Instagram @verdecidadao e Facebook projetoverdecidadao.

 

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